Quando se perspectivam os 254 anos da criação da Companhia
Geral da Agricultura dos Vinhos do Alto Douro, que estabeleceu a demarcação, a
obra de Domingos Alves de Sousa é um ponto. Contudo, há já muito para apreciar
no trabalho deste engenheiro civil que abraçou a lavoura, em 1987.
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A sua primeira obra a ver a luz do dia foi o Quinta do
Vale da Raposa Branco de 1991. Desde então têm sido vários os vinhos de
interesse saídos das suas cinco quintas: Caldas, Aveleiras, Estação, Vale da
Raposa e Gaivosa. Situada entre Vila Real e Santa Marta de Penaguião, é da
Gaivosa, de encostas agrestes e xistosas, que saem as obras mais aplaudidas. A
saber: Abandonado, Vinha de Lordelo e vintages.
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Mais conhecido pelos seus vinhos do Douro, Domingos Alves
de Sousa não foge da política das principais quintas vinhateiras, que se
lançaram na produção de Portos, nomeadamente de vintage. Esta palavra inglesa
significa o topo da classificação dos vinhos da “família” ruby, que evoluem em
garrafa, a partir duma só vindima, declarada em anos de excepcional qualidade.
Em oposição há a “família” tawny, que estagia em madeira.
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O vintage
de 2008 é o terceiro a ver a luz do dia, depois dos 1999 e 2003. Mas até
vintage há muitos. E aqui revela-se o trabalho de excelência deste
vitivinicultor, além dos Douro, nos Portos. O vintage de 2003 foi levado em
braços, tendo a associação canadiana de escanções o eleito como um dos quatro
melhores dessa vindima, na obra “La Bible du Porto”.
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Bem, mas esse é o 2003… acontece que quem provou o
2008 afirma que está acima, promete muitíssimo. No actual estado, o 2003 está
mais bebível, visto haver muita juventude no irmão. Quando abrir faça-o meia
hora antes de o servir.
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O enólogo, Anselmo Mendes, um dos mais respeitados do
país, acredita que chegará ao auge dentro de 20 anos. Tradicionalmente,
os vintage devem beber-se velhos, mas muitos são os que hoje os querem jovens,
numa festa de aromas e sabores compotados.
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Nos gostos
também há preferências. Mesmo os peritos não se entendem quanto à temperatura
de serviço. O produtor recomenda que se beba fresco, a 14 graus. Outros recusam
fazê-lo abaixo dos 18. É provar e escolher.
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