CV é abreviatura comum de curriculum vitae, mas neste
contexto significa também Cristiano van Zeller, produtor e enólogo de currículo
largo em sucessos e referenciais de qualidade. Este Douro tem tudo o que um
tinto da região deve ter, com força no ataque, nas notas aromáticas… mas também
uma elegância de boca, o que, nem sempre, se consegue na região.
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Se a colheita de 2007 impressionava, a do ano seguinte tem
ainda mais elogios. O CV 2008 tem impressionado a crítica internacional, que lhe
atribui aplausos e notas máximas ou muito elevadas. Só por isso a curiosidade
deve fazer mexer os enófilos.
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A Quinta Vale Dona Maria tem uma história curiosa. Pertenceu
à família da mulher de Cristiano van Zeller. Há registos da propriedade desde
1868, mas sabe-se que estava na posse há muitos mais anos. Pelo menos são de
242 anos. Em 1973 foi arrendada a uma empresa produtora de Vinho do Porto da
família Symington.
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Embora tenha dado luz a uvas que serviram na produção de
grandes Vinhos do Porto da Smith Woodhouse, a quinta encontrava-se um pouco
abandonada quando voltou para o controlo da família. As edificações estavam em
ruínas e as vinhas não chegavam a 20 hectares, dos quais dez de vinhas velhas.
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Corria o ano de 1996 quando se tomaram decisões para ressuscitar
a propriedade. Lançado o projecto de reabilitação, tem vindo a ser a ampliada,
com a aquisição de novas parcelas. Mas há ainda partes que arrendam em modo de
longa duração. Hoje são quase 40 hectares.
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Outro ponto de nota é a junção de tradição com inovação.
Por um lado, a prensagem ocorre em lagares de granito, mas, por outro, a pisa é
feita com recurso a robô. Contudo, para os CV a escolha vai para as rogas de
homens, com a típica pisa a pé.
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As castas são tradicionais da região e com potencial para
tintos Douro e Vinho do Porto. Situada numa encosta virada a Sul-Sueste, junto
ao rio Torto (na sub-região do Cima Corgo), a quinta tem um enorme leque de castas.
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O CV faz-se quase todo numa vinha velha, com mais de
80 anos. Antigamente não havia enólogos, mas havia sabedoria para juntar, na
terra, as vides que melhor resultassem depois de pisadas e fermentadas. Como
noutras quintas tradicionais do Douro com vinhas velhas, são muitas as castas
e, normalmente, misturadas. No CV há mais de 40!
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