sexta-feira, outubro 21, 2011

Burmester apresenta novos vinhos

Aproxima-se o Inverno… quero dizer, avança o Outono… pois, uma coisa assim… bem, por esta época do ano costumava ser Outono. Em princípio deverão haver uns dias frios até ao Ano Novo. Antes que venha o Natal e seus pratos fartos (se a Troika deixar) há que apresentar vinhos que liguem com os comeres mais substanciais (ou do que vai na memória).
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Os produtores sucedem-se na apresentação dos tintos mais encorpados e, no caso do Douro, as propostas de Vinho do Porto. Ontem foi o momento da Sogevinus apresentar as novidades, nomeadamente da marca Burmester.
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Aconteceu no restaurante Panorama, no hotel Sheraton, em Lisboa, frente ao rio, com a cidade aos pés. A Burmester apresentou quatro vinhos, um branco, dois tintos de pasto (da responsabilidade enológica de Francisco Gonçalves) e um Porto vintage (obra de Pedro Sá). Os néctares foram acompanhados por pratos elaborados, a fazer pandã, pelo chefe Leonel Pereira.
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Antes de descrever os vinhos apresento as harmonizações:
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Primeiro momento: Casa Burmester Reserva Branco 2010, acompanhado por «Maré Alta», um prato feito à base de filetes de sardinha e cavala, sobre geleia de gaspacho, melancia, presunto de Parma, crocante de broa e pó de azeite (Almogral). Isto para eles, porque aqui o menino e a sua amiga do lado não tocam no pescado… belo «ensopado de borrego», em duas texturas, com batata e cenoura em micro-cubos e respectivo hortelã. Boa malha!
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Segundo momento: Casa Burmester Reserva Tinto 2008, acompanhado por tarantello de atum do Atlântico confitado em azeite, esmagada de batata fumada, chutney de cebola com sabores de bacon. Isto para eles, porque aqui o menino e a sua amiga do lado não tocam no pescado… belos troços de carne numa cama folhada de batata e cenoura. Gostei!
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Terceiro momento: Casa Burmester Touriga Nacional 2009, acompanhado por lombinho de porco ibérico recheado com alheira de aves, sobre batata caçoila e pontas de espargos bravos, jus ligeiro de pimenta preta. Muitas palavras para dizer «fantástico». Aplauso!
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Quarto momento: Burmester Vintage Quinta de Arnozelo 2009, acompanhado por tarte de requeijão com maracujá, frutos vermelhos e biscoito ralado. Bueno!
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Depois do intróito de entretenimento e desbunda do blogueiro, vem agora a posta principal do texto… (em jornalismo era caso para despedimento, deixar o principal para o fim e com esta escrita).
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Embora a prova tenha sido em ambiente… quero dizer, não foi prova nenhuma! Aliás, a regra neste blogue é o prazer proporcionado, na assunção da subjectividade… do nariz, da boca, do prazer, do ambiente, da companhia… ainda que tenha (tenho sempre) muita atenção à qualidade dos vinhos, o facto é que não sou nem crítico nem quero ser. Portanto… as notas são de 1 a 10, com o 3 já nos positivos (a tradução em adjectivos está na coluna ao lado).
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Já me perdi!... ah!... Embora a prova tenha sido em feliz convívio, arrisco a notação. Atenção, reclamações são no segundo andar direito, do número 56… ou então para o provedor do blogue.
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Vamos ao trabalho:
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O Casa Burmester Reserva Branco 2010 revelou-se fresco no nariz e na golada. Fez-se com rabigato, gouveio e viosinho. Embora agradável e de inquestionável qualidade, este não me deu pica por aí além.
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O Casa Burmester Reserva Tinto 2008 já foi outra loiça! Elegante na boca, com boa acidez e final de bom desempenho. Achei-o versátil e consensual com muitas propostas de carnes. Nada pesado e com estrutura para embates exigentes.
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O Casa Burmester Touriga Nacional 2009 brilhou. Boa mostra da casta e da paisagem do Douro. A região está dentro da garrafa. No nariz, o odor das violetas e de restolho, um leve fumado, na sua conta, peso e medida. Na boca, taninos bem envolventes, bem marcantes, mas polidos, elegantes, e um travo fresco.
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Burmester Vintage Quinta do Arnozelo 2009, o divergente. Divergente, certamente, na aficcion, entre os puristas do vintage e os iconoclastas moderados. Lá dentro, ao que parece, a opinião foi, mais ou menos, unânime: não é o vintage que mais preenche os gostos… mas…
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Mas a qualidade é inegável! Assumidamente é um vinho feito para o mercado, com base em estudos de clientes e de consumidores finais, com trabalho técnico na vinha a pensar no resultado final, e acerto enológico. Isto porquê? Porque o vinho é negócio! Esta gente não está no sector para perder dinheiro. Se o consumidor gosta disto «assim», então que lhe dê «assim».
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Só por snobismo se pode criticar este acerto de alfaiataria vínico, de vintage desenhado para consumidor menos conservador, que é, como quem diz, britânico… e mais para o paladar das gentes do outro lado do Atlântico.
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É guloso no nariz, com compotas de frutos vermelhos, mas também algumas finas notas violetas, frutos secos, diria avelã… (o mestre diz cassis). Na boca é elegante, untuoso, com forte percepção do doce. É muito guloso, com toques de especiarias.
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Ora, não sendo um vintage da minha eleição, reconheço toda a sua qualidade e aprecio o esforço, comercial e enológico, de criar um vinho para as pessoas gostarem, seja isso visto como iconoclastia. Se bem que a lógica da tabela decimal está explicada (não a minha mente) e os contornos da situação apresentados… fiquei, de copo de vintage na mão, à conversa até quase me porem na rua. Ficou entendido? Então está bem!
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Ah!... as notas… cá vão:
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Casa Burmester Reserva Branco 2010
Origem: Douro
Produtor: Burmester / Sogevinus
Nota: 4,5/10
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Casa Burmester Reserva Tinto 2008
Origem: Douro
Produtor: Burmester / Sogevinus
Nota: 7/10
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Casa Burmester Touriga Nacional 2009
Origem: Douro
Produtor: Burmester / Sogevinus
Nota: 7,5/10
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Burmester Vintage Quinta do Arnozelo 2009
Origem: Vinho do Porto
Produtor: Burmester / Sogevinus
Nota: 8/10

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