segunda-feira, outubro 10, 2011

A estreia dum clássico – Adega Cooperativa de Borba Grande Reserva «Rótulo de Cortiça» Gold 2007


Provavelmente, não há ninguém, maior de idade, em Portugal que nunca tenha provado um Borba Reserva «Rótulo de Cortiça». Ou, pelo menos, que nunca tenha reparado numa qualquer prateleira de loja. O Reserva «Rótulo de Cortiça» é um ícone, sinónimo de vinho alentejano, mais concretamente da denominação Borba (hoje incluída na designação genérica Alentejo).
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Os «Rótulo de Cortiça» foram, durante anos, uma referência de qualidade. Porém, a marca perdeu elã, por várias razões; o gosto do consumidor mudou, o aroma e o paladar querem-se diferentes dos da tradição; os vinhos que eram feitos para durar e viver longos estágios, hoje querem-se jovens e potentes; surgiram muitas marcas; e a qualidade média subiu muito. O Reserva «Rótulo de Cortiça» precisava dum empurrão.
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Porque o potencial está lá todo, o salto deste produtor faz-se com a apresentação da novidade Grande Reserva, que surge em edição limitada de 3.000 garrafas. Uma resposta para apanhar o que a memória tem de positivo e que o presente e o futuro exigem. O Reserva não desapareceu, tem é agora um mano superior, que lhe prolonga a tradição e os traços de família.
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Os Reservas ficaram célebres pelo lote feito com trincadeira, aragonês e castelão (outrora chamada de periquita). O Grande Reserva «Rótulo de Cortiça» pisca o olho à modernidade, com a introdução da nacionalizada alicante bouschet, embora mantendo a trincadeira.
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Existe no mundo dos vinhos o preconceito de que os néctares alentejanos não sabem envelhecer. A Adega Cooperativa de Borba demonstrou o contrário. Quando apresentou o Grande Reserva, a cooperativa trouxe à mesa algumas garrafas de colheitas do Reserva «Rótulo de Cortiça». A mais antiga a ser servida foi a primeira edição, da longínqua vindima de 1964.
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O elenco contou com as colheitas de 1964, 1977, 1982, 1994 e 2005, todas em grande forma, batendo com luva branca em quem garante, em absoluto, a pouca longevidade alentejana. Não é de todo mentira, mas não é uma verdade absoluta. As antiguidades mostravam uma coerência de estilo, e o Grande Reserva assume-se como uma continuação modernizada.
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A tradição dentro desta novidade está também na promessa de longevidade. O produtor atribui ao Grande Reserva «Rótulo de Cortiça» um pico dentro de 15 anos. Hoje, quase ninguém faz vinhos assim. Contudo, está de se beber. Como a cortiça… sempre à tona!

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