Consta-me – dizem-me os enormes amigos PR e VR – que abri uma destas quando o pai deles morreu, para o homenagear, visto ser adepto dos vinhos do Douro, em geral, e do Barca Velha, em particular. Não me lembro, mas sei que os convidei para minha casa para tomar um copo e restabelecer forças, num dia tão difícil, e que abri uma boa garrafa.
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A situação aconteceu em 1994. Ontem, o amigo NP convidou-me, mais à IQ e ao PR, para apreciar uma garrafa de 1982, idêntica à tal de 1994, no Varanda de Lisboa, que, para quem não sabe, fica no topo do Hotel Mundial, no Martim Moniz, junto à Praça da Figueira. O sítio tem uma colecção apreciável de garrafas e merece uma investigação mais aprofundada.
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Que tal o vinho? De início com forte impacto a palha e aromas orgânicos. Com o tempo foram evoluindo e clarificando-se, desaparecendo a palha e realçando o couro. Primeiro camélias, depois jasmim. Um fino traço de frescura, algo trufado com o tempo. Está ali para mais uns bons anos.
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Tão boa quanto o vinho foi a amizade e o convívio dos amigos. Faltou lá o MR! Vai daqui um abraço para ele, esteja ele onde estiver.
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Origem: Douro
Produtor: Casa Ferreirinha
Nota: 8,5/10