sexta-feira, agosto 03, 2018

Quinta da Leda 2015


O Quinta da Leda 2015 mantém o que é e expressa a região. Na garrafa encontro o Douro, denso, o fumo de azinho, a secura da esteva, a lembrança da terra xistosa, a fruta preta, a potência, o corpo e a alma.
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As suas castas são as notáveis da região, como a minha adorada, touriga franca (50%), touriga nacional (20%), tinta roriz (15%) e tinto cão (15%). Viveu 18 meses em barricas de carvalho francês.
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Esqueçam-no no Verão. Bebam-no no Natal – quando apetecerem comidas mais quentes – ou guardem-no, pois vai melhorar.
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Quinta da Leda 2015
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Origem: Douro
Produtor: Casa Ferreirinha / Sogrape
Nota: 8,5/10
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Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.

Chateau de Myrat 2010

O vinho de colheita tardia – especialmente quando está, por inteiro, afectado pelo fungo botrytis cinérea – é um esplendor. Tenho pena de não ter algibeira, fígado e índole (?) corporal para os beber mais vezes.
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Descobri o Chateau de Myrat 2010 no aeroporto Charles de Gaulle, num passeio para apaziguar o tédio. Foi um tiro no escuro. Se o preço das coisas fosse justo ou unânime a avaliação seria fácil. Portanto, não sei se comprei barato.
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Tem tudo o que gosto nestes vinhos: gulodice civilizada, o amargor suave criado pelo fungo, elegância na boca e final demorado.
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Chateau de Myrat 2010
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Origem: Sauternes
Produtor: Chateau de Myrat 2010
Nota: 8/10

quinta-feira, agosto 02, 2018

Azevedo Loureiro Alvarinho 2017 + Quinta de Azevedo Reserva 2017

A reputação da região do Vinho Verde é ainda muito marcada pelos preços baixos e, infelizmente muitos casos, produtores que deviam estar quietos. A gaseificação é um terror. Contudo,

O Vinho Verde tem um enorme potencial e grandes empresas – umas que já trabalham bem  há muitos anos – têm-se interessado pela região. Claro que é pelos seus lindos olhos: frescura.
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A região tem tanto carácter que muitos julgam tratar-se de um tipo de vinho. Por outro lado, infelizmente, há uma percepção de preço baixo. Alguma coisa vai mudar, as empresas maiores não são conformistas e farão pôr outros a mexer.
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Não duvido do efeito marca. O Vinho Verde é fresco e agradável, satisfaz toda a gente. Porém, a percepção do valor penaliza-o. Aqui, sobretudo o Quinta de Azevedo Reserva 2017, os vinhos teriam outro preço, se viessem doutros locais.
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Fazendo-me de bruxo, acredito que vão emergir pequenos produtores empenhados na produção em qualidade. Continuando a brincar de adivinho, duvido que a maioria das firmas tenha coragem para mudar, ficando no que é.
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A Sogrape, a maior empresa portuguesa do sector, quer estar além do Gazela. A Quinta de Azevedo, situada no concelho de Barcelos e adquirida em 1980, tem agora um papel mais importante. Um branco para consumo à mesa e à conversa e outro mais exigente, em que se pretende captar a energia da propriedade.
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O Azevedo Loureiro Alvarinho 2017 vai bem para a mesa, talvez além das saladas, frango e peixe – sendo que esta última debito sabedoria por empréstimo, ouvindo e fazendo contas ao que se pode sentir e apreciar. Alimenta também as conversas do Verão, quando o trabalho do dia seguinte é mergulhar no mar ou andar às cabeçadas nas aldeias – as férias inteiramente bucólicas têm alguma coisa que me incomoda.
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Para quem trabalha bem, o «mais sério» não existe. Por isso, o Quinta de Azevedo Reserva 2017 não pode ser mais sério do que o anterior. Recorro à expressão para transmitir a percepção sensorial e o prazer que fica para lá da época estival.
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O Quinta de Azevedo Reserva 2017 é um lote de loureiro (70%) e alvarinho (30%). Se António Braga (enólogo) diz que é assim, é porque é mesmo. Esta afirmação está ligada à estória da minha antipatia pelo Esteva, pelo qual era o responsável. Nesse debate, jurou-me que haveria de o apreciar. Apostámos e ele ganhou.
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Não é um vinho para o Verão, no sentido de consumo imediato e com viandas leves. Botem-lhe pratos mais elaborados e ele marca golos – esqueçam o cozido à portuguesa… mas rojões, talvez, talvez.
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Azevedo Loureiro Alvarinho 2017
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Origem: Vinho Verde
Produtor: Sogrape
Nota: 5,5/10
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Quinta de Azevedo Reserva 2017
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Origem: Vinho Verde
Produtor: Sogrape
Nota: 6,5/10
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Nota: Estes vinhos foram enviados para prova pelo produtor.

Quinta de Pancas Arinto Reserva 2015 + Quinta de Pancas Chardonnay Reserva 2015 + Quinta de Pancas Reserva 2014 Cabernet Sauvignon Alicante Bouschet & Sirah + Quinta de Pancas Grande Reserva 2013

A Quinta de Pancas é uma propriedade de referência. O tempo vale o que vale e, neste caso, a memória está um pouco longe – parte por demérito e parte por Portugal ter conhecido uma explosão de bons produtores. Todavia, de há uns ano que se vê o esforço para a recuperação da fama e, felizmente, com resultados.
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Fingindo perceber de técnicas agrícolas e enológicas, a lembrança e o presente dizem-me que só se fará mau vinho por vontade. Ficou conhecida pelo seu cabernet sauvignon.
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O Quinta de Pancas Arinto Reserva 2015 é qualquer coisa de… adoro a casta e a propriedade tem um encanto…
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O Quinta de Pancas Chardonnay Reserva 2015 está lindo. Aliando a gordura ao frescor do local. Belo.
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O Quinta de Pancas Reserva 2014 Cabernet Sauvignon Alicante Bouschet & Sirah é. Não sei explicar. Sinto-o uma união – bom casamento – das diferentes cultivares além do que esperava.
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O Quinta de Pancas Grande Reserva Tinto 2013 está num patamar acima. Ganhou complexidade com o tempo e penso que poderá crescer. É uma junção de touriga nacional (50%), alicante bouschet (30%) e petit verdot (20%).
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Quinta de Pancas Arinto Reserva 2015
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Origem: Regional Lisboa
Produtor: Quinta de Pancas
Nota: 6,5/10
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Quinta de Pancas Chardonnay Reserva 2015
Origem: Regional Lisboa
Produtor: Quinta de Pancas
Nota: 6/10
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Quinta de Pancas Reserva 2014 Cabernet Sauvignon Alicante Bouschet & Sirah
Origem: Regional Lisboa
Produtor: Quinta de Pancas
Nota: 6/10
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Quinta de Pancas Grande Reserva 2013
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Nota: Estes vinhos foram enviados para prova pelo produtor.

quarta-feira, agosto 01, 2018

Monólogo Arinto 2017 + Monólogo Avesso 2017 + Monólogo Chardonnay 2017

Monólogo à mesa é uma chatice. Mais dedos tenho nos dedos do que as celebrações jantarícias foram a só e mais vinho.
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Por isso, acho graça quando se chama monólogo a um vinho. O termo é fácil de entender: monovarietais.
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O Monólogo Avesso 2017 (mais) uma prova que esta casta foi maltratada. Quem não conheça, que! Fresco e gastronómica, além de simpatizar numa conversa sem tempo.
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O Monólogo Arinto 2017 é… opá! Acho que a casta branca portuguesa que mais gosto é a arinto. Antigamente, no Minho chamavam-lhe pedernã. Não sei se a nomenclatura mudou, mas a designação «antiga» parece-me feia. É fresco, para a mesa e para a conversa.
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Costumo rabujar com castas estrangeiras quando estão em denominações de origem tradicionais. Se passam para regionais, aí é diferente. Por isso, um chardonnay minhoto não me horroriza.
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O Monólogo Chardonnay 2017 tem um simpático oscilar entre a gordura destas uvas e a acidez da região. Face a anos anteriores, gostei mais deste.


Monólogo Arinto 2017
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Origem: Vinho Verde
Produtor: A&D Wines
Nota: 6,5/10
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Monólogo Avesso 2017
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Origem:
Produtor: A&D Wines
Nota: 6,5/10
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Monólogo Chardonnay 2017
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Origem: Regional Minho
Produtor: A&D Wines
Nota: 6,5/10
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Nota: Estes vinhos foram enviados para prova pelo produtor.

Vila Flor Reserva Tinto 2015


A Casa d’Arrochella tem vindo a desenvolver um trabalho consistente. Na qualidade e na credibilidade. O Vila Flor Reserva Tinto 2015 cumpre o que se tem feito nesta firma do Douro.
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O Vila Flor Reserva Tinto 2015 fez-se com três das principais casata da região: touriga nacional, touriga franca e tinta roriz. O vinho estagiou nove meses em barricas de carvalho francês.
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É o Douro.
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Origem: Douro
Produtor: Casa d’Arrochella
Nota: 7/10
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Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.