quinta-feira, agosto 02, 2018

Azevedo Loureiro Alvarinho 2017 + Quinta de Azevedo Reserva 2017

A reputação da região do Vinho Verde é ainda muito marcada pelos preços baixos e, infelizmente muitos casos, produtores que deviam estar quietos. A gaseificação é um terror. Contudo,

O Vinho Verde tem um enorme potencial e grandes empresas – umas que já trabalham bem  há muitos anos – têm-se interessado pela região. Claro que é pelos seus lindos olhos: frescura.
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A região tem tanto carácter que muitos julgam tratar-se de um tipo de vinho. Por outro lado, infelizmente, há uma percepção de preço baixo. Alguma coisa vai mudar, as empresas maiores não são conformistas e farão pôr outros a mexer.
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Não duvido do efeito marca. O Vinho Verde é fresco e agradável, satisfaz toda a gente. Porém, a percepção do valor penaliza-o. Aqui, sobretudo o Quinta de Azevedo Reserva 2017, os vinhos teriam outro preço, se viessem doutros locais.
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Fazendo-me de bruxo, acredito que vão emergir pequenos produtores empenhados na produção em qualidade. Continuando a brincar de adivinho, duvido que a maioria das firmas tenha coragem para mudar, ficando no que é.
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A Sogrape, a maior empresa portuguesa do sector, quer estar além do Gazela. A Quinta de Azevedo, situada no concelho de Barcelos e adquirida em 1980, tem agora um papel mais importante. Um branco para consumo à mesa e à conversa e outro mais exigente, em que se pretende captar a energia da propriedade.
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O Azevedo Loureiro Alvarinho 2017 vai bem para a mesa, talvez além das saladas, frango e peixe – sendo que esta última debito sabedoria por empréstimo, ouvindo e fazendo contas ao que se pode sentir e apreciar. Alimenta também as conversas do Verão, quando o trabalho do dia seguinte é mergulhar no mar ou andar às cabeçadas nas aldeias – as férias inteiramente bucólicas têm alguma coisa que me incomoda.
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Para quem trabalha bem, o «mais sério» não existe. Por isso, o Quinta de Azevedo Reserva 2017 não pode ser mais sério do que o anterior. Recorro à expressão para transmitir a percepção sensorial e o prazer que fica para lá da época estival.
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O Quinta de Azevedo Reserva 2017 é um lote de loureiro (70%) e alvarinho (30%). Se António Braga (enólogo) diz que é assim, é porque é mesmo. Esta afirmação está ligada à estória da minha antipatia pelo Esteva, pelo qual era o responsável. Nesse debate, jurou-me que haveria de o apreciar. Apostámos e ele ganhou.
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Não é um vinho para o Verão, no sentido de consumo imediato e com viandas leves. Botem-lhe pratos mais elaborados e ele marca golos – esqueçam o cozido à portuguesa… mas rojões, talvez, talvez.
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Azevedo Loureiro Alvarinho 2017
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Origem: Vinho Verde
Produtor: Sogrape
Nota: 5,5/10
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Quinta de Azevedo Reserva 2017
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Origem: Vinho Verde
Produtor: Sogrape
Nota: 6,5/10
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Nota: Estes vinhos foram enviados para prova pelo produtor.

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