sexta-feira, agosto 03, 2018

Quinta da Leda 2015


O Quinta da Leda 2015 mantém o que é e expressa a região. Na garrafa encontro o Douro, denso, o fumo de azinho, a secura da esteva, a lembrança da terra xistosa, a fruta preta, a potência, o corpo e a alma.
.
As suas castas são as notáveis da região, como a minha adorada, touriga franca (50%), touriga nacional (20%), tinta roriz (15%) e tinto cão (15%). Viveu 18 meses em barricas de carvalho francês.
.
Esqueçam-no no Verão. Bebam-no no Natal – quando apetecerem comidas mais quentes – ou guardem-no, pois vai melhorar.
.
.
.
Quinta da Leda 2015
.
Origem: Douro
Produtor: Casa Ferreirinha / Sogrape
Nota: 8,5/10
.
.
.
Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.

Chateau de Myrat 2010

O vinho de colheita tardia – especialmente quando está, por inteiro, afectado pelo fungo botrytis cinérea – é um esplendor. Tenho pena de não ter algibeira, fígado e índole (?) corporal para os beber mais vezes.
.
Descobri o Chateau de Myrat 2010 no aeroporto Charles de Gaulle, num passeio para apaziguar o tédio. Foi um tiro no escuro. Se o preço das coisas fosse justo ou unânime a avaliação seria fácil. Portanto, não sei se comprei barato.
.
Tem tudo o que gosto nestes vinhos: gulodice civilizada, o amargor suave criado pelo fungo, elegância na boca e final demorado.
.
.
.
Chateau de Myrat 2010
.
Origem: Sauternes
Produtor: Chateau de Myrat 2010
Nota: 8/10

quinta-feira, agosto 02, 2018

Azevedo Loureiro Alvarinho 2017 + Quinta de Azevedo Reserva 2017

A reputação da região do Vinho Verde é ainda muito marcada pelos preços baixos e, infelizmente muitos casos, produtores que deviam estar quietos. A gaseificação é um terror. Contudo,

O Vinho Verde tem um enorme potencial e grandes empresas – umas que já trabalham bem  há muitos anos – têm-se interessado pela região. Claro que é pelos seus lindos olhos: frescura.
.
A região tem tanto carácter que muitos julgam tratar-se de um tipo de vinho. Por outro lado, infelizmente, há uma percepção de preço baixo. Alguma coisa vai mudar, as empresas maiores não são conformistas e farão pôr outros a mexer.
.
Não duvido do efeito marca. O Vinho Verde é fresco e agradável, satisfaz toda a gente. Porém, a percepção do valor penaliza-o. Aqui, sobretudo o Quinta de Azevedo Reserva 2017, os vinhos teriam outro preço, se viessem doutros locais.
.
Fazendo-me de bruxo, acredito que vão emergir pequenos produtores empenhados na produção em qualidade. Continuando a brincar de adivinho, duvido que a maioria das firmas tenha coragem para mudar, ficando no que é.
.
A Sogrape, a maior empresa portuguesa do sector, quer estar além do Gazela. A Quinta de Azevedo, situada no concelho de Barcelos e adquirida em 1980, tem agora um papel mais importante. Um branco para consumo à mesa e à conversa e outro mais exigente, em que se pretende captar a energia da propriedade.
.
O Azevedo Loureiro Alvarinho 2017 vai bem para a mesa, talvez além das saladas, frango e peixe – sendo que esta última debito sabedoria por empréstimo, ouvindo e fazendo contas ao que se pode sentir e apreciar. Alimenta também as conversas do Verão, quando o trabalho do dia seguinte é mergulhar no mar ou andar às cabeçadas nas aldeias – as férias inteiramente bucólicas têm alguma coisa que me incomoda.
.
Para quem trabalha bem, o «mais sério» não existe. Por isso, o Quinta de Azevedo Reserva 2017 não pode ser mais sério do que o anterior. Recorro à expressão para transmitir a percepção sensorial e o prazer que fica para lá da época estival.
.
O Quinta de Azevedo Reserva 2017 é um lote de loureiro (70%) e alvarinho (30%). Se António Braga (enólogo) diz que é assim, é porque é mesmo. Esta afirmação está ligada à estória da minha antipatia pelo Esteva, pelo qual era o responsável. Nesse debate, jurou-me que haveria de o apreciar. Apostámos e ele ganhou.
.
Não é um vinho para o Verão, no sentido de consumo imediato e com viandas leves. Botem-lhe pratos mais elaborados e ele marca golos – esqueçam o cozido à portuguesa… mas rojões, talvez, talvez.
.
.
.
Azevedo Loureiro Alvarinho 2017
.
Origem: Vinho Verde
Produtor: Sogrape
Nota: 5,5/10
.
.
Quinta de Azevedo Reserva 2017
.
Origem: Vinho Verde
Produtor: Sogrape
Nota: 6,5/10
.
.
.
Nota: Estes vinhos foram enviados para prova pelo produtor.

Quinta de Pancas Arinto Reserva 2015 + Quinta de Pancas Chardonnay Reserva 2015 + Quinta de Pancas Reserva 2014 Cabernet Sauvignon Alicante Bouschet & Sirah + Quinta de Pancas Grande Reserva 2013

A Quinta de Pancas é uma propriedade de referência. O tempo vale o que vale e, neste caso, a memória está um pouco longe – parte por demérito e parte por Portugal ter conhecido uma explosão de bons produtores. Todavia, de há uns ano que se vê o esforço para a recuperação da fama e, felizmente, com resultados.
.
Fingindo perceber de técnicas agrícolas e enológicas, a lembrança e o presente dizem-me que só se fará mau vinho por vontade. Ficou conhecida pelo seu cabernet sauvignon.
.
O Quinta de Pancas Arinto Reserva 2015 é qualquer coisa de… adoro a casta e a propriedade tem um encanto…
.
.
O Quinta de Pancas Chardonnay Reserva 2015 está lindo. Aliando a gordura ao frescor do local. Belo.
.
O Quinta de Pancas Reserva 2014 Cabernet Sauvignon Alicante Bouschet & Sirah é. Não sei explicar. Sinto-o uma união – bom casamento – das diferentes cultivares além do que esperava.
.
O Quinta de Pancas Grande Reserva Tinto 2013 está num patamar acima. Ganhou complexidade com o tempo e penso que poderá crescer. É uma junção de touriga nacional (50%), alicante bouschet (30%) e petit verdot (20%).
.
.
.
Quinta de Pancas Arinto Reserva 2015
.
Origem: Regional Lisboa
Produtor: Quinta de Pancas
Nota: 6,5/10
.
.
Quinta de Pancas Chardonnay Reserva 2015
Origem: Regional Lisboa
Produtor: Quinta de Pancas
Nota: 6/10
.
.
Quinta de Pancas Reserva 2014 Cabernet Sauvignon Alicante Bouschet & Sirah
Origem: Regional Lisboa
Produtor: Quinta de Pancas
Nota: 6/10
.
.
Quinta de Pancas Grande Reserva 2013
.
.
.
Nota: Estes vinhos foram enviados para prova pelo produtor.

quarta-feira, agosto 01, 2018

Monólogo Arinto 2017 + Monólogo Avesso 2017 + Monólogo Chardonnay 2017

Monólogo à mesa é uma chatice. Mais dedos tenho nos dedos do que as celebrações jantarícias foram a só e mais vinho.
.
Por isso, acho graça quando se chama monólogo a um vinho. O termo é fácil de entender: monovarietais.
.
O Monólogo Avesso 2017 (mais) uma prova que esta casta foi maltratada. Quem não conheça, que! Fresco e gastronómica, além de simpatizar numa conversa sem tempo.
.
O Monólogo Arinto 2017 é… opá! Acho que a casta branca portuguesa que mais gosto é a arinto. Antigamente, no Minho chamavam-lhe pedernã. Não sei se a nomenclatura mudou, mas a designação «antiga» parece-me feia. É fresco, para a mesa e para a conversa.
.
Costumo rabujar com castas estrangeiras quando estão em denominações de origem tradicionais. Se passam para regionais, aí é diferente. Por isso, um chardonnay minhoto não me horroriza.
.
O Monólogo Chardonnay 2017 tem um simpático oscilar entre a gordura destas uvas e a acidez da região. Face a anos anteriores, gostei mais deste.


Monólogo Arinto 2017
.
Origem: Vinho Verde
Produtor: A&D Wines
Nota: 6,5/10
.
.
Monólogo Avesso 2017
.
Origem:
Produtor: A&D Wines
Nota: 6,5/10
.
.
Monólogo Chardonnay 2017
.
Origem: Regional Minho
Produtor: A&D Wines
Nota: 6,5/10
.
.
.
Nota: Estes vinhos foram enviados para prova pelo produtor.

Vila Flor Reserva Tinto 2015


A Casa d’Arrochella tem vindo a desenvolver um trabalho consistente. Na qualidade e na credibilidade. O Vila Flor Reserva Tinto 2015 cumpre o que se tem feito nesta firma do Douro.
.
O Vila Flor Reserva Tinto 2015 fez-se com três das principais casata da região: touriga nacional, touriga franca e tinta roriz. O vinho estagiou nove meses em barricas de carvalho francês.
.
É o Douro.
.
.
Origem: Douro
Produtor: Casa d’Arrochella
Nota: 7/10
.
.
.
Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.

terça-feira, julho 31, 2018

Portalegre 2015


Os vinhos Portalegre fazem parte da minha história. Quando comecei a levar este óbi mais a sério, estes faziam parte do catálogo de preferências.
.
A Adega Cooperativa de Portalegre afundou-se, como muitas outras. Renasceu como Adega de Portalegre Winery, que tem à frente Manuel Rocha, que bom trabalho fez na Companhia das Quintas e na Adega Cooperativa de Borba.
.
É um projecto novo, com uma designação algo diferente, com um gestor reconhecido… São vinhos diferentes, aqueles que agora lá se fazem
.
Porém, o prazer que me deu Portalegre 2015 lembra-me – embora não seja nostálgico – um tempo em que tudo me é diferente. Não é igual – como se pudesse ser – mas está cá a memória.
.
Este fez-se castelão, aragonês, trincadeira, grand noir e alicante bouschet. Estagiou 18 meses em barricas de carvalho francês.
.
.
.
Portalegre 2015
.
Origem: Alentejo
Produtor: Adega de Portalegre Winery
Nota: 7,5/10
.
.
.
Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.

Portal do Minho Alvarinho e Trajadura 2016 + QM Nature Alvarinho 2016

Durante muitos anos – demasiados – os produtores da sub-região de Monção e Melgaço andaram a vender alvarinho em vez do seu território. Tiro corrigido. Bom nome dá o QM Nature Alvarinho 2016.
.
Aqui, o alvarinho é o alvarinho que dá fama e merece proveito. Belíssimo vinho!
.
.
.
Portal do Minho Alvarinho e Trajadura 2016
.
Origem: Vinho Verde
Produtor: Quintas de Melgaço

Nota: 7,5/10
.
.
QM Nature Alvarinho 2016
.
Origem: Vinho Verde
Produtor: Quintas de Melgaço
Nota: 7,5/10

segunda-feira, julho 30, 2018

Periquita Branco 2017 + Periquita Rosé 2017 + Periquita Tinto 2016 + Periquita Reserva 2016


Um é um clássico – aqueles que são mesmo clássicos, que embora tenham vindo a evoluir na forma, vem de 1850. Os outros são mais recentes, mas arcam com o peso da marca.
.
O Periquita Branco 2017 fez-se verdelho, viosinho, viognier e sauvignon blanc. É mesa e é conversa. Gosto disto!
.
Esquecendo aqui o ano e referir apenas a referência, é rosé que me desgosta. Com tanta gente a elogiá-lo, o erro será meu. Por auto-sugestão, por derrota, por convencimento ou por alteração do «coiso», o Periquita Rosé 2017 deu-me alegria.
.
Se das outras vezes lhe puxei a nota para cima – reconhecendo a qualidade pelo que compensando na avaliação – desta vez é por inteiro. A bem dizer está nos 4,5 por mérito e não por correcção. Fez-se com touriga nacional, castelão e aragonês.
.
O Periquita Tinto 2016 é o chefe da casa, aquelo que arca com mais de 100 anos de história. Por isso, todo o cuidado não é demais, pois sustenta os irmãos. Ano a após ano, nunca desilude.
.
O Periquita Reserva 2016 está uns danoninhos acima. Gosto muito! Fez-se com castelão (56%), touriga nacional (22%) e touriga francesa (22%) – casta assim dita como mestre Domingos Soares Franco defende e que muito provavelmente com razão.
.
Ah! Este vinho foi à madeira, oito meses em barricas de carvalho francês. Heresia! Parece-me que hoje só os vinhos sem estágio em madeira é que são bons.
.
.
.
Periquita Branco 2017
Origem: Regional Península de Setúbal
Produtor: José Maria da Fonseca
Nota: 5/10
.
.
Periquita Rosé 2017
Origem: Regional Península de Setúbal
Produtor: José Maria da Fonseca
Nota: 5,5/10
.
.
Periquita Tinto 2016
Origem: Regional Península de Setúbal
Produtor: José Maria da Fonseca
Nota: 6/10
.
.
Periquita Reserva 2016
Origem: Regional Península de Setúbal
Produtor: José Maria da Fonseca
Nota: 7/10
.
.
.
Nota: Estes vinhos foram enviados para prova pelo produtor.

Marquês de Borba Branco 2017 + Pouca Roupa Branco 2017

O Verão é! Não vale a pena complicar. Vinhos fáceis – nada de pejorativo, antes pelo contrário – para a comida leve que apetece nesta estação e/ou para a conversa.
.
Como habitualmente, não penalizo bons vinhos que não goste. Em coerência, não inflaciono aqueles mais apetitosos. Como aqui mando eu – sou prepotente – a antão vaz é casta penalizada!
.
O Marquês de Borba Branco 2017, junção de arinto de antão vaz e viognier, é para ser bebido à mesa.
.
Já o Pouca Roupa Branco 2017 bebe-se em qualquer parte. Gosto mesmo! É uma aliança de verdelho, sauvignon blanc e viosinho.
.
Aparentemente, face ao que escrevi, as notas não parecem coerentes. Isto deve-se ao reconhecimento de que são vinhos com trabalho diferenciado, em que o primeiro obrigou a um esforço superior… a antão vaz…
.
.
Marquês de Borba Branco 2017
.
Origem: Alentejo
Produtor: João Portugal Ramos
Nota: 4/10
.
.
Pouca Roupa Branco 2017
Origem: Regional Alentejano
Produtor: João Portugal Ramos
Nota: 4,5/10
.
.
.

Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.

domingo, julho 29, 2018

Croft 430th Anniversary


A firma Croft é das poucas casas que cruzaram séculos. Henry Thomson, em 1581, pôde usufruir de direitos, conferidos pela Rainha Isabel I, de Inglaterra, relativos ao comércio de vinho. Em 1588 a firma tornou-se membro da Merchants Company of York.
.
Quando da constituição da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro – que constituiu, em 175,6 a região demarcada do Douro e que ainda hoje existe enquanto empresa vitivinícola – já a Croft existia há mais de 150 anos.
.
Muito provavelmente, os vinhos que foi mercando seriam diferentes do que são hoje. Seriam fortificados ou na família dos Douro? Não importa, por aqui e agora. O Croft 430th Anniversary, grafado como Celebration Edition, um Reserve Ruby. Trata-se de um reserva ruby.
.
Há locais e eventos onde só se vai convidado. Extrapolando ou apanhando alguma similitude, indicam-me a cortesia e o bom-senso não pontuar um vinho.
.
.
.
Croft 430th Anniversary
.
Origem: Porto
Produtor: Croft
Nota: X/10

Covela Avesso 2017 + Covela Arinto 2017 + Covela Rosé 2017 + Covela Escolha Branco 2015 + Covela Reserva Tinto 2007 + Covela Fantástico 2014 + Covela Firestorm


Covela Avesso 2017 + Covela Arinto 2017 + Covela Rosé 2017 + Covela Escolha Branco 2015 + Covela Reserva Tinto 2007 + Covela Fantástico 2014 + Covela Firestorm
.
O que se pode dizer da Quinta de Covela? Já tanto se escreveu… não vou chover no molhado nem me pôr a inventar. Como habitualmente, não ligo a descritores.
.
Gosto! Gosto muito! Gosto mesmo muito! São vinhos que os enófilos principiantes devem conhecer. São uma janela didáctica, onde se espelha a sub-região de Baião.
.
Aqui o Vinho Verde não tão óbvio. Nesta propriedade fazem-se vinhos que não se encaixam nos estereótipos, mantendo a linha comum, na região, da frescura atraente. Quem começa a beber conhece aqui muita coisa e fica impressionado.
.
A aguardente chama-se Firestorm… percebe-se porquê. Porém, é duma elegância e frescura que!
.
Especial, é o Covela Fantástico 2014, branco onde o granito do Vinho Verde se aproxima do xisto do Douro.
.
Ah! Sim, há tinto… mas não aquele decapante feito de vinhão.
.
.
.
Covela Avesso 2017
.
Origem: Vinho Verde
Produtor: Covela
Nota: 6/10
.
.
Covela Arinto 2017
.
Origem: Vinho Verde
Produtor: Covela
Nota: 6,5/10
.
.
Covela Rosé 2017
.
Origem: Vinho Verde
Produtor: Covela
Nota: 6/10
.
.
Covela Escolha Branco 2015
.
Origem: Vinho Verde
Produtor: Covela
Nota: 6,5/10
.
.
Covela Reserva Tinto 2007
.
Origem: Vinho Verde
Produtor: Covela
Nota: 7/10
.
.
Covela Fantástico 2014
.
Origem: Vinho Verde
Produtor: Covela
Nota: 8,5/10

Monte Velho Branco 2017 + Monte Velho Tinto 2017


Respeito muito quem consegue, ano após ano, fazer um vinho com uma linha identitária coerente. Quem compra Monte Velho sabe o que está a comprar.
.
Não são vinhos que me agradem. Nunca dou notas negativas a vinhos que são bem-feitos, mesmo que não os aprecie. Reconheço a competência técnica dos enólogos e ponto final.
.
Muita gente gosta e é isso que importa. O que conta o prazer.

Monte Velho Branco 2017
.
Origem: Regional Alentejano
Produtor: Esporão
Nota: 3/10
.
.
Monte Velho Tinto 2017
Origem: Regional Alentejano
Produtor: Esporão
Nota: 3,5/10
.
.
.
Nota: Estes vinhos foram enviados para prova pelo produtor.

sábado, julho 28, 2018

Dona Matilde Branco 2017 + Dona Matilde Tinto 2015 + Dona Matilde Reserva Tinto 2015 + Dona Matilde Porto Colheita 2010

A autenticidade é uma virtude. Seria tudo tão mais fácil se não inventassem para estragar. O que vem da Quinta Dona Matilde é genuíno. Não é preciso pensar muito para se perceber que os vinhos vêm do Douro.
.
Não penalizo vinhos bons que não gosto, nem vice-versa.  O Dona Matilde Branco 2017 não é para mim. Os brancos durienses raramente me contentam – mas a nota é absolutamente positiva. Fez-se com arinto, viosinho, rabigato e gouveio.
.
O Dona Matilde Tinto 2015 já está no meu paladar. Fez-se com as uvas exigidas no Douro – poderia ser outra coisa? É touriga nacional, touriga franca e tinta amarela.
.
O Dona Matilde Reserva Tinto 2015 é a soma de 15 castas, maioritariamente tinta amarela, mas com destaque para a touriga nacional e touriga franca. Surpreendentemente, apareceram-me toques cítrico – aqui tinha mesmo de usar um descritor.
.
O Dona Matilde Porto Colheita 2010… não é Porto Colheita quem quer. Mais que se diga é demais – os descritores ficam, uma vez mais, nos meus apontamentos, que sistematicamente são entreténs.
.
.
.
Dona Matilde Branco 2017
.
Origem: Douro
Produtor: Quinta Dona Matilde
Nota: 5,5/10
.
.
Dona Matilde Tinto 2015
.
Origem: Douro
Produtor: Quinta Dona Matilde
Nota: 6,5/10
.
.
Dona Matilde Reserva Tinto 2015
.
Origem: Douro
Produtor: Quinta Dona Matilde
Nota: 7/10
.
.
Dona Matilde Porto Colheita 2010
.
Origem: Porto
Produtor: Quinta Dona Matilde
Nota: 8/10

Casa da Esteira Reserva Tinto 2014 + Casa da Esteira Touriga Nacional 2015


Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. O vinho é um objecto transaccionável e que pode ser avaliado às cegas, para que não exista o efeito rótulo, em concurso ou noutra prova «científica», assim-assim o é.
.
Para mim, o rótulo importa. Aliás, o que está no rótulo. Melhor dizendo, o que é o rótulo. Ainda mais, quem faz o vinho. Não penalizo vinhos bons que não gosto nem exagero nas avaliações dos que mais me contentam.
.
Estes são vinhos da Joana Pratas e do João Nápoles. Simpáticos, afáveis e competentes. Não é por isso que os seus vinhos são bons nem o seriam inversamente. Gosto deles – produtores e vinhos – e, por isso, e neste caso, sinceramente, não lhe acrescento meio ponto.
.
Casa da Esteira Reserva Tinto 2014 fez-se com uvas de «vinhas velhas, onde se misturam tinta amarela, tinto cão, touriga franca, touriga nacional, sousão, tinta francisca, entre outras» – lê-se na informação. Vides com 42 a 67 anos, fincadas no xisto.
.
Casa da Esteira Touriga Nacional 2015. É o que diz, de plantas com dez anos.
.
Um e outro deram-me cabo da alma, no bom sentido. É que são o Douro. Agora até parece mal elogiar-se o Douro – outras regiões estão na moda –, porém é a que mais me preenche.
.
.
.
Casa da Esteira Reserva Tinto 2014
.
Origem: Douro
Produtor: Parceiros na Criação
Nota: 8/10
.
.
Casa da Esteira Touriga Nacional 2015
Origem: Douro
Produtor: Parceiros na Criação
Nota: 7,5/10

Legado Tinto 2013

Um vinho de homenagem não tem preço. Um vinho que carrega a sabedoria e se transmite é sempre excepcional
.
O Legado Tinto 2013 foi o último a ser entregue pelo SenhorFernando Guedes.
.
Por todas essas características, este não é um vinho qualquer.
.
.
.
Origem: Douro
Produtor: Sogrape
Nota: X
.
.
.
Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.

Cartuxa Colheita 2014


Contar acerca dum clássico ou se resume a um parágrafo ou se escreve um livro. Opto pela primeira hipótese. Assim acontece com o Cartuxa Colheita 2014.
.
É um vinho em que se deve ver o rótulo, pois faz parte da sua identidade e memória – era um desejo quando ganhava pouco, infelicidade que se mantém. Claro que há as «provas científicas», em que acontecem surpresas e se produzem muitas asneiras. É talvez um Alentejo antigo, cuja longevidade traduz a sua qualidade.
.
Porém, é lamentável o peso da garrafa. Quando é necessário o esforço colectivo para se conseguir um meio ambiente melhor, aqui acontece o contrário. A pegada de carbono é grande.
.
.
.
Cartuxa Colheita 2014
.
Origem: Évora – Alentejo
Produtor: Fundação Eugénio de Almeida
Nota: 7/10
.
.
.
Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.

quinta-feira, julho 05, 2018

Monte da Ravasqueira Alvarinho 2015 + Monte da Ravasqueira Nero d’Avola 2013 + Monte da Ravasqueira Touriga Franca 2013 + Monte da Ravasqueira Syra Viognier 2013

O Alentejo é tão igual a Alentejo que há, cada vez mais, produtores a afirmarem que o seu Alentejo é diferente. Como tudo na vida: uns são e outros não. Acredito que alguns «não» acreditem genuinamente que fazem vinhos realmente invulgares.
.
Ora, no caso do Monte da Ravasqueira existe uma dissemelhança relativa aos outros Alentejo. Os vinhos são mais frescos e a orografia ajuda à complexidade. Esta é a parte que arrogo a sentença dogmática. Quando se lhe acrescenta uma equipa técnica competente, o resultado é sempre positivo.
.
A opinião, assumidamente parcial, vinca-me só a mim, na justiça e na injustiça. Não sou capaz de elogiar um vinho que só rime com o meu gosto. Tento não penalizar bons, mas que apenas não aprecio.
.
Nestes três vinhos há penalizações derivadas do gosto. Continuando o que escrevi anteriormente, avalio-os nos parâmetros de gosto e somo-lhes um factor de aceitação qualitativa. Ainda assim, estes recebem notação claramente positiva – sem favores nem simpatias da minha parte.
.
Monte da Ravasqueira Alvarinho 2015: Não sou propriamente adepto de vinhos alentejanos da casta alvarinho. Normalmente tornam-se enjoativos. Neste caso, as condições naturais e a competência técnica, do enólogo para avaliar e aplicar o conhecimento, colocam-no num patamar bem acima da média. É um vinho que agrada ao nariz e que fica na boca.
.
O Monte da Ravasqueira Nero d’Avola 2013 não me transporta para a Sicília – local onde não estive e sobre a qual o meu conhecimento assenta nos filmes sobre a Mafia e do vinho. Sendo de uma terra quente, a casta resulta aqui muito bem, com frescura e alguma saudável gulodice. É um vinho para acompanhar comida, obrigatoriamente.
.
Opinar sobre o Monte da Ravasqueira Touriga Franca 2013 é mais complicado. Sinceramente, não sei onde termina o gosto e começa a injustiça. Estarei a penalizá-lo porque o sinto aquém do desejado ou elogio porque a casta está no topo da minha preferência?
.
No Douro não se apresenta a solo (que saiba ou me lembre), mas nota-se o que é pelo exercício da avaliação indirecta, com a linha condutora. Penso que a solo não vai muito longe e, saindo do seu berço, também fica aquém do potencial.
.
Com excepção de José Mota Capitão e de Domingos Soares Franco, a Sul, não conheço touriga franca que me satisfaça. Aliás, nem haverá muita gente a tê-la plantada, coisa que parece estar a mudar – acredito que desnecessariamente.
.
É um vinho muito bem feito. Será um vinho que alcance a grande maioria dos consumidores. Não o querendo injustiçar, não lhe posso escrever laudas.
.
O Monte da Ravasqueira Syra Viognier 2013 é uma equipa maravilha, junção aprovada na Côtes du Rhone. Em equipa vencedora não se mexe. Claramente, este ramalhete é diferente da relação em França – ou noutros locais – e mal seria.
.
O Monte da Ravasqueira tem o calor e a frescura. Quanto a mim, a ligação nascida aqui está muito alta, relativamente a Portugal.
.
.
.
Monte da Ravasqueira Alvarinho 2015
Origem: Regional Alentejano
Produtor: Sociedade Agrícola Dom Dinis - Monte da Ravasqueira
Nota: 6/10
.
.
Monte da Ravasqueira Nero d’Avola 2013
Origem: Regional Alentejano
Produtor: Sociedade Agrícola Dom Dinis - Monte da Ravasqueira
Nota: 6,5/10
.
.
Monte da Ravasqueira Touriga Franca 2013
Origem: Regional Alentejano
Produtor: Sociedade Agrícola Dom Dinis - Monte da Ravasqueira
Nota: 6/10
.
.
Monte da Ravasqueira Syra Viognier 2013
Origem: Regional Alentejano
Produtor: Sociedade Agrícola Dom Dinis - Monte da Ravasqueira
Nota: 7/10

segunda-feira, junho 25, 2018

Fernando Guedes – 29 de Dezembro de 1930 – 20 de Junho de 2018

Fernando Guedes, uma das mais importantes figuras do sector vitivinícola português, findou esta sua passagem pelo mundo terreno, aconteceu a 20 de Junho.
.
Sou dos que não acreditam na morte. Não nascemos no mundo nem morremos eternamente. Mesmo assim – aceite-se ou discorde-se desta minha crença – Fernando Guedes deixa uma obra mais rica do que a generalidade de todos nós: uma grande empresa, de âmbito mundial.
.
Fernando Guedes foi responsável por muito do sucesso da Sogrape. Deixara a gestão da empresa há vários anos, passando os encargos para os seus filhos. Manteve-se na sua órbita, como, à falta de termo mais adequado – consultor.
.
Esta desencarnação não deixará a empresa órfã – certeza que pôde saborear enquanto viveu. A vida – esta de carne e osso – continua. A melhor forma de o homenagear é seguir o seu exemplo e continuar a sua obra.
.
Aos descendentes, Fernando Guedes deixou um outro legado, uma homenagem, feito de emoção, afecto, de reconhecimento e gratidão. Os Legado são vinhos únicos, de qualidade superior.
.
Todavia, o que importa é o homem que agora desencarnou. Voltará.

domingo, junho 24, 2018

Herdade das Servas Reserva Branco 2016 + Herdade das Servas Vinhas Velhas Tinto 2014 + Herdade das Servas Colheita Tardia Branco + Herdade das Servas Licoroso Tinto

A verdade é que somos analógicos. Precisamos de tocar, de mexer e de sentir as coisas. A agricultura tem esse fascínio, impressiona todos os sentidos. Porque a terra já não se faz, a sua posse é um bem ímpar. A sua perpetuação, como se fosse um membro da família que antecede e sucede, merece lembrança de datas.
.
A família Serrano Mira está na Herdade das Serva há 350 anos. São 13 gerações de lavradores, que, em São Bento do Ameixial (Estremoz), fizeram e fazem vinho – desde 1667. Recentemente, a firma apresentou novidades, de topo de gama, entre as quais duas estreias: um colheita tardia e um licoroso tinto.
.
O Herdade das Servas Reserva Branco 2016 é um lote de arinto (50%), verdelho (25%) e alvarinho (25%). Daqui resulta um vinho simultaneamente fresco e substancial. No Alentejo, a casta do Minho setentrional costuma gerar rebuçados. Certamente com muito cuidado quanto ao momento da sua colheita e o sábio acompanhamento da arinto, este é um vinho muitíssimo agradável e que obriga a sentar à mesa para comer. Acerca do verdelho não me ocorrer dizer nada – não imagino, mesmo!
.
O Herdade das Servas Vinhas Velhas Tinto 2014 tem a minha memória de Alentejo e do bom que isso causa em mim. O lote é composto por alicante bouschet (45%), trincadeira (25%), touriga nacional (25%) e petit verdot (5%). Tem uma acidez incomum na região. Provavelmente pode viver durante vários anos.
.
O Herdade das Servas Colheita Tardia Branco (sem data) é uma curiosidade. É interessante, quanto à apreciação, e didáctico, quanto à comparação. Embora a climatologia de Estremoz não seja propícia ao surgimento da botrytis cinerea, deu-se o caso de ter acontecido, uma vez que a vindima se realizou em Novembro. Fez-se apenas com uvas semillon. É um vinho rico em percepção de açúcar, mas sem uma gulodice fatigante.
.
O Herdade das Servas Licoroso Tinto (sem data) alinha-se na tradição dos licorosos. Este fez-se com uvas alicante bouschet (60%), trincadeira (20%) e aragonês (20%). É um vinho guloso e agradável, que teve o azar de nascer num país muito rico e diverso nesta especialidade.
.

Herdade das Servas Reserva Branco 2016
.
Origem: Regional Alentejano
Produtor: Herdade das Servas
Nota: 6,5/10
.
.
Herdade das Servas Vinhas Velhas Tinto 2014
.
Origem: Regional Alentejano
Produtor: Herdade das Servas
Nota: 7/10
.
.
Herdade das Servas Colheita Tardia Branco
.
Origem: Regional Alentejano
Produtor: Herdade das Servas
Nota: 6/10
.
.
Herdade das Servas Licoroso Tinto
.
Origem: Regional Alentejano
Produtor: Herdade das Servas
Nota: 5,5/10

sábado, junho 23, 2018

Real Companhia Velha Séries Donzelinho Branco 2016 + Real Companhia Velha Séries Gouveio 2016 + Real Companhia Velha Séries Tinto Cão 2015 + Real Companhia Velha Séries Malvasia Preta 2015 + Real Companhia Velha Séries Cornifesto 2015 + Real Companhia Velha Séries Bastardo 2014

A história não se faz apenas com datas. O conhecimento é uma herança e uma dívida, para com os antepassados e os descendentes. O espólio constrói-se com vidas e responsabilidade. Doutra forma, ficam as datas e, no tempo, os números vazios não deixam sequer risco.
.
A Real Companhia Velha, criada por ordem do primeiro marquês de Pombal, em 1756, tem essa obrigação da memória. A recuperação, reinterpretação e divulgação de castas durienses são acções importantes, quer para a região quer para o país. Não sei como definir, se etnografia ou arqueologia ou as duas – termos obviamente adaptados.
.
Já lá vão seis meses… ando numa irresistível inércia, por coisas várias, de lento despertar das letras. Não apenas neste blogue, mas também no que vive ao lado. Portanto, a 18 de Janeiro foram apresentados seis novidades, com a marca Séries – designação dos produtos em fase de experiência comercial.
.
Pedro Silva Reis, um dos gestores da empresa, afirma querer saber do Douro escondido, de castas e de vinhas. Jorge Moreira, enólogo da firma, acompanha nessa procura da raridade e da especificidade.
.
Sim, isso… isso do terroir! Uma designação usada como colecção de factores naturais – é disso que a Real Companhia Velha quer tirar proveito. Todavia, o terroir não é só um cabaz de natureza – quem sou eu para o afirmar? Mas sou atrevido.
.
Quanto a mim, o homem é também elemento desse ramalhete. A sua intervenção – mesmo que seja nula, é uma acção voluntária – permite tirar partido de todas essas essências. O Homo sapiens sapiens percebeu a natureza e, através da observação, criou o conhecimento para instituição da agricultura. A divagação fica por aqui.
.
Real Companhia Velha Séries Donzelinho Branco 2016 (branco) é «uma das castas mais exóticas e invulgares que está plantada no planalto de Alijó», refere a informação dada pela empresa. O clima fresco e os terrenos férteis permitem vinho de características invulgares na região, refere a nota informativa.
.
Sou avesso a descritores, a menos que sinta algo diferenciador. No nariz senti-o muito verde – alegre e fresco – como a dos caules das azedas, flores bravias que os meninos trincam. Na boca apreciei-o muito delicado.
.
O Real Companhia Velha Séries Gouveio 2016 (branco) é claramente diferente do anterior. É mais guloso, de pêra (williams?) verde. Mas também seco, como uma pedra. Face ao anterior, é mais delicado de aroma, mas mais substancial na boca.
.
O Real Companhia Velha Séries Tinto Cão 2015 (tinto) tem a classe e o carácter da nobreza duriense, um equilíbrio entre a altivez (finura ou elegância) e a ruralidade. Da qualidade potencial já se sabia, ou não fosse da tradição e da redescoberta.
.
O Real Companhia Velha Séries Malvasia Preta 2015 (tinto) destaca-se completamente da imagem que tenho dos tintos da região. É uma mescla de aromas e de sabores – rico. Aqui, o meu descritor só vale para mim: é «bonito».
.
O Real Companhia Velha Séries Cornifesto 2015 (tinto) é, dentro desta colecção, o que ficou abaixo na minha apreciação. A empresa refere que a cornifesto é uma das castas mais antigas do Douro.
.
A nota informativa revela que tem características aromáticas complexas, de fruta madura e especiarias… Pois, para mim, cheira-me ao «vinhum», lembrança de coisas e de sítios de que não gosto. Quem sou eu para desenhar? Por reconhecer-me anão, face a quem o criou, tenho de humildemente o valorizar. Como aqui escrevo a minha opinião, sou o dono da bola, tenho de o penalizar. Ou seja, subo-lhe a nota em um ponto.
.
O Real Companhia Velha Séries Bastardo 2014 (tinto) é uma festa. O meu pensamento – excêntrico e dado ao exagero da paixão – conta-me da alegria da criança a abrir as caixas dos brinquedos. É variado e complexo nos aromas, muito rico na boca – seco, rugoso e a exigir comida.
.
.
.
Real Companhia Velha Séries Donzelinho Branco 2016
.
Origem: Douro
Produtor: Real Companhia Velha
Nota: 7/10
.
.
Real Companhia Velha Séries Gouveio 2016
.
Origem: Douro
Produtor: Real Companhia Velha
Nota: 7/10
.
.
Real Companhia Velha Séries Tinto Cão 2015
.
Origem: Douro
Produtor: Real Companhia Velha
Nota: 7/10
.
Real Companhia Velha Séries Malvasia Preta 2015
.
Origem: Douro
Produtor: Real Companhia Velha
Nota: 8/10
.
.
Real Companhia Velha Séries Cornifesto 2015
.
Origem: Douro
Produtor: Real Companhia Velha
Nota: 6/10
.
.
Real Companhia Velha Séries Bastardo 2014
.
Origem: Douro
Produtor: Real Companhia Velha
Nota: 8,5/10