quinta-feira, dezembro 31, 2009

Pêra Manca Branco 2001

Este foi dos vinhos que maior prazer me deu a beber em 2009. Bem evoluído, muito complexo.
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No nariz nota-se aromas de resina, fruta cristalizada, um discreto toque de mel. Na boca não desilude o que o nariz prometeu, com boa acidez, alguma mineralidade e a frescura conferida pelo arinto.
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Origem: Évora - Alentejo
Produtor: Fundação Eugénio de Almeida
Nota: 8,5/10

San Joanne Passi [2008]

O rótulo não indica o ano, mas dá para perceber, por uma nota no contra-rótulo, que é de 2008. O vinho foi-me recomendado na Garrafeira de Campo de Ourique, pela simpática Mafalda Santos, e a dica compensou.
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É Fresco, traz passa, mas não demasiado doce nem pesado. Tem um bom final e é feliz por não ser demasiado alcoólico (10,5%).
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Origem: sem referência [Vinho Verde / Minho]
Produtor: Casa de Cello
Nota: 7/10

Le Volte 2006

Um italiano de grande interesse. No nariz gostei das bagas, da ameixa, quase em passa, e da presença da madeira. A boca não desiludiu e apreciei os taninos ainda por domesticar.
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Origem: Toscana IGP
Produtor:
Nota: 7/10

Weighbridge Peter Lehmann Cabernet Sauvignon Merlot 2006

Eis um vinho absolutamente desinteressante e, apesar disso, a preço impensável. Custou quase 10 euros, montante que permite a compra de coisas bem boas.
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É um vinho com notas florais e ameixa preta. Magro e curto de boca.
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Origem: South Australia
Produtor: Peter Lehmann
Nota: 3/10

segunda-feira, novembro 30, 2009

Quinta do Cardo Reserva 2006

A Quinta do Cardo produz um dos brancos mais interessantes e com carácter do país. Mas, desta feita, a conversa é outra: um tinto. Menos ilustre do que o irmão, este reserva mostra igualmente as potencialidades da Beira Interior no que ao vinho diz respeito.
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Embora esteja próxima da região do Douro, a Quinta do Cardo situa-se num planalto que a faz divergir quanto a clima. Daí resultam as diferenças quanto aos durienses tintos, pois mostra-se mais fresco.
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Esta colheita fez-se inteiramente com uvas touriga nacional, visto sobressairem as vantagens face aos diferentes lotes experimentados pela equipa de enologia.
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No nariz, a fruta do bosque domina, mas há também nuances florais, de cacau, de especiarias e de menta. Na boca o padrão é semelhante.
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Origem: Beira Interior
Produtor: Companhia das Quintas
Nota: 5,5/10
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Nota: Este vinho foi entregue para prova pelo produtor.

Herdade da Farizoa Reserva 2006

Gostei! Bebi-o primeiro na companhia do enólogo que dirigiu a sua produção e, depois mais tarde, calmamente com amigos. É um quase monovarietal de touriga nacional (80% - aragonês 10% e syrah 10%) com notas florais, fugindo a monotonia, com ameixa, cacau e especiarias. Na boca surpreende também, através da frescura que evidencia, destoando dos «calores» alentejanos.
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Origem: Regional Alentejano
Produtor: Companhia das Quintas
Nota: 5,5/10
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Nota: Este vinho foi entregue para prova pelo produtor.

quarta-feira, novembro 25, 2009

Fiuza Sauvignon 2009

É talvez o primeiro vinho do ano a ver a luz do mercado. Sinceramente, está muito bem. Muito bem mesmo. É fresco como é suposto ser, descomplicado e simpático. Ideal para mariscadas, lembra o Verão.
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No nariz está sedutor: erva cortada e tangerina, depois passa a tangerina e pêra cozida, mais tarde a tangerina descascada e maracujá. A boca evolui na mesma direcção.
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Não é o meu vinho, mas não deixa de ser uma boa aposta. Satisfeito.
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Origem: Regional Tejo
Produtor: Fiuza e Bright
Nota: 5,5/10
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Nota: Este vinho foi enviado para prova pela empresa de comunicação da marca.

quarta-feira, novembro 18, 2009

Bétula 2008

Estou num dilema: gosto dum vinho, mas que me irrita. O vinho é bom e ponto final. O que me irrita é o estrangeirismo no (nosso) Douro. Não havia nexexidade! O vinho é um bom vinho… humm!...
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O Bétula chegou-me pelo correio e fiquei logo com vontade de o provar. Razão? O rótulo. A coisa funciona. Reconheço que os meus olhos também bebem e este tem um ar fresco e jovem, que apela ao seu consumo.
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Quanto ao vinho, também é fresco e jovem, com todos os encantos que daí advêm. Porém, penso que terá alguns anos pela frente, por via da sua viva acidez. Está lá e é agradável.
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Eu cá gosto! Gosto muito de viognier (que faz metade do lote). Gosto menos de sauvignon blanc (que faz a restante metade). Contudo, o resultado é positivo. A primeira fermentou em madeira e a outra só conheceu inox.
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Daqui resulta um vinho regional, o que, por esta via de produção, significa uma alfinetada nos meus critérios de apreciação. Na verdade, os produtores durienses têm tanto direito às castas internacionais quantos os de qualquer outra região. No entanto, é sempre uma pedrada na especificidade. Se a moda pega e lá se vai a personalidade duma região, coisa que já acontece na Bairrada, que abandalhou o seu ADN.
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O líquido tem um aroma frutíco (acho que a palavra não existe), muito alegre e vivaço. Nele nota-se sobretudo o pêssego, mas com alguma atenção vislumbro um risco suave, ao de leve, de tangerina, coisa que para mim é bem agradável. Na boca continua a fruta e uma boa acidez.
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Origem: Regional Duriense
Produtor: Quinta do Torgal
Nota: 7/10
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Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.

domingo, novembro 15, 2009

Quinta das Bágeiras Super Reserva Bruto 2006

Ora aqui está um espumante que me fez sorrir de felicidade. Quando há qualidade e não há pretensões é meio caminho andado para eu gostar. É limpinho! Com nota de fruta fresca, algum rebuçado sem exagero, bolha fina e persistente. Coisa viva, vivinha. uma maravilha!
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Origem: Bairrada
Produtor: Mário Sérgio Alves Nunno
Nota: 7/10

sexta-feira, novembro 13, 2009

Vietti Barolo Castiglione 2004

Este vinho encantou-me fortemente na primeira vez que o provei, numa apresentação na embaixada de Itália, em Lisboa, a que fui a convite do amigo Miguel Bucellatto. Nessa primeira apreciação apressada fascinaram-me, sobretudo, os taninos e a ameixa que dentro do copo pedia que a bebessem.

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Bebi-o uma segunda vez em casa do amigo Turco e com o Nasser. Lamento que não tenham gostado tanto deste vinho quanto eu, mas paciência. Cada um tem o seu nariz e sua boca.

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Este vinho é tão pouco parecido com os portugueses. Tem a personalidade da região donde vem, não faz cedências ao Novo Mundo. Não é um vinho de grande corpanzil, embora a sua fruta seja poderosa. Mas não é magro. Não é estupidamente alcoólico, com o teor a rondar os 12 graus e meio - não me recordo bem, mas sei que anda por aí. É elegante, como um príncipe.

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No nariz é complexo, mais do que na boca, o que não significa que esta fique aquém. Sentem-se aromas de ameixa, fruta do bosque, onde se levanta a amora, violetas e especiarias. Na boca demonstra belíssimos taninos e uma acidez desafiante. Este vinho, com a idade, irá dar de falar.

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Origem: Barolo, Piemonte - Itália

Produtor: Vietti

Nota: 8/10

domingo, novembro 01, 2009

Grainha 2006

A sensação que tive, quando abri a garrafa, foi que tinha descascado uma tablete de chocolate preto: tresandava. Depois de respirar um pouquinho, esse enjoo deu lugar a um outro, de empestamento de compota, de ginja.
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A ginja veio também à boca. Um líquido «açucarado», é o que é. Um frutadinho sem subtilezas. Uma pasmaceira de vinho. Um corpo desinteressante, taninos redondinhos sem carisma e um final curtíssimo. O álcool notava-se e bem, apesar dos 16 graus a que foi servido.
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No rótulo, a palavra grainha repetida em diferentes línguas. Teve graça. Mas menos inteligente foi o «oak maturated». Para quê? Porquê em inglês? Porquê só em inglês. Coisa pretenciosa.
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Andamos ou queremos andar a fazer vinhos iguais aos que fazem em todo o Novo Mundo. Para quê? Eles lá fazem-no quase sempre melhor e a preços mais justos.
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A «coisa» custa à volta de 10 euros, mas devia custar 3, não mais. Não o achei melhor que os Cabriz, Grilos e Estevas deste mundo. Mas esses, ao menos, custam bem menos e não têm pretensões a coisa nenhuma.
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Origem: Douro
Produtor: Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo
Nota: 3,5/10

quinta-feira, outubro 29, 2009

Vinha do Almo Homenagem 2006

Sinceramente, gostei. Se bem que ande um pouco arredio dos vinhos do Novo Mundo, no qual, acho, o Alentejo anda ou quer fazer parte, este tinto caiu-me bem. Não que o seja em absoluto, porque até tem momentos em que se torna mais nacional. Caiu-me bem.
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É um vinho onde se nota a fruta bravia (em vez de silvestre, bravia tem mais cachet, acho), compotas e um toque de canela. Gostei da acidez e os taninos, bem redondos, ajudaram a que apreciasse o resultado.
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Origem: Regional Alentejano
Produtor: Herdade dos Perdigões
Nota: 6/10

quarta-feira, outubro 28, 2009

Isto é que foi uma almoçarada

O senhor Santos, simpático proprietário da Garrafeira Campo de Ourique, lembrou-se de juntar uns amigos à volta da mesa, dar-lhes de comer e matar-lhes as sedes com algumas alegrias, com história, da sua garrafeira. Fui um dos beneficiados pela generosidade. Começou por volta das 14 horas e terminou às 18 horas.
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Para fazer buraquinho no estômago, para melhor entrar a comida, veio Champanhe Bauget Jouette Cuvée, que, naturalmente, é um lote de vinhos de diferentes anos. A coisa começou bem.
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Para primeiro prato, o senhor Santos escolheu um carpaccio de polvo com rúcula. Belo! O Champanhe estendeu-se até aqui.
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A seguir apareceu um fígado, vivo, macio e quase vivo, com grelos e figo seco. Uma delícia! Acompanhou-se com um MJC (Colares) branco de 1989. Bem evoluído, com boa boca e, apesar dos seus vinte anos, ainda mantém frescura.
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O prato que me encantou até ao enlevo foi o de cabrito. Muito jovem e tenrinho e molhado à antiga portuguesa, disse-me o anfitrião. A escolta-lo vieram batatas e chalotas a murro, grelo e pasta de figo seco. Neste momento foram servidos os vinhos da tarde, todos tintos.
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A abrir o concerto esteve um Messias Garrafeira de 1978, sem denominação de origem, mas que se deduz ser da região bairradina. Manteve a acidez e os taninos mostraram-se polidos. Nele, chocolate, vegetais cozinhados – infelizmente não consegui identificar –, figo e ginja (obrigado, oh Agosto). Muito elegante e suave.
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Sucedeu no palco um Aliança Garrafeira Particular 1958, também sem indicação de proveniência e que deixou alguma dúvida se da Bairrada ou se do Dão – voto pela primeira, até porque a denominação Dão existia já na época, enquanto a da Bairrada só foi instituída em 1979. Embora outros vinhos de pasto possam ter o igualado ou superado, este foi o que mais me encantou. Muito elegante e em grande forma, o que valeu os primeiros «Ahs!», sem desprimor para os anteriores.
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É então que chegou o Château Gruau Larose de 1982, denominação (AOC) Saint Julien, com o seu couro, fruta cozida, lenha de forno.
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Talvez o mais aplaudido nos de pasto tenha sido o Château Labérgarce Zédé de 1986, indicação Margaux. Nele, bolo, fumo, confitados… e mais que não identifiquei. Mea culpa!
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Para finalizar os comes, encharcada de ovos. Para junto dela vieram, primeiro, um Century Port J. H. Andresen, um tawny (aloirado no rótulo) de 1945. Gordo! Caramelo, amêndoa, noz, figo seco. Depois, a estrela das estrelas: Miles Boal Solera de 1864, com as suas elegâncias: caramelo, algum verniz, pastelaria, madeira mogno e um toque ligeiro de banana madura. Muito elegante e com boa acidez .
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Pensam que foi tudo? Não! A malta pediu e implorou – não quero culpar ou denunciar ninguém, mas houve uns mais do que outros, como é costume nestas coisas – e o senhor Santos concedeu: Armanhaques.
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Dois La Fontaine de Coincy, Bas Armagnac, de 1945 e outro, da mesma procedência, de 1985. O segundo muito afinadinho, como a voz suave dum menino de coro a cantar missa. O primeiro, já adulto, mais interessante e complexo, com notas de madeira, canela, terra, compotas e rebuçado.
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Por todas estas coisas, vai um grande obrigado e abraço para o senhor Santos. A companhia – da Isabel Lucas e dos Agostinho Leite, José Manuel Dentinho, Tiago Teles, Fernando Melo e Luís Miguel Viana – também foi uma cena bué fixe!

sábado, outubro 24, 2009

Jantar de 23 de Outubro

Ao todo éramos seis, mas foram dois que sobressaíram: o picareta-falante A e a pita tagarela I. O Guillaz sempre foi dizendo qualquer coisa e a SB, sempre recatada e calminha, mostrou mais vontade de se fazer ouvir. E o que eles falaram!... tive de os pôr fora de casa ou hoje à tarde ainda estariam aqui na cavaqueira.
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A noite teve quatro momentos altos: o Auster, o vazar duma garrafa sobre a toalha, obra do incansável A, o estilhaçar duma chávena e pires de café, obra do impagável A, e a varridela final, quando os meti lás fora.
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O primeiro vinho da noite foi um Casa Santos Lima Chardonnay 2008 (regional Estremadura), com a untuosidade que caracteriza esta casta, sem ser pesado, e fresco… fruta tropical e erva cortada. Este vinho acompanhou paiola de porco alentejano, os peixinhos da horta e os camarões em alho.
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A entrada prevista era de chamuças… mas a Dona Emília em vez de doze trouxe trinta. Assim, a especialidade, indiana e da senhora, foi servida com honras de prato principal. Às frituras, para contrabalançar, foi servido puré de castanhas.
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Os tintos foram o Casa de Santar Reserva 2005 (Dão), algo austero, mas com boas notas de fruta vermelha, o Duas Quintas 2007 (Douro), vivo nos aromas e com fruta notável, e Auster Reserva 2002 (Douro), em plena forma, com agradáveis aromas terciários, de confitados, um toque suave de cogumelos, uma pitada de especiarias.
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Para finalizar, veio para a mesa um derretível bolo de chocolate, trazido pela SB. Acompanhou-se, e lindamente, com o Auster.
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A conversa decorreu animada, com os decibéis a irem demasiadamente frequente a níveis proibidos pela lei e pela decência das horas. Felizmente, não aconteceu, como noutros tempos, vir um vizinho à porta ou ao telefone queixar-se do ruído.
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Casa Santos Lima Chardonnay 2008
Tipo: Branco
Origem: Regional Estremadura
Produtor: Casa Santos Lima
Nota: 6/10
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Duas Quintas Tinto 2007
Tipo: Tinto
Origem: Douro
Produtor: Ramos Pinto
Nota: 5/10
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Casa de Santar Reserva 2005
Tipo: Tinto
Origem: Dão
Produtor: Sociedade Agrícola de Santar
Nota: 6/10
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Auster Reserva 2002
Tipo: Tinto
Origem: Douro
Produtor: Eborae Vitis e Vinus
Nota: 7/10
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Nota: A imagem designa-se por «A refeição dos camponeses» e é da autoria dos irmãos Nain.

terça-feira, outubro 13, 2009

Lancers Free

Será que o álcool é parte integrante do vinho? Diria que sim. Mas o que se pode chamar a um vinho a que tiraram o álcool? Vinho, certamente. À falta de melhor vocábulo, vinho é a palavra adequada.
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Tirar o álcool ao vinho é legítimo? É com certeza. Mesmo que não se queira chamar-lhe vinho, tudo é legítimo desde que não ponha em causa a saúde pública. E neste domínio convém lembrar que o abuso de álcool é um problema de saúde pública e de segurança pública.
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Pode chamar-se de mera bebida, de produto apenas, mas será isso mau? Os produtores de vinho pertencem a alguma casta de escol, apenas porque o são? Não! Há empresa que merecem confiança e boa reputação. É o caso da José Maria da Fonseca.
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E que o Lancers Free seja apenas um produto, uma mera bebida adocicada, que mal tem isso? Nunca vi tamanhas críticas a produtores e a vinhos como a que muitos «eruditos» têm feito. Porquê? Porque o vinho é sem álcool. E quantos vinhos são meros produtos, sem interesse nem glória?
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O problema não está em ter ou não ter álcool, mas no facto de ser ou não agradável. Podem os mais críticos afirmar que o Lancers Free é mau ou desinteressante. De facto não é interessante nem desafiador, mas não diria mau, pois não é um produto mal feito.
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O agradável depende da boca de cada um. O agradável depende do momento. O agradável pode até depender do objectivo. O final duma tarde de praia, em que se tem de conduzir para casa, não pode ser um momento para beber um vinho sem álcool? Pode com certeza.
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Como vinho não me desperta qualquer interesse. Digo apenas que me pareceu bem feito, coisa que se exige a uma empresa de bebidas, de vinho ou do que quer que seja. É doce, é rebuçado, é refrigerante. Mas, à falta de melhor palavra, é vinho. O marketing da empresa fará o melhor que pode e sabe, o que se compreende e se exige. Comprar é uma opção e experimentar é uma ideia.
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Para rematar, devo dizer que bebo melhor este vinho do que a esmagadora maioria dos vinhos baratos que por aí povoam as cartas de vinhos. Dou-lhe, por isso, uma nota positiva.
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Origem: Vinho de mesa
Produtor: José Maria da Fonseca
Nota: 3/10

segunda-feira, outubro 12, 2009

Herdade do Esporão 1º Prémio da Confraria dos Enófilos do Alentejo 2007

A empresa do Esporão convidou alguns bloguistas de vinho para a apresentação do vinho do seu orgulho: o vencedor do Concurso dos Enófilos do Alentejo. O acontecimento deu-se em Reguengos e o convívio foi bem giro... a malta diverte-se. Estiveram presentes os parceiros da adegga, do art meets bacchus, do copo de 3, do lapas, do magna casta, do pingas no copo e do saca a rolha... espero não me ter esquecido de ninguém, se o fiz peço desculpa e espero que me mandem a nota de culpa para eu corrigir a posta.
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Embora a estrela da tarde tenha sido o «mano» de 2000, o campeão de 2007 conseguiu uma belíssima prestação. Ao contrário desse mais antigo, que foi um monovarietal, o vencedor de 2007 é de lote: alicante bouchet, touriga nacional, touriga franca e syrah.
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Está belo, o vinho, mas promete evoluir para melhor. Gostei da evocação de ameixas pretas e do cacau, no nariz. Na boca, achei um pouco excessivo os frutos vermelhos compotados, mas bastante bem, todavia.
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Fizeram-se apenas três mil garrafas deste fora de série, ilustradas com dois rótulos com a arte de Ana Jotta.
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Origem: Regional Alentejano
Produtor: Esporão
Nota: 7,5/10
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Nota: Este vinho foi provado no contexto duma visita ao produtor, feita a convite da empresa do Esporão.

Herdade do Esporão 1º Prémio do X Concurso «Os Melhores Vinhos do Alentejo» 2000

Tem-se a ideia de que os vinhos alentejanos não têm grande longevidade. É o problema das generalizações. As médias nunca cobrem as franjas. Este vinho raríssimo, feito exclusivamente com alicante bouchet, já com nove anos, ainda aguenta uns três ou cinco anos.
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O vinho demonstra ainda frescura, com matérias raras ou exóticas, que alguns designarão por balsâmicas, mas que prefiro dizê-las da outra forma. Está bastante elegante e foi «roubado» à garrafeira particular do accionista de referência da empresa, José Roquette.
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Os da casa chamam-lhe «vinho santo», devido à imagem de Nossa Senhora (?), da autoria de Álvaro Pires de Évora, que ostenta no rótulo. É um papel estranho, que nada tem a ver com a tradição do produtor. O pintor renascentista e este vinho mereciam melhor ilustração. Mas fora isso, «tasse bem».
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Origem: Regional Alentejano
Produtor: Esporão
Nota: 8/10
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Nota: Este vinho foi provado no contexto duma visita ao produtor, feita a convite da empresa do Esporão.

Esporão Reserva 2007

Este é um tinto quase guloso, em estilo internacional, coisa que, aliás, caracteriza os produtos deste produtor. Gostei! Abunda a fruta vermelha madura, temperada por notas de pimenta. Gostei da madeira, da acidez e dos taninos.
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Origem: Regional Alentejano
Produtor: Esporão
Nota: 6/10
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Nota: Este vinho foi provado no contexto duma visita ao produtor, feita a convite da empresa do Esporão.

sexta-feira, outubro 02, 2009

Cedro do Noval 2005

Estou com alguma dificuldade em escrever acerca deste vinho, porque a definição não entra bem em nenhuma das minhas gavetas. É claramente uma boa aposta, belo vinho. Porém, não vai completamente com o meu gosto. Mas o que têm os leitores a ver com o meu gosto? Não poderia reservar-me e guardar isso para mim? Podia, mas não era a mesma coisa. Como sempre disse esse factor de satisfação do gosto pessoal é determinante nas apreciações aqui no blogue. Portanto, temos um belo vinho, mas que não satifaz bem o gosto pessoal. Contudo, também não desagrada. Nem está num meio caminho, apenas não encaixa em nenhuma definição.
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Achei-o um pouco pesado, ligeiramente monótono, muito mainstream - ou, se preferirem, de «modinha» -, o que não é, necessariamente um defeito. Não sendo, lembrou-me muito os vinhos típicos do Novo Mundo, muito monovarietal. Mas não é, nem uma coisa nem outra.
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Para mim tem excesso de fruta, gostaria dele mais sóbrio. O chocolate nota-se bem, mas é, de alguma forma, subalternizado. Não é que não goste de vinhos com grande concentração de fruta, apenas achei este excessivo, sem que isso seja, obrigatoriamente, um defeito - continuo eu nas contradições ou com dificuldade de o encaixar nas gavetas.
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Origem: Regional Duriense
Produtor: Quinta do Noval
Nota: 6,5/10

domingo, setembro 27, 2009

Mythos 2005

Uma amiga falara-me bem. Mas não há nada como experimentar. É um vinho muito fácil de se gostar: guloso, encorpado, mas com os taninos ainda um pouco por polir. Mais interessante na boca do que no nariz, o sabor é fortemente compotado, com frutos de baga e ameixa preta. Bom prazer.
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Origem: Regional Ribatejano
Produtor: Casal da Coelheira
Nota: 7/10

Má Partilha Merlot 2005

Os monovarietais têm a desvantagem de serem mesmo complexos, são mais óbvios. Este não é excepção, mostrando a casta com rigor. É um belo vinho, que me deu prazer já em final de jantar, quando a conversa de barriga cheia fica mais solta. Achei-o não muito efusivo de aromas, notando-se variações vegetais e hebáceas. Na boca destacou-se o chocolate, sem enjoos.
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Origem: Regional Terras do Sado
Produtor: Bacalhôa
Nota: 6,5/10

sexta-feira, setembro 25, 2009

Barca Velha 1982

Consta-me – dizem-me os enormes amigos PR e VR – que abri uma destas quando o pai deles morreu, para o homenagear, visto ser adepto dos vinhos do Douro, em geral, e do Barca Velha, em particular. Não me lembro, mas sei que os convidei para minha casa para tomar um copo e restabelecer forças, num dia tão difícil, e que abri uma boa garrafa.
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A situação aconteceu em 1994. Ontem, o amigo NP convidou-me, mais à IQ e ao PR, para apreciar uma garrafa de 1982, idêntica à tal de 1994, no Varanda de Lisboa, que, para quem não sabe, fica no topo do Hotel Mundial, no Martim Moniz, junto à Praça da Figueira. O sítio tem uma colecção apreciável de garrafas e merece uma investigação mais aprofundada.
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Que tal o vinho? De início com forte impacto a palha e aromas orgânicos. Com o tempo foram evoluindo e clarificando-se, desaparecendo a palha e realçando o couro. Primeiro camélias, depois jasmim. Um fino traço de frescura, algo trufado com o tempo. Está ali para mais uns bons anos.
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Tão boa quanto o vinho foi a amizade e o convívio dos amigos. Faltou lá o MR! Vai daqui um abraço para ele, esteja ele onde estiver.
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Origem: Douro
Produtor: Casa Ferreirinha
Nota: 8,5/10

Pombal do Vesúvio 2007

Este vinho foi-me vivamente recomendado por amigos. Como são gente de confiança, em vinhos e amizade, não hesitei em provar. Gostei bastante e penso que o preço é justo (ronda os 15 euros). É um vinho encorpado, um duriense à séria, quase rústico – a MS afirma mesmo que o é. É um vinho com fruta madura, tons orgânicos, mas nada cansado ou cansativo, com mineralidade.
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Origem: Douro
Produtor: Quinta do Vesúvio
Nota: 7/10

quinta-feira, agosto 27, 2009

Vale da Judia 2006 (Tinto)

Quero dizer isto enquanto ainda é Verão! Há tintos que se levam muito bem no estio. Este é um deles. Embora todos mereçam cuidados.
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Não é um vinho de arromba, mas leva-se bem com carnes leves, de preferência acompanhadas com legumes. É para se beber novo. Este que provei já tinha quase três anos, mas estava em forma.
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Fixem! Começo a ficar fã da Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões. Disse-o a uma amiga minha e companheira de vinhos. Ela corrigiu-me: «do Jaime Quendera!...». Tive de concordar. Bons e baratos.
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Origem: Regional Terras do Sado
Produtor: Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões
Nota: 4,5/10

Herdade do Esporão Verdelho 2008

Este Esporão foi dos brancos que melhor me soube neste Verão. Houve que lhe levou a palma (por acaso ainda não o postei, mas... quem sabe), porém, nestes calores tenho andado chato com o que bebo.
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Quando o apreciei houve uma coisa de que gostei: o preço! Dezasseis euros em restaurante parece-me absolutamente aceitável. O que não gostei foi do serviço, que, como é costume neste país, peca pela ignorância; veio bem frio e com manga térmica, pelo que tive de a tirar (não veio grande mal ao mundo por o ter sido eu a fazê-lo) e esperar que a temperatura se aproximasse dos valores recomendáveis. Ainda tive uma mini discussão com o empregado, que insistiu que eu tinha de o beber por uma flute (minúscula e má, por sinal) e não pelos copos que indiquei, que, não sendo bons, sempre eram melhores. Bem, mas esses problemas não foram do vinho.
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Achei-o elegante e cosmopolita. Não é um vinho de piscina típico, mas não ficaria mal numa tarde de prazeres junto à água. Podia não ser português, embora o seja, até na casta que o faz. Apreciei as citações de citrinos e de frutas tropicais sem enjoo.
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Origem: Regional Alentejano
Produtor: Herdade do Esporão
Nota: 6/10

Vila Santa 2006

Esta marca é um valor seguro. E aos anos que já vai para o mercado, é um feito. É bom haver marcas em que se tem confiança.
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Foi este o raciocínio da minha amiga Gi quando o comprou para iluminar o jantar comigo. Fiz um sorriso aberto. E ela, receosa, achava que eu só complico nestas coisas e situações... devo meditar sobre o assunto.
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É algo floral, mas nele se nota bem a madeira. Sem exageros, diria que, felizmente, pouco aletejanão. Manifestamente interessante e prazenteiro.
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Por fim, quero apenas notar o preço. Não que seja estrambólico, mas pelo mesmo valor já se conseguem algumas coisinhas mais salivantes. Os produtores têm de começar a avaliar melhor os seus preços; a tendência tem de ser para baixo, sob pena de virem outros ganhar mercado. Este achei-o um a dois euros acima do merecido.
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Origem: Regional Alentejano
Produtor: João Portugal Ramos
Nota: 6/10

Porta dos Cavaleiros 2000

Há vinho que lembram o antigamente. Esta é uma marca clássica duma região tradicional. Uma boa surpresa, agradável a revelação, muito acima da percepção da moda, da indicação do preço ou do preconceito snobe.
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Lembra-me os almoços domingueiros lá em casa. Não querendo entrar em intimidades, digo que há uns anos abati uma que «sobrara» ao meu pai... era de 1983 e estava em grande forma, mas, infelizmente, não fiz apontamento.
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É um vinho fora de época (e de momento - é Verão e os cuidados exigem-se) e a quem o tempo já ajuda no resultado final. Sinceramente, gostei!
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Origem: Dão
Produtor: Caves São João / Sociedade dos Vinhos Irmãos Unidos.
Nota: 5,5/10

domingo, agosto 16, 2009

Quinta do Soque 2006

Tem um corpo médio e deixa-se beber com facilidade. Gostei da cor rubi e da presença da madeira. Achei que a touriga franca brilha sobre as outras castas, o que sempre é uma desvantagem, por uma se sobrepor às outras. Bebe-se agradavelmente. Não quer ser mais do que é, e é muito mais do que os concorrentes neste nível de preços. Paguei 10,50 euros em restaurante e fiquei satisfeito. Espero que este jovem produtor tenha sucesso e que a um bom produto não suceda uma mercadoria desinteressante.
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Origem: Douro
Produtor: Quinta do Soque
Nota: 5/10

terça-feira, agosto 11, 2009

Mulher bebendo vinho





















Pintura de Gerard Ter Borch II.

Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas 2007

Normalmente não gosto de surpresas... é um lugar-comum dize-lo. Ou melhor, devia dizer que não gosto de surpresas desagradáveis. Gostei deste vinho, o que já não é surpresa. Portanto, gostei e não foi surpresa, apesar de surpreendente.
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Nele sobressai a madeira, mas também a fruta preta e vermelha, mais da primeira. Elegantíssimos taninos.
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Veredito: delicioso e bastante guloso.
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Origem: Douro
Produtor: Quinta do Crasto
Nota: 8/10

quarta-feira, julho 08, 2009

Old Madeira Wine Malmesey Solera 1880

As palavras saem mais facilmente para criticar do que para aplaudir. Não acontece só comigo, é humano e talvez só os Santos sejam diferentes. Por outro lado, é difícil explicar os esplendores. Como definir, para além dos chavões habituais, o prazer que uma coisa dá?
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Vou pelos chavões habituais: nariz complexo e elegante, onde sobressaía o caramelo, a baunilha, as passas e especiarias. A boca com uma doçura aveludada, elegante e gulosa. Uma óptima forma física.
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Mais não sei dizer; só que a casa que o produziu foi criada apenas três anos antes deste vinho, em 1877.
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Agradeço ao meu amigo SGC ter-me dado a provar esta pomada.
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Origem: Madeira
Produtor: H. M. Borges
Nota: 9/10

Muralhas de Monção Rosé 2008

Gosto do Muralhas branco. Penso ser um vinho honesto, descontraído e feliz com a comida. Por isso, fui esperançado no irmão rosado desse vinho Verde. Contudo, a aposta não mereceu. Este não merece comida nem grande convívio.
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Eu, que normalmente me marimbo para a relação entre a qualidade e o preço, aprecio esse equilíbrio no Muralhas Branco. Coisa que não existe no Rosé. A garrafa custou menos de quatro euros e não merecia mais do que um euro e meio.
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O tio dum amigo meu arreliava-se quando abria uma garrafa de Vinho do Porto com algum porte e lhe diziam que era docinho, banalizando e desvalorizando a nobreza do vinho. Pois, por analogia e por castigo digo deste vinho que é fresquinho. Tão simplesmente porque se bebe a uma temperatura feliz para a canícula.
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No nariz lembra rebuçado. Na boca é dum doce enjoativo e desinteressante. O que tem de frescura de temperatura física, mérito do arrefecimento artificial, falta-lhe em frescura natural. É um aborrecimento. Não gostei também de ser frisante.
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Não digo que o vinho seja mal feito, porque quem o faz já deu muitas e regulares provas de saber fazer vinho. Digo é que há momentos e produtos infelizes. As uvas que o fizeram mereciam descanso e não prensagem. Só por serem quem são é que subo meio ponto à mais baixa das minhas classificações positivas.
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Origem: Vinho Verde
Produtor: Adega Cooperativa de Monção
Nota: 3,5/10

terça-feira, julho 07, 2009

Monsaraz Rosé 2008

Achei-o melhor para uma tarde bem passada à conversa do que para uma refeição... eventualmente para uma sobremesa de fruta. O mal que lhe vejo é também o seu trunfo: o doce. Pelo estilo não vou lá, mas reconheço-lhe potencial. No nariz lembra-me sobretudo morangos, mas onde se revela mais interessante é na boca, que se faz lembrando compota de amoras. Pelo preço vale bem a pena.
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Origem: Alentejo
Produtor: Carmim
Nota: 5/10

sexta-feira, junho 26, 2009

Jantar de 25 de Junho

Algumas vezes gabei as minhas conquistas na mesa, o que talvez não me tenha ficado bem. Dirão os meus amigos que cozinho bem e que sou um tipo simpático. Direi, vaidoso, em minha defesa que me limitei a narrar factos. Pensarei, honestamente, que houve sucessos empolados e que preciso de comer muita poeira na estrada antes de me fazer ao caminho.
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Desta vez não vou ser benévolo comigo. Bem sei que nem sempre os meus cozinhados são aplaudidos ou merecem notas sonoras de agrado de quem os come. Porém, tenho algum sentido crítico. Há vezes em que não levo palmadinhas nas costas é porque, por cá, já se banalizou o comer bem. Há vezes em que não levo nas orelhas porque as pessoas são simpáticas, cordatas, educadas e amigas.
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Hoje (ontem) foi diferente. A comida estava boa. Nem demais passado nem de menos. Nada disso. Porém, não estava de estrondo, que é sempre o orgasmo que procuro. Dizem os meus amigos que gosto de fazer experiências com seres humanos (com eles), é verdade. Pensar em comida, imaginar receitas, experimentar práticas, improvisar soluções e obter aplausos. Nem sempre este último item é conseguido ou completamente conseguido. Porém… porém…
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Porém, apesar de tudo não houve manifestações sonoras e visuais de regozijo. Porque já cá comeram melhor. Porque já comeram melhor. Porque o resultado final não foi proporcional ao empenho e à ideia. Risco de quem gosta de criar. Contudo não sou artista profissional nem académico ou iluminado pelo deusa da comida, que os pagãos chamariam de Mesa e os recicladores católicos de Santa Mesa.
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Mas, então, o que veio para a mesa? Omeleta de frango do campo com presunto de porco preto alentejano e trufas pretas, acompanhadas por arroz de manteiga com cogumelos nameco. Nem sal a mais nem sal a menos. Porém, a alquimia deslumbra mais na descrição do que no paladar. Para sobremesa, umas belíssimas cerejas da Gardunha.
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Nota de destaque para o vinho. O vencedor da noite foi o Fagote (branco) 2008, do Douro, vencedor em boca e surpresa. O melhor no nariz foi o Passadouro (branco) 2008, do Douro, mas que ficou aquém das expectativas, até porque foi o vinho mais caro da noite. Uma boa aposta foi o Adega de Pegões (branco) 2008, regional Terras de Sado, que, além de custar uma ninharia se bateu com dignidade com vinhos com o quíntuplo do preço. Podia não ter havido uma desilusão, mas apenas um último classificado. Contudo, houve um vinho, que não sendo mal feito, não valeu a aposta nem o preço, o Gadiva (branco) 2008, do Douro.
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Posto isto, resta-me despedir, como o saudoso, e felizmente ainda vivo, engenheiro Sousa Veloso: Despeço-me com amizade até ao próximo programa.
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Nota 1: Se alguém gostou verdadeiramente que o diga ou que se cale para sempre.
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Nota 2: Pintura de Antoon Claeissens.
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Nota 3: À mesa estiveram a Tagarela, a Nanda e o Nasser.

quinta-feira, junho 25, 2009

Mercadores

Governadores da Corporação dos Mercadores de Vinho.
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Nota: Pintura de Ferdinand Bol.

sexta-feira, junho 05, 2009

Esporão Reserva Branco 2008

Este é um vinho para se bater desde meados da Primavera até Outono adentro. Não é um vinho de piscina, mas também não é um combatente de pesados. Gostei da fruta bem casada com a madeira, e apreciei os citrinos da boca.
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Origem: Alentejo
Produtor: Esporão
Nota: 6/10
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Nota: Este vinho foi enviado para prova pela empresa de comunicação do produtor.

Monte Maior Branco 2007

Pareceu-me um vinho correcto e agradável. Apreciei a fruta, algo tropical com um toque de laranja, e a presença floral. Uma boa aposta para esta época.
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Origem: Regional Alentejano
Produtor: Adega Mayor
Nota: 6/10

sábado, maio 09, 2009

Casa Santos Lima Moscatel 2008

Apaixonei-me por este vinho mal o provei. Muito delicado, diria feminino, sem não me interpretarem o termo como de machismo.
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Tem aromas e notas típicas do moscatel, mas vai mais além. Muito floral, onde abundam as rosas, este branco desafia por não ser, em absoluto, um moscatel.
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Origem: Regional Ribatejano
Produtor: Casa Santos Lima
Nota: 6,5/10

Ypsilon 2006 (tinto)

Andava a apetecer-me algo de diferente, que fugisse à regra das minhas regiões preferidas. Entrei na casa onde habitualmente me abasteço e tirei uma garrafa de Ypsilon.
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Puxei-a por dois motivos, um deles não objectivo. O lógico foi o apetite por diferenciado e o subjectivo a vestimenta da garrafa.
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Pedi conselho e responderam-me afirmativamente. Confio sempre na opinião do senhor Arlindo Santos.
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É um vinho que não é o típico português, embora não seja o rosto dos internacionais. Algo a meio do caminho. Muito fácil, elegante, guloso, com bom corpo. Aroma a frutos pretos e levemente floral. Quanto a paladar deu-me a sensação de algum cacau e a ginja.
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Levei-o à boca com fetuccini de pesto e alheira de caça grelhada. Gostei muito da combinação e do jantar. Mas quanto a esta última parte, guardo-a para mim, que o assunto é privado.
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Origem: Regional Algarve
Produtor: Algra
Nota: 7,5/10

sábado, abril 25, 2009

Bucellas & Collares Edição do Centenário 2007

O estabelecimento das denominações Bucelas e Colares completou, em 2008, o primeiro centenário. Para assinalar a data, a Adega Regional de Colares e a Companhia das Quintas uniram-se-se para fazer uma edição limitada.
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O vinho resulta da junção das castas rainhas das duas regiões, o Arinto e a Malvasia de Colares. Devido a Bucelas ser obrigatoriamente uma região de branco, o resultado final não poderia ser outro que não um branco. O ano da colheita foi o de 2007.
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As equipas enológicas das duas casas debateram os diferentes lotes e decidiram-se por uma equivalência das duas castas. A natureza ditou que o vinho fosse um casamento de comunhão de bens, em que se devidem as responsabilidades de modos iguais.
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Assumido apreciador de Bucelas e muito respeitoso quanto aos Colares brancos, a minha avaliação quase só podia ser positiva. Porém, o vinho ultrapassou as expectativas. A elegância é muito grande, a complexidade desafiante e a surpresa presente.
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Este Bucellas & Colares é mais do que a adição aritmética do Arinto com a Malvasia de Colares. Dois e dois não são, necessariamente, quatro. Mas, os filhos têm sempre os genes dos pais e lá estão os aromas cítricos e tropicais do Arinto, a maçã, pêra e flores da Malvasia de Colares, unidas por uma mineralidade muito agradável e frescura explícita.
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Não sei se para próximos anos haverá mais parcerias para um Bucellas & Collares, mas, nem que mais não seja, espero estar presente no próximo centenário.
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Origem: Regional Estremadura - Bucelas e Colares.
Produtor: Adega Regional de Colares e Companhia das Quintas.
Nota: 8/10

sexta-feira, abril 24, 2009

Vinha da Defesa Branco 2008

Aí está um vinho para o Verão, indicado para marisco e peixe grelhado. Devido à minha embirração a frutos tropicais, no nariz não me encantou, embora o ramalhete olfactivo ainda tenha ainda tons citrinos. Na boca é frutado sem exageros. O vinho surpreendeu-me pela positiva.
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Origem: Regional Alentejano
Produtor: Herdade do Esporão
Nota: 5/10
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Nota: Este vinho foi enviado para prova pela empresa de comunicação do produtor.

domingo, abril 12, 2009

Voyeur 2006

Este tinto tem cenas que gostei e outras que nem tanto. Apreciei a forma como evoluiu e mostrou a sua complexidade. Não gostei do toque abaunilhado da abertura. Apreciei a evolução em caramelo e o distanciamento face ao retrato robô dos vinhos do Douro. No início julguei-o menos interessante do que é. Contudo, não é o meu vinho... mas gostos são gostos e aqui não se questiona a qualidade do bicho.
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Origem: Douro
Produtor: Niepoort
Nota: 7/10

domingo, março 29, 2009

O jantar de 28 de Março de 2009

A mesa era para ter sido posta para uma só pessoa, a Susana Borges, a quem devia um jantar sem o que para si é escusado: carne vermelha. Eu que não sabia, andei a «envenena-la» vezes sem conta. Fui-me lembrando de mais gente fixe e fazendo convites. Consegui ter cá o João Braz, que é um cromo difícil de apanhar e um garfo Michelin. Acrescentei a Isabel Colher, que trouxe atarrachada a pequena Catarina, e o Pedro Sol, que é um catita recém conhecido (gostei dele). Convidados ausentes só a Mafalda Santos e a Ana Suspiro... malandras!
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Menos importante, porque o principal é o convívio com os amigos, mas inevitavelmente pronunciável é o que veio para a mesa. À laia de couvert vieram peixinhos da horta e cascas de batata fritas, acompanhadas por espumante Soalheiro Bruto.
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A entrada fez-se com cogumelos portobello com pesto e queijo chévre gratinados. Entrou em cena o vinho da noite, o Projectos Chardonnay 2004. Houve ainda uma salada de rúcula selvagem, passas, pinhões e pevides de abóbora, temperada com azeite Esporão (DOP Moura), vinagre balsâmico Fini (Modena) e flor de sal.
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O prato principal constituiu-se de frango com mostarda no forno e batatas cozidas passadas na frigideira.
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Para a sobremesa vieram requeijão («Seia»), doce de abóbora e ameixa de Elvas. Terminou com um gelado de frutos silvestres. A acompanhá-las sentou-se à mesa Dow's Midnight.

Estação Branco 2007

Fiquei muito contente com este vinho. Vivinho, com boa acidez e com untuosidade. É frutado, como ameixa granca, mas sem ser minimamente enjoativo.
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Foi uma bela sugestão da amiga Mafalda, que sabe destas coisas. E o preço... maravilhoso.
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Origem: Douro
Produtor: Domingos Alves de Sousa
Nota: 6/10

Projectos Chardonnay 2004

Ainda o ano vai a um terço e já me apareceu um vinho que promete ser dos melhores de 2009. Veio cá ter a casa através do amigo João Braz, que, além de bom amigo, é um garfo Michelin.
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O que tem este vinho? Sobretudo uma enorme elegância. A casta chardonnay dá do melhor que tem. É floral e com muita mineralidade. Um facto algo surpreendente foi o finíssimo e discreto perfume abaunilhado, muito muito ligeiro, porque, de acordo com o produtor, não houve estágio em barricas de carvalho americano. Gostei muito da forma como foi evoluindo.
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Origem: Regional Trás-os-Montes
Produtor: Niepoort
Nota: 8/10

domingo, março 22, 2009

Um brinde à Primavera

É este o momento de beber um rosé. Não gosto da Primavera e com este calor ainda menos. Por isso mesmo, amanhã enterro os pés na areia e celebro com rosé. Viva às festas na praia!


your love (ian pooleys summertime mix) - noel nanton

quinta-feira, março 12, 2009

Monte Velho Branco 2008

Eis um dos primeiros 2008 a anunciar o Verão... É a Primavera a chegar, com a promessa de dias quentes. Jovem, este vinho não pode, à partida, bater-se no campeonato dos grandes brancos, mais complexos. É um vinho frutado, com notas suaves flores e de maracujá e, mais notórios, tons cítricos. O sabor é intenso, mas pouco complexo. É um vinho bastante leve, sem pretensões a não ser a promessa de acompanhamento duma conversa descontraída à beira da piscina ou na esplanada. Penso que mesmo para vegetais e mariscos é pouco interessante. É um vinho de piscina e basta-lhe. Não se lhe exija mais do que isso. Não tem defeitos, mas também não promete nada, não desafia nem tem interesse.
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Nota do bloguista: Este vinho foi enviado para prova por responsável de comunicação do produtor.
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Origem: Regional Alentejano
Produtor: Esporão
Nota: 3,5/10

terça-feira, março 10, 2009

Vale d'Algares Branco 2007

Quando me levaram a Vale d’Algares já ia com alguma lição estudada, mas, ao certo, não sabia bem aonde ia. Tinha registado que a casa recebera notas muito elogiosas em concursos (coisa que vale o que vale e depende donde vale) e da imprensa da especialidade. Quando me puseram o vinho à frente fiquei prontamente impressionado. Muito fresco, nada pesado e, contudo, um leão a bater-se com pratos de carne, no caso rosbife e cabrito assado. Este vinho tem um nariz complexo, notando-se o chocolate branco, alperce, tangerina, fruta tropical e mineralidade. Muito interessante a evolução dos aromas que, nunca desaparecendo uns para aparecer outro, foram mostrando-se de formas diferentes. Na boca é bastante untuoso e com bela acidez, donde resulta um bom equilíbrio.
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Nota do bloguista: Quando cheguei a casa e fui introduzir as notas é que reparei que tinha provado a colheita de 2006. Não sei por que esse vinho se me apagou da memória. Contudo, não foi por ter má nota, pois registou um 6. Quanto à diferença na pontuação entre as duas colheitas, ou foi porque se tratou da primeira colheita e havia vários acertos a fazer ou porque me faltou concentração.
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Origem: Regional Ribatejano
Produtor: Vale d'Algares
Nota: 8,5/10

Guarda Rios Branco 2007

Mais do que um vinho de piscina para alegrar uma tarde quente de Verão ou amena de Primavera. Este é um vinho leve e fresco, mas com bom sentido gastronómico. É tropical, com um maracujá fácil de notar e um ananás que se vai levantando aos poucos, mas ainda citrinos, limão e tangerina. Tem um toque verdoso que lhe sublima a frescura. Na boca é untuoso, mas alegre e fresco, resultado duma acidez elegante. Belo final.
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Origem: Regional Ribatejano
Produtor: Vale d'Algares
Nota: 7/10

Guarda Rios Tinto 2007

Dos vinhos de Vale d’Algares que provei este foi o que menos me entusiasmou. Contudo, não é um vinho desinteressante. É guloso e bem estruturado. Acompanhou cabrito na perfeição mas bater-se-ia com denodo se o confrontassem com uma mousse de chocolate. Deu-me aromas de frutos vermelhos e ameixa preta, massa de pão e, conforme foi abrindo, notas de mentol. Na boca mostrou-me taninos redondos, muito elegantes, e boa acidez.
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Origem: Regional Ribatejano
Produtor: Vale d'Algares
Nota: 6,5/10

Vale d'Algares 2006 Colheita Tardia

Este vinho resulta apenas de uvas viognier, colhidas tardiamente, mas não atacadas pela podridão, derivado ás condições climatológicas da região. É um vinho muito gordo, mas com alguma acidez, que lhe alivia a percepção. No nariz tem citrino, é meloso, mas é a marmelada que mais se destaca.
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Origem: Regional Ribatejano
Produtor: Vale 'Algares
Nota: 7,5/10

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

As denominações

França é a madre das denominações de origem, onde o vinho reina acima de todos os produtos, mas onde o queijo tem também um peso especial. Portugal pode ter construído a primeira denominação protegida do mundo, a demarcação do Douro, embora os amigos húngaros e eslovacos garantam que foi a de Tokay.
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As denominações de origem (controlada, para os vinhos, e protegida, para os restantes bens alimentares) nasceram para garantir que um determinado produto é oriundo de locais onde a produção conseguiu fama e renome. A questão é antiga.
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As denominações de origem nasceram para assegurar que um determinado produto provinha dum determinado local, onde eram exercidas determinadas práticas, com determinados componentes e com definidas balizas de resultados.
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O mercado, que impôs a necessidade de certificar as produções, evoluiu. Os contextos alteraram-se. O mundo abriu-se. A economia transformou-se e a sociedade também. Estes factos criaram desafios às denominações de origem estabelecidas.
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No vinho, no velho mundo, a Europa, havia as castas, as tradições e as regiões. No novo mundo, as oportunidades, sem passado nem limites ou objecções. Os novos países produtores socorreram-se das castas que pensaram ser melhor adaptadas às suas características edafoclimáticas, que acreditaram ter maiores capacidades de sucesso , e fizeram os seus lotes, originais ou inspirados na velha Europa. Com custos de produção inferiores, menos limites e burocracias, o novo mundo singrou e conquistou mercados, à custa, claro está, dos tradicionais vinhateiros. Mais tarde, renderam-se à organização por regiões, tal como acontece na Europa.
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De facto, o surgimento das regiões no novo mundo é uma contra-resposta à Europa que também se ajustou às alterações impostas. Não de forma uniforme nem concertada. Cada um por si, como achou melhor e conforme a notoriedade e prestígio de cada uma.
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Se, no vinho, o novo mundo tendeu a imitar fórmulas, nomeadamente as de Bordéus, o velho mundo reagiu imitando o novo mundo e, indirectamente, Bordéus, mas não só. Assim, vai de importar castas e desenhos de lotes.
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Nada disto é, em si, grave. O grave, ou estúpido, é a descaracterização dos produtos das denominações de origem. Porque, o velho mundo, nomeadamente Portugal, modificou os seus critérios de certificação para fazer sobreviver as suas delimitações.
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Não está em causa a qualidade intrínseca dos produtos, mas o se conceito primordial. As iscas à portuguesa são com batata cozida. O mercado pode preferir a batata frita, mas iscas com as frituras da batata nunca serão à portuguesa. Serão outra coisa qualquer. A alheira é com carne de aves; um enchido parecido será sempre um enchido parecido, nunca a mesma coisa. As coisas são o que são, pelo que as denominações de origem devem respeitar o seu passado e conceito.
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Não respeitar o conceito de origem e seus componentes originais é fazer «queijo tipo serra», que não é o da Serra nem o industrial, é um híbrido, que pode ou não ter qualidade. A reacção às transformações do mercado não pode ser o abastardamento do que é tradição. Porque, ou é tradicional ou não é.
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Um vinho com sirah e cabernet sauvignon da Anadia pode até ser o melhor vinho português, mas nunca deveria ser um Bairrada. Nunca! Admito que a casta baga seja difícil de trabalhar, que os vinhos estejam em contra-ciclo, mas, bolas, sem baga não é Bairrada.
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O resultado pode aproximar-se do gosto mundial, internacional, de exportação ou moderno. Mas isso não torna, só por si, boa a qualidade (o ser tradicional também não). A modernização e adaptação aos novos valores também não implica sucesso. O facto é que surgiram vinhos cada vez mais parecidos em todas as longitudes e latitudes.
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A região alentejana – que nunca teve um peso tão grande do vinho na sua economia e que, por isso, se pode dizer que não é uma região produtora tradicional portuguesa, tendo, antes, ilhas com pergaminhos – é quase uma região do novo mundo. No entanto, o resultado final de talvez a maioria dos seus vinhos está muito colado ao de outras regiões do planeta. As regiões do Algarve, que tiveram algum relevo em Portugal, não souberam adaptar-se, e não evoluíram, deixaram-se ultrapassar, pela concorrência e pelo turismo que hoje ocupa áreas que foram de lavoura. Os bons vinhos algarvios que tenho bebido podiam ser australianos, sul-africanos ou californianos. O que faz ali o topónimo Algarve?
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Ao mesmo tempo, embarcou-se também num espírito de que tudo o que vem dum determinado contexto geográfico e com determinados ingredientes de origem tem o direito de ostentar a denominação de origem. Embora a certificação exija o cumprimento de critérios de qualidade, a verdade é que, muitas vezes, a exigência é coxa. É claro que há interesses. Há sempre interesses; porque são muitos produtores, porque a empresa é grande, porque a cooperativa é representativa, etc. Foram estas posturas que adiaram ou esmagaram o Douro, Bairrada e Dão, entre outras, não por ordem, nem pela na mesma escala, profundidade ou capacidade de recuperação.
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Não entendo como é que queijos com denominação de origem protegida podem ser feitos com leite de ovelha, ou de cabra, que não autóctone da sua região. Fazer um queijo tradicional com leite de ovelha lacaune é o mesmo que fazer um cincho afrancesado com leite de ovelha serpentina. Este não é um exemplo real, ou, se é, não é propositado.
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Não compreendo um azeite tradicional feito com azeitonas da variedade arbequina, só porque dá jeito para a mecanização. Não digo que o azeite não seja bom, não contesto o quanto é prático e barato o sistema mecânico, mas acho errado designá-lo de denominação de origem protegida.
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O princípio de delimitar zonas de produção é, em si, de conservação. Por isso, exigir que uma entidade certificadora seja conservadora não é nada de extraordinário. Aliás, o que é estranho é ser-se revolucionária ou em ruptura com o passado. Passado esse que lhe deu a fama e o prestígio. O carácter e a personalidade.
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Por outro lado, em Portugal há duas correntes antagónicas, extremadas. Para mim, nenhuma tem razão. Há a que quer delimitar e certificar tudo o que é tradicional, independentemente da sua qualidade, a que quer criar marcas-chapéu, para abarcar diversas denominações, e a que quer é o seu bairrismo.
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Na primeira inserem-se quase todas as denominações de origem controlada da Estremadura e Ribatejo, que há quem junte, jocosamente, como a região demarcada do vinho a martelo. Será que há alguém que compre um vinho do Cartaxo (por exemplo) porque é de lá, achando que está a fazer uma boa opção?! Na segunda está o forçar incluir coisas diferentes no mesmo saco, criando marcas regionais que não existem, apenas porque é mais fácil vender, apesar de as diferentes realidades nela incluídas implicarem produtos diferenciados. A terceira é a de se criarem novas denominações, idênticas a outras, só porque sim; as variedades de azeitona dos azeites do baixo Alentejo e de Moura são idênticas, mas os azeites têm denominações diferentes, depois há as do Norte, sem grandes alterações, mas implica nova denominação.
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O problema não é haver denominações a mais, mas não saber vender. O problema não é o rótulo, mas o produto e a incapacidade comercial. Os franceses têm bué denominações e reinam no mundo das iguarias, os italianos, idem. Falta aos portugueses amor-próprio e espírito comercial, na postura, e exigência e rigor, na concepção e certificação.
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Nota: Se as denominações têm fortes raízes em França e Portugal, talvez não seja estranho dizer que foram criadas para os ingleses, que se abasteciam de vinhos e iguarias nestes países. Não sei bem, tenho de aprofundar esta ideia. Para já, é apenas um palpite, confesso.

Quinta do Boição Arinto Escolha 2007

A casta arinto é a flor de Bucelas. Dela se tiram aromas delicados e frutados, com tropicalismos e alguns citrinos. Na boca é gulosa. Este vinho não deixa de ser claramente um Bucelas. Porém, para mim, que sou um fã da região, torna-se enjoativo. É excessivo, mais no nariz do que na boca, sobretudo por culpa do maracujá. Tem um final com algum comprimento, mas esvai-se um pouco acre. Não é um vinho mau, mas está perto dos melhores Bucelas. A mim, cansou-me depressa.
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Origem: Bucelas
Produtor: Enoport
Nota: 4/10

sábado, fevereiro 14, 2009

Kallisti Reserve 2006

O vinho evolui de forma sincera desde que aberto, supreendendo sobretudo o nariz. É algo cremoso e com bom corpo. É bastante aromático, notando-se bem os tons florais, baunilha, fumo e um toque de especiarias. Não é um grande vinho, nem um exemplar que me faça querer muito repeti-lo, mas é bem feito e julgo que por cá teria admiradores. O meu gosto pessoal não acerta bem com este estilo. Já só por curiosidade, a casta é a assyrtiko, nunca tinha provado, que soubesse.
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Origem: Santorini - Grécia
Produtor: Boutari
Nota: 6/10

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Aguardente Lourinhã XO

A denominação de origem controlada da Lourinhã é recente, datando de 1992. Contudo, esta bebida destilada tem grandes e antigas tradições nesta terra da Estremadura. Em tempos, os produtores de Vinho do Porto abasteciam-se por estas paragens, mas o acesso a aguardentes doutras proveniências a preços acessíveis causou o fim dos fornecimentos.
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A Lourinhã é uma das poucas regiões vínicas que só produzem aguardente, conjuntamente com Conhaque e Armanhaque. Por este facto diz-se, na brincadeira, que esta região é a Lourinhaque.
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Embora sejam grandes as tradições, actualmente só existem dois produtores em actividade na Lourinhã, tendo um entrado recentemente. O mais antigo e maior produtor é a Adega Cooperativa da Lourinhã.
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Uma das razões da boa qualidade das aguardentes da Lourinhã está na baixa graduação do vinho da região, situada entre os oito e os dez graus. O que não é valorizado para vinho é benéfico para as destilações.
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A Adega Cooperativa da Lourinhã só produz aguardente XO (Extra Old), que deriva de estágios em madeira por períodos superiores a cinco anos. Neste produtor, o envelhecimento faz-se em barricas de castanho e de carvalho português e francês. O resultado final resulta de lotes com vários anos, por forma a mater uma qualidade uniforme.
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A suavidade, untuosidade e doçura são algumas das características notórias da aguardente velha da Adega Cooperativa da Lourinhã... no nariz destacam-se os aromas a caramelo, especiarias e madeira.
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Origem: Lourinhã.
Produtor: Adega Cooperativa da Lourinhã

domingo, fevereiro 08, 2009

Cossart Gordon Bual 10 Years Old

Belíssimo. Conquistou-me por completo. É um vinho com um nariz sedutor... é muito intenso, concentrado, untuoso, onde vem à boca algum caramelo, chocolate preto e maçã cozida...
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Origem: Madeira
Produtor: Cossart Gordon
Nota: 8,5/10
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Nota 1: Um grande aplauso e obrigado para o senhor Santos, que mo aconselhou.
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Nota 2: Felizmente que da Madeira vêm mais do que os disparates e aleivosias do seu presidente regional, o dificilmente classificável Alberto João Jardim.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Opções

Gastar 100 euros num bom restaurante é um luxo justo. Gastar 20 euros num mau restaurante é uma estupidez evitável.

sábado, janeiro 24, 2009

Dow's Midnight

Muito boa gente que gosta de vinhos tem a mania - irritante, errada e tantas vezes injusta e infundada - de não gostar de Vinho do Porto. A denominação de origem é tão antiga como complexa. Há de tudo. É um mundo.
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Por mim digo: gosto muito da família tawny, mas também aprecio os da família ruby... sou um fácil, um oferecido O ruby? Esses que toda gente diz mal das classes baixas... classes baixas dessa grande família, pois só aprovam os vintage e os lbv... dizem... consta.
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Hoje (ontem) ia todo feito comprar um tawny, quando a amiga Mafalda me impingiu um belo ruby. Oiçam, não é o supra-sumo da carica, não é a miúda mais gira do bairro nem a gaja mais boa da praia (o vinho), mas lá que alegra, alegra... e viva o chocolate e as especiarias.
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Marchou na perfeição!... Sobretudo com a conversa, mas também com o requeijão de Queijo da Serra da Estrela com compota de abóbora.
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Origem: Porto
Produtor: Dow's / Symington
Nota: 5,5/10

Encostas do Tua Grande Escolha 2000

Levei duas meninas para casa e deslumbrei-as com este tinto duriense. Ficaram satisfeitas, é o que importa. Contudo, nenhuma delas quis namorar comigo. O problema foi do vinho, certamente, não meu.
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Simpático nos aromas, com os seus frutos pretos, alguma compota, baunilha e cabedal. Na boca tem taninos redondos e presentes, final comprido.
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Complexo sem ser complicado. Fácil sem ser xarope.
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Origem: Douro
Produtor: Sociedade Agrícola e Comercial dos Vinhos Vale da Corça
Nota: 7,5/10

Quinta da Vegia 2006

Há uns anos, não muitos, quando escrevi uma crítica acerca dum vinho de Penalva, não me lembro se neste blogue se no outro que partilhava com o amigo Paulo ou se nos dois, e cairam-me em cima uns tantos patrioteiros do concelho. Ai Jesus! Ai que tinha dito mal do vinho da dita terra e tal era uma grande ofensa, como se a mãe tivesse sido violada por um maometano.
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Esse tal vinho de Penalva, que, já noutras colheitas, me entra frequentemente pelos olhos dentro no comércio daqui do bairro, não valia um caracol. Para mim, o problema não era o berço, mas o produto final, nem era quem o fazia... ou não sabia fazer. Ide procurar... neste ou no outro blogue... ide... ide...
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Pois bem, não que uma coisa tenha a ver com outra ou que esta crítica sirva de desculpa ou de pedido de perdão aos penalvenses - porque eu nunca quis ofender o vinho ou os produtores do citado concelho - apresento um vinho de Penalva que recomendo vivamente.
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Estive hoje na Garrafeira de Campo de Ourique - gruta de sabedoria vínica, antro de boa gente e nascente de simpatia - e deram-me a provar o Quinta da Vegia de 2006: um pedaço de vinho. Bom! Boa posta!
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O Quinta da Vegia 2006 não é uma «mariquice» do «novo mundo», mas antes um vinho com corpo, pujante, com grande carácter e força. Um vinho que pede comida e exige alegria. Um vinhaço do Dão. Um vinho gastronómico, não para aperitivar a apanhar sol em Miami ou para fazer conversa em Beverly Hills. Pede comida. É europeu. É do velho mundo, no bom sentido, tem tradição e alma.
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Deram-mo às escuras, ou quase, não me revelando a origem. Pelos taninos cheguei lá. Eventualmente um Colares, dos que já não se fazem, um Dão em grande estilo, um hipotético Bairrada ou um possível Douro. Colares, como já se percebeu pelo que escrevi, estava excluído, porque teria de ser algo de enorme novidade, numa região que não é grande, num mundo de vinhos que é pequeno e num país que é uma aldeia. Para ser Bairrada tinha excesso de sofisticação - desculpem-me os bairradinos e aficionados; embora aprecie, sempre achei os vinhos da Bairrada, em média e em geral, bastante rústicos. Para ser Douro senti-o demasiado «agreste», pouco enfant terrible politicamente correcto... tipo um Champalimaud do Bloco de Esquerda. Por mim, foi o que disse, ou era Dão ou Douro. Havia ali algo que me afastava do Douro, talvez a elegância em potência. Como Dão teria de o considerar como doutros tempos, pujante, mas delicado, elegante, apesar de duro. Primeiro excluí Bairrada. Depois afastei Colares. Hesitei... hesitei, mas acertei: Dão!
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Que vinhaço! Encorpado, com fortes taninos, aroma algo austero, mas a lembrar frutos pretos. Na boca abriu-se em deleite com alguma compota, fumo e mineral. Está ainda duro... promete festa dentro de dois ou três anos.
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É um vinho que exige comida. Lembrei-me de chanfana, o Bruno falou-me em cozido à portugesa. Está certo.
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Gosto dos vinhos do Dão e deste produtor. Assumo. E não é caro, sendo que o montante é «relativo», tanto para cima como para baixo.
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Origem: Dão
Produtor: Casa do Cello
Nota: 7,5/10

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Casa Valduga Gewürztraminer Premium 2008

Este vinho, tal como o Merlot da mesma casa, veio por intermédio do amigo Gil do Vinho para Todos, que tem uma dos mais sábios conselhos do mundo dos vinhos: «Não te tornarás num enochato». Ora, amizade e bons conselhos nunca fizeram mal a ninguém e são mesmo para agradecer. Quanto ao vinho:
É um vinho delicado, muito agradável, fácil de se gostar... ouso proferir um termo que nunca vi associado a vinhos: é desportivo. Mais do que um vinho de piscina, recomenda-se para beber com carnes leves e vegetais ou, simplesmente, para apreciar uma bela tarde de Verão.Como é da praxe, é bastante aromático, muito floral, destacando-se as rosas e as líchias, mas, bem vistas as coisas, tem um ramalhete doutras flores. Tem frescura para alegrar as almas e um toque doce sem exagero.
Apesar de muito recomendável para o Verão, esta garrafa marchou mesmo no Inverno; lá em casa não faz frio... Graças a Deus!

Origem: Serra Gaúcha
Produtor: Casa Valduga
Nota: 6/10

sábado, janeiro 10, 2009

Casa Valduga Merlot Premium 2005

Porque a vinha e o vinho têm origem nos chamados países do «velho mundo», os novos países produtores têm escolhido as castas de maior sucesso na Europa. A bordalesa merlot é uma delas, sendo uma das mais cultivadas em todo mundo.
Como é também conhecido, os países do «novo mundo» terão criado o conceito dos vinhos monovarietais (embora em alguns casos já os houvesse na Europa, mas não tendo ou fazendo exibição a casta vedeta, como é o caso dos Colares ou dos Borgonha, porque os vinhos eram assim feitos, o terão sido sempre e não se falava mais nisso). O Brasil, como jovem produtor, não fugiu (foge) a esta tendência monocasta (adoptada em conceito na Europa há já uns anos) e que tem nesta variedade de uva um ex-libris.
Tudo isto vem a propósito dum merlot que o amigo Gil, do Vinho Para Todos, me enviou (há outro que merecerá crónica adiante). Chama-se Casa Valduga Premium Merlot e animou a minha mais privada festa de aniversário (este ano tive três, cheio de sorte). Vem de Vale de Vinhedos, no Rio Grande do Sul. Trata-se dum típico (se calhar não podia ser doutra forma) vinho desta casta, com perfil «novo mundo».
É um vinho equilibrado. Não é um vinho de grande exuberância olfativa, com aromas de frutos pretos e baunilha. Na boca é de fino trato, sedoso. Com chocolate e nota da madeira. Evoluíu bastante desde que aberto e mostrou um final prolongado.
É por causa de vinhos destes que os países europeus sentem a concorrência do «novo mundo». Vinho bem feito e guloso e como é característico nas produções do «novo mundo» a preços bem mais mansos.
Caiu-me muito bem numa noite de Inverno. Está frio e só tenho pena de não haver meio de nevar em Lisboa. Um abraço ao amigo Gil.


Origem: Vale dos Vinhedos (Brasil)
Produtor: Casa Valduga
Nota: 7/10

domingo, janeiro 04, 2009

Análise a 2008

O ano de 2008 não correu bem. Pelo menos para mim. A crise toca a (quase) todos e fui atingido. Assim, registei um número inferior de vinhos, vinhos de menor potencial e uma escolha sobretudo direccionada para valores seguros, levando a uma maior repetição de vinhos face a outros anos, ao consumo de unidades que estavam guardadas e uma preferência para vinhos de pasto brancos e tintos, deixando de parte, na maioria das situações, os rosés, espumantes, colheitas tardia e generosos. Assim, vou centrar esta análise apenas aos de pasto. As pontuações reflectem as dinâmicas regionais, mas, como é óbvio, também o gosto do autor, traduzido no número de entradas, como pelas próprias notas. Essa coisa de total equidistância e valoração apenas qualitativa em abstracto são lérias de crítico profissional que, certamente por motivos profissionais, assim o tem de fazer. Posto isto, em direcção ao que interessa.
Nos brancos registou-se uma situação que é já repetida: notas inferiores às obtidas pelos tintos. Aqui não é alheio o facto de Portugal ter um melhor clima para tintos, além de uma deficiente aposta dos produtores nacionais nos brancos (embora já haja boa gente a querer inverter a situação.
Nesta análise vou apenas abranger regiões portuguesas (até porque só houve uma estrangeira, francesa) e as que tiveram mais de três vinhos (apesar de ser deficiente… vale o que vale).
O vinho branco mais pontuado veio do Douro, o Maritávora Reserva Branco. Já em média regional, a palma vai para a região dos Vinhos Verdes (5,75), seguida do Douro (5,7), de Bucelas e Alentejo, incluindo regionais (5,5), do Ribatejo, também com regionais (5,37) e da Estremadura (4,5).
Nos tintos verifica-se uma clara liderança do Douro, o que aqui já não é novidade. A classificação mais elevada vai para aí e oito dos doze vinhos com notas acima de 8 referem-se a esta região, pontuações que só o Alentejo e as Terras do Sado conseguem entrar.
Nos tintos sentiram-se grandemente as condicionantes da vida, explicadas anteriormente, resultando algumas surpresas na hierarquia das regiões, o que, de alguma forma, acaba por ser injusto, face à realidade traduzida pelo senso comum.
Respeitando em agregado as Denominações de Origem e os Regionais compatíveis, em termos classificativos, as Terras do Sado conseguiram a liderança, com uma média de 6,36. Seguiram-se Colares (6,25), Douro (5,96), Ribatejo (5,9), Estremadura (5,75), Palmela (5,5), Bairrada (5,4), Alentejo (4,91), Beira Interior (4,63) e Dão (4).
Como se pode comprovar e tendo em conta a percepção do senso comum, a crise foi bastante injusta sobretudo em relação aos vinhos do Alentejo e do Dão. Peço desculpas aos aficionados e produtores destas regiões, mas as condicionantes já referidas não me permitiram escolhas mais valoradas destas delimitações. Pode ser que 2009 corra melhor.

Vinhos provados em 2008

Generosos e Licorosos
Domingos Soares Franco Colecção Privada - 2000 - Setúbal - 8
Royal Tawny 20 anos - nd - Vinho do Porto - 7
Bastardinho de Azeitão 30 anos - nd - Licoroso - 6
Taylor´s 10 anos - nd - Vinho do Porto - 5,5
Esporão Vinho Licoroso - nd - Vinho Licoroso - 4
Graham's 10 anos - nd - Vinho do Porto - 4
LBV Modelo - 2000 - Vinho do Porto - 2

Espumantes
Langlois Brut Rosé - nd - Cremant du Loire - 6
Murganheira Reserva Bruto - nd - Távora-Varosa - 6
Mumm Cordon Rouge - nd - Champanhe - 6
Quinta da Romeira Espumante Bruto - 2005 - Bucelas - 6
Quinta de Boição Arinto Extrabruto Special Cuvée - 2004 - nd -4
Conde Real - nd - nd - 2

Colheitas Tardias
Casal Figueira Colheita Tardia - 2005 - Regional Estremadura - 7
HE Late Harvest - nd - nd - 7
Château Loupiac Gaudiet - 2004 - Loupiac - 6

Brancos de Pasto
Maritávora Branco Reserva - 2007 - Douro - 9
K Reserva - 2005 - Douro - 7
Quinta do Regueiro Reserva Alvarinho - 2007 - Vinho Verde - 7
Domaine Piérre Usseglio - 2007 - Châteauneuf du Pape - 6,5
Casal Figueira Tradition - 2005 - Estremadura - 6,5
Quinta da Lagoalva de Cima Arinto e Chardonnay - 2007 - Regional Ribatejano - 6,5
Altas Quintas Crescendo - 2007 - Regional Alentejano - 6,5
Quinta do Cardo - 2007 - Beira Interior - 6,5
Prova Régia - 2006 - Bucelas - 6
Quinta da Lagoalva Talhão 1 - 2007 - Regional Ribatejano - 6
Loios - 2007 - Regional Alentejano - 6
Maritávora - 2007 - Douro - 6
Quanta Terra - 2007 - Douro - 6
Soalheiro - 2007 - Vinho Verde - 6
Vale d'Algares 2006 - Regional Ribatejano - 6
Domaine de Cristia - 2007 - Châteauneuf du Pape - 6
Vale do Nídeo - 2006 - Douro - 5,5
Bucellas - 2006 - Bucelas - 5,5
Casa d'Além - 2007 - Bucelas - 5,5
Deu la Deu - 2007 - Vinho Verde - 5,5
Château la Nerthe - 2004 - Châteauneuf du Pape - 5,5
Château des Fines Roches - 2007 - Châteauneuf du Pape - 5,5
Vale da Raposa - 2007 - Douro - 5
Bucellas - 2007 - Bucelas - 5
Misterio Chardonnay - 2007 - Mendoza - 5
Domaine de Nalys - 2007 - Châteauneuf du Pape - 5
Duas Quintas - 2007 - Douro - 5
Esboço - 2006 - Douro - 4,5
Ribawhite - 2006 - Ribatejo - 4,5
Morgado dos Cunhas Arinto - 2006 - Regional Estremadura - 4,5
Evel - 2007 - Douro - 4,5
Quinta do Cidrô Alvarinho - 2007 - Regional Duriense - 4,5
Boa Memória - 2007 - Regional Alentejano - 4,5
Casa da Tapada Loureiro - 2005 - Vinho Verde - 4,5
Casal Figueira - 2005 - Estremadura - 4
Monte Velho - 2006 - Regional Alentejano - 4
Vinhas do Carneiro - nd - Regional Estremadura - 3

Rosés
Quinta da Lagoalva Rosé - 2007 - Regional Ribatejano - 6
Quinta da Cortesia Touriga Nacional - 2005 - Regional Estremadura - 5,5
Lima Mayer Rosé - 2007 - Regional Alentejano - 5
Quinta da Vegia - 2006 - Dão - 3

Tintos de Pasto
Quinta do Vale Meão - 2005 - Douro - 9
Cavalo Maluco - 2005 - Terras do Sado - 8,5
Kolheita - 2003 - Douro - 8
Quanta Terra Grande Reserva - 2004 - Douro - 8
Hexagon - 2003 - Regional Terras do Sado - 8
Fabre Montmayou Gran Reserva Malbec - 2005 - Mendoza - 8
Casa Ferreirinha Reserva Especial - 1997 - Douro - 8
Quanta Terra Colheita Seleccionada - 2006 - Douro - 8
Esporão Private Selection - 2004 - Alentejo - 8
Maritávora Tinto Reserva - 2006 - Douro - 8
Lima Mayer Petit Verdot - 2006 - Regional Alentejano - 8
M. Chapoutier - 2004 - Châteauneuf du Pape - 7,5
Grantom Reserva - 2001 - Regional Transmontano - 7,5
Mouchão - 1999 - Regional Alentejo - 7,5
Confradeiro - 1991 - Douro - 7,5
Domini Plus - 2004 - Terras do Sado - 7,5
Vigneti di Valdimezzo Ripasso - 2006 - Valpolicella Superiore - 7,5
Cristia Vieilles Vignes - 2006 - Châteauneuf du Pape - 7,5
Cuvée de Mon Aïeul - 2004 - Châteauneuf du Pape - 7,5
Domaine de Nalys - 2005 - Châteauneuf du Pape - 7,5
Dado - 2003 - vinho de mesa - 7,5
Anima L5 - vinho de mesa - 7
Viúva Gomes - 1997 - Colares - 7
Quinta do Mouro - 2003 - Alentejo - 7
Quinta da Lagoalva de Cima Syrah - 2005 - Regional Ribatejo - 7
Casa de Saima Garrafeira - 2001 - Bairrada - 7
Gouviyas Reserva - 1996 - Douro - 7
Luís Pato Vinhas Velhas - 2004 - Regional Beiras - 7
Quinta da Bica Reserva - 2004 - Dão - 7
Quinta de Foz de Arouce - 2003 - Regional Beiras - 7
Borges - 1996 - Douro - 7
VT'05 - 2005 - Douro - 7
MJC - 2004 - Colares - 7
Pó de Poeira - 2006 - Douro - 7
Vinha do Almo Colheita Seleccionada - 2000 - Regional Alentejano - 7
Quinta da Lagoalva de Cima Alfrocheiro - 2006 - Regional Ribatejo - 6,5
Romeira - 1997 - Palmela - 6,5
Quinta das Bágeiras Reserva - 2000 - Bairrada - 6,5
Meandro - 2005 - Douro - 6,5
Casa Ermelinda Freitas Syrah - 2005 - Terras do Sado - 6,5
Duorum (do vale do rio de ouro) - 2007 - Douro - 6,5
Quinta da Lagoalva de Cima Tinta Roriz Touriga Nacional - 2004 - Regional Ribatejo - 6,5
Domaine de Nalys - 2006 - Châteauneuf du Pape - 6,5
Bons Anos - 2006 - Douro - 6,5
Quinta do Carmo - 2006 - Regional Alentejano - 6
Herdade de Porto da Bouga Garrafeira - 2004 - Regional Alentejano - 6
Casa da Capela Grande Escolha - 2004 - Douro - 6
Vinha da Nora - 2002 - Regional Estremadura - 6
Prazo de Roriz - 2004 - Douro - 6
Figueira de Cima - 2004 - Regional Alentejano - 6
Porta Fronha - 2004 - Dão - 6
Dona Ermelinda - 2005 - Palmela - 6
Lybra - 2005 - Regional Estremadura - 6
Vertente - 2004 - Douro - 6
Quinta de Pancas - 2005 - Regional Estremadura - 6
Maritávora - 2005 - Douro - 6
Quinta do Cardo - 2004 - Beira Interior - 6
Três Bagos - 2004 - Douro - 6
Quinta de la Rosa - 2006 - Douro - 6
Casa Ermelinda Freitas Touriga Nacional - 2006 - Terras do Sado - 6
Auster - 2003 - Douro - 6
Redoma - 2001 - Douro - 6
Chocapalha Cabernet Sauvignon - 2001 - Regional Estremadura - 6
Evel Grande Reserva - 2005 - Douro - 6
Gouvyas - 2005 - Douro - 6
Redoma - 2003 - Douro - 6
Colares Chitas - 1995 - Colares - 6
Château Jas de Bressy - 2006 - Châteauneuf du Pape - 6
Maritávora - 2006 - Douro - 6
Fattoria di Grignano - 2005 - Chianti Rufina - 6
Perolivas Reserva - 2005 - Regional Alentejano - 6
Château la Nerthe - 2007 - Châteauneuf du Pape - 6
Esboço - 2005 - Douro - 6
Quinta de la Rosa - 2007 - Douro - 6
Quinta do Couquinho - 2004 - Douro - 6
Quinta de Carvalhais Colheita - 2004 - Dão - 6
Vale da Raposa - 2004 - Douro - 5,5
Terra de Galgos - 2004 - Regional Alentejano - 5,5
Cistus - 2003 - Douro - 5,5
Terra a Terra Tinto Reserva - 2006 - Douro - 5,5
Calços do Tanha - 2005 - Douro - 5,5
Montes Ermos Reserva - 2005 - Douro - 5,5
Bons Ares - 2005 - Regional Duriense - 5,5
Quinta do Cardo Special Selection - 2003 - Beira Interior - 5,5
Quinta da Fata Reserva - 2005 - Dão - 5,5
Muxagat - 2005 - Douro - 5,5
Chocapalha Reserva - 2004 - Regional Estremadura - 5,5
Casaca de Ferro Reserva - 2006 - Douro - 5,5
Castel San Pietro - Montresor - 2007 - Valpolicella Classico - 5
Portal da Vinha - 2001 - Douro - 5
MJC - 1967 - Colares - 5
Paço de Santar - 2003 - Dão - 5
Vallado - 2000 - Douro - 5
Montes Claros Reserva - 2004 - Alentejo - 5
Quinta da Barreira Reserva - 2004 - Regional Estremadura - 5
Pingo Doce Douro Reserva - 2004 - Douro - 5
Singularis - 2004 - Regional Alentejano - 5
Chaminé - 2007 - Regional Alentejano - 5
Quinta de Cabriz Reserva - 2004 - Dão - 5
Quinta Seara d'Ordens - 2005 - Douro - 5
Serradayres Reserva - 2002 - Ribatejo - 5
Quinta da Estação - 2002 - Douro - 4,5
Chaminé - 2006 - Regional Alentejano - 4,5
William Cole Alto Vuelto Cabernet Sauvignon/Syrah - 2005 - Vale Central - 4,5
Altano - 2005 - Douro - 4,5
Fiuza Merlot - 2005 - Regional Ribatejo - 4,5
Vinha da Defesa - 2006 - Alentejo - 4,5
Terra de Galgos - 2006 - Regional Alentejano - 4,5
Vallado - 2006 - Douro - 4,5
Herdade do Portocarro - 2004 - Terras do Sado - 4
São Domingos Prestígio Baga + Castelão - 2001 - Bairrada - 4
Monte da Charca - 2006 - Terras do Sado - 4
Castello d'Alba un oaked - 2006 - Douro - 4
Porta da Ravessa Reserva - 1990 - Alentejo - 4
João Xavier Reserva - 2002 - Palmela - 4
Casa da Prisca - 2004 - Douro - 4
Vale do Rico Homem - 2007 - Regional Alentejano - 4
Cor Dão - 2007 - Dão - 4
Frei João - 2004 - Bairrada - 4
Lusitano - 2007 - Regional Alentejano - 4
Sepharad - 2003 - Beira Interior - 4
Encostas do Enxoé - 2005 - Regional Alentejano - 4
Saes - 2007 - Dão - 4
J. Cruz - 2005 - Regional Alentejano - 3,5
Monte Velho - 2006 - Regional Alentejano - 3,5
Pousio - 2005 - Regional Alentejo - 3,5
Montinho de São Miguel - 2005 - Regional Alentejano - 3,5
Grão Vasco Douro - 2006 - Douro - 3,5
Grão Vasco Alentejo - 2006 - Regional Alentejano - 3,5
UDACA - 2001 - Dão - 3,5
Farizoa - 2006 - Regional Alentejano - 3,5
Alma da Vinha - 2005 - Douro - 3
Terras de Belmonte - 2003 - Beira Interior - 3
Vinha das Servas - 2006 - Regional Alentejano - 3
Valmonte Vinha das Feiticeiras - 2003 - Alentejo - 2

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Inquérito aos vinhos do Douro

Durante uns largos meses de 2008 decorreu neste blogue um inquérito acerca dos melhores vinhos do Douro. A lista era curta e genérica, englobando apenas os Quinta do Vale Meão, Pintas, Poeira e Barca Velha, isto devido à impossibilidade técnica de acrescentar mais. Muitos ficaram, pois, injustamente excluídos e que nem vou enumerar para não correr o risco de ser duplamente injusto. A escolha dos concorrentes foi pessoal, claro está, vale o que vale. E valem o que valem os votos expressos.
Assim: venceu o Quinta do Vale Meão com 100 votos (42%), seguido do Barca velha (outrora feito no Vale Meão) com 91 votos (38%), do Poeira, com 28 votos (11%) e do Pintas, com 17 votos (7%).
Foi esta a decisão. Nasceu 2009, vem aí novo inquérito.