terça-feira, novembro 22, 2016

H'Our Branco 2015 + H'Our Rosé 2015 + H'Our Tinto 2012 + H'Our Azeite Virgem Extra 2015

A região do Douro tem sido feliz. O potencial existe, mas se não houver quem saiba trabalhar duvido que o resultado seja, na melhor hipótese, interessante. Muitas firmas antigas, outras recentes, outras familiares, pequenas e grandes têm estado a fazer bem.
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Aqui, quando digo feliz não me cinjo apenas à qualidade, que pode não sair do estilo comum, mas ainda à diferenciação. É comum, demasiadamente, falar em terroir: tudo é um terroir. Toda a gente tem um terroir ou mais. Não sei de agronomia, biologia e enologia para sentenciar o que é esse atributo.
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Não sei de agronomia, biologia e enologia, mas sei de resultados finais. Como a natureza não faz vinho, o homem tem de fazer parte do terroir – o factor humano espelha-se em tudo, desde a agricultura até às opções na adega. Para mim, o terroir é uma equação e não uma graça divina ou mágica ou de sorte.
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O H’Our Branco 2015 caiu-me no goto. Apresentei-o aos amigos, que não fazem favores nem se impressionam facilmente, e a apreciação foi unânime. Este vinho fez-se com uvas duma vinha velha, onde as castas se baralham, verdelho e rabigato.
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A firma Parceiros na Comunicação é jovem, tal como os seus promotores, e fez o seu primeiro rosado na vindima de 2015. Em Portugal, apesar do Mateus e do Lancers, os vinhos rosés não tinham (têm) tradição. Na moda de nicho do século XXI surgiram vários, muitas vezes pesados, chatos e adocicados.
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Não é o caso do H’Our Rosé 2015. Embora com 14% de álcool, tem uma acidez que maravilha. Apesar de ser processado por sangria, aproveitamento de uvas produzidas para tinto e não colhidas muito mais cedo, nada o indica. Metade do lote é de touriga nacional e a parte restante proveniente duma vinha velha.
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O H’Our Tinto 2012 mantém a frescura notada nos vinhos anteriormente referidos. É o Douro, nos seus aromas terrosos, de esteva e rosmaninho. O lote fez-se com uvas duma vinha velha (80%), touriga nacional (10%) e sousão (10%). Estagiou um ano em barricas usadas, de 225 litros, de carvalho francês.
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A Parceiros na Comunicação faz ainda um azeite virgem extra, a partir das cultivares cobrançosa, madural, negrinha e verdeal... epá! Gosto muito!
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H’Our Branco 2015
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Origem: Douro
Produtor: Parceiros na Comunicação
Nota: 8/10
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H’Our Rosé 2015
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Origem: Douro
Produtor: Parceiros na Comunicação
Nota: 6/10
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H’Our Tinto 2012
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Origem: Douro
Produtor: Parceiros na Comunicação
Nota: 7/10

Ninfa Branco Maria Gomes 2015 + Ninfa Rosé 2015

João M Barbosa insiste em fazer vinhos de que gosto muito. Estes Ninfa são descontraídos, mas são mais do que Sol e praia. Elegantes e prazenteiros. Sabem estar à mesa, com comidas menos pesadas, e onde apeteça para a conversa.
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O Ninfa Branco Maria Gomes 2015 fez-se com uvas duma só vinha. O Ninfa Rosé 2015 resulta de frutos alfrocheiro e aragonês. Os dois são mais uma prova de que o Tejo está a conseguir fazer esquecer o Ribatejo – apesar de terem existido bons com essa denominação.
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Ninfa Branco Maria Gomes 2015
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Origem: Regional Tejo
Produtor: João M. Barbosa
Nota: 6/10
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Ninfa Rosé 2015
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Origem: Regional Tejo
Produtor: João M. Barbosa
Nota: 7/10