terça-feira, julho 31, 2018

Portalegre 2015


Os vinhos Portalegre fazem parte da minha história. Quando comecei a levar este óbi mais a sério, estes faziam parte do catálogo de preferências.
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A Adega Cooperativa de Portalegre afundou-se, como muitas outras. Renasceu como Adega de Portalegre Winery, que tem à frente Manuel Rocha, que bom trabalho fez na Companhia das Quintas e na Adega Cooperativa de Borba.
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É um projecto novo, com uma designação algo diferente, com um gestor reconhecido… São vinhos diferentes, aqueles que agora lá se fazem
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Porém, o prazer que me deu Portalegre 2015 lembra-me – embora não seja nostálgico – um tempo em que tudo me é diferente. Não é igual – como se pudesse ser – mas está cá a memória.
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Este fez-se castelão, aragonês, trincadeira, grand noir e alicante bouschet. Estagiou 18 meses em barricas de carvalho francês.
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Portalegre 2015
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Origem: Alentejo
Produtor: Adega de Portalegre Winery
Nota: 7,5/10
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Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.

Portal do Minho Alvarinho e Trajadura 2016 + QM Nature Alvarinho 2016

Durante muitos anos – demasiados – os produtores da sub-região de Monção e Melgaço andaram a vender alvarinho em vez do seu território. Tiro corrigido. Bom nome dá o QM Nature Alvarinho 2016.
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Aqui, o alvarinho é o alvarinho que dá fama e merece proveito. Belíssimo vinho!
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Portal do Minho Alvarinho e Trajadura 2016
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Origem: Vinho Verde
Produtor: Quintas de Melgaço

Nota: 7,5/10
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QM Nature Alvarinho 2016
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Origem: Vinho Verde
Produtor: Quintas de Melgaço
Nota: 7,5/10

segunda-feira, julho 30, 2018

Periquita Branco 2017 + Periquita Rosé 2017 + Periquita Tinto 2016 + Periquita Reserva 2016


Um é um clássico – aqueles que são mesmo clássicos, que embora tenham vindo a evoluir na forma, vem de 1850. Os outros são mais recentes, mas arcam com o peso da marca.
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O Periquita Branco 2017 fez-se verdelho, viosinho, viognier e sauvignon blanc. É mesa e é conversa. Gosto disto!
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Esquecendo aqui o ano e referir apenas a referência, é rosé que me desgosta. Com tanta gente a elogiá-lo, o erro será meu. Por auto-sugestão, por derrota, por convencimento ou por alteração do «coiso», o Periquita Rosé 2017 deu-me alegria.
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Se das outras vezes lhe puxei a nota para cima – reconhecendo a qualidade pelo que compensando na avaliação – desta vez é por inteiro. A bem dizer está nos 4,5 por mérito e não por correcção. Fez-se com touriga nacional, castelão e aragonês.
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O Periquita Tinto 2016 é o chefe da casa, aquelo que arca com mais de 100 anos de história. Por isso, todo o cuidado não é demais, pois sustenta os irmãos. Ano a após ano, nunca desilude.
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O Periquita Reserva 2016 está uns danoninhos acima. Gosto muito! Fez-se com castelão (56%), touriga nacional (22%) e touriga francesa (22%) – casta assim dita como mestre Domingos Soares Franco defende e que muito provavelmente com razão.
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Ah! Este vinho foi à madeira, oito meses em barricas de carvalho francês. Heresia! Parece-me que hoje só os vinhos sem estágio em madeira é que são bons.
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Periquita Branco 2017
Origem: Regional Península de Setúbal
Produtor: José Maria da Fonseca
Nota: 5/10
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Periquita Rosé 2017
Origem: Regional Península de Setúbal
Produtor: José Maria da Fonseca
Nota: 5,5/10
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Periquita Tinto 2016
Origem: Regional Península de Setúbal
Produtor: José Maria da Fonseca
Nota: 6/10
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Periquita Reserva 2016
Origem: Regional Península de Setúbal
Produtor: José Maria da Fonseca
Nota: 7/10
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Nota: Estes vinhos foram enviados para prova pelo produtor.

Marquês de Borba Branco 2017 + Pouca Roupa Branco 2017

O Verão é! Não vale a pena complicar. Vinhos fáceis – nada de pejorativo, antes pelo contrário – para a comida leve que apetece nesta estação e/ou para a conversa.
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Como habitualmente, não penalizo bons vinhos que não goste. Em coerência, não inflaciono aqueles mais apetitosos. Como aqui mando eu – sou prepotente – a antão vaz é casta penalizada!
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O Marquês de Borba Branco 2017, junção de arinto de antão vaz e viognier, é para ser bebido à mesa.
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Já o Pouca Roupa Branco 2017 bebe-se em qualquer parte. Gosto mesmo! É uma aliança de verdelho, sauvignon blanc e viosinho.
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Aparentemente, face ao que escrevi, as notas não parecem coerentes. Isto deve-se ao reconhecimento de que são vinhos com trabalho diferenciado, em que o primeiro obrigou a um esforço superior… a antão vaz…
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Marquês de Borba Branco 2017
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Origem: Alentejo
Produtor: João Portugal Ramos
Nota: 4/10
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Pouca Roupa Branco 2017
Origem: Regional Alentejano
Produtor: João Portugal Ramos
Nota: 4,5/10
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Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.

domingo, julho 29, 2018

Croft 430th Anniversary


A firma Croft é das poucas casas que cruzaram séculos. Henry Thomson, em 1581, pôde usufruir de direitos, conferidos pela Rainha Isabel I, de Inglaterra, relativos ao comércio de vinho. Em 1588 a firma tornou-se membro da Merchants Company of York.
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Quando da constituição da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro – que constituiu, em 175,6 a região demarcada do Douro e que ainda hoje existe enquanto empresa vitivinícola – já a Croft existia há mais de 150 anos.
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Muito provavelmente, os vinhos que foi mercando seriam diferentes do que são hoje. Seriam fortificados ou na família dos Douro? Não importa, por aqui e agora. O Croft 430th Anniversary, grafado como Celebration Edition, um Reserve Ruby. Trata-se de um reserva ruby.
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Há locais e eventos onde só se vai convidado. Extrapolando ou apanhando alguma similitude, indicam-me a cortesia e o bom-senso não pontuar um vinho.
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Croft 430th Anniversary
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Origem: Porto
Produtor: Croft
Nota: X/10

Covela Avesso 2017 + Covela Arinto 2017 + Covela Rosé 2017 + Covela Escolha Branco 2015 + Covela Reserva Tinto 2007 + Covela Fantástico 2014 + Covela Firestorm


Covela Avesso 2017 + Covela Arinto 2017 + Covela Rosé 2017 + Covela Escolha Branco 2015 + Covela Reserva Tinto 2007 + Covela Fantástico 2014 + Covela Firestorm
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O que se pode dizer da Quinta de Covela? Já tanto se escreveu… não vou chover no molhado nem me pôr a inventar. Como habitualmente, não ligo a descritores.
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Gosto! Gosto muito! Gosto mesmo muito! São vinhos que os enófilos principiantes devem conhecer. São uma janela didáctica, onde se espelha a sub-região de Baião.
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Aqui o Vinho Verde não tão óbvio. Nesta propriedade fazem-se vinhos que não se encaixam nos estereótipos, mantendo a linha comum, na região, da frescura atraente. Quem começa a beber conhece aqui muita coisa e fica impressionado.
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A aguardente chama-se Firestorm… percebe-se porquê. Porém, é duma elegância e frescura que!
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Especial, é o Covela Fantástico 2014, branco onde o granito do Vinho Verde se aproxima do xisto do Douro.
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Ah! Sim, há tinto… mas não aquele decapante feito de vinhão.
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Covela Avesso 2017
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Origem: Vinho Verde
Produtor: Covela
Nota: 6/10
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Covela Arinto 2017
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Origem: Vinho Verde
Produtor: Covela
Nota: 6,5/10
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Covela Rosé 2017
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Origem: Vinho Verde
Produtor: Covela
Nota: 6/10
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Covela Escolha Branco 2015
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Origem: Vinho Verde
Produtor: Covela
Nota: 6,5/10
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Covela Reserva Tinto 2007
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Origem: Vinho Verde
Produtor: Covela
Nota: 7/10
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Covela Fantástico 2014
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Origem: Vinho Verde
Produtor: Covela
Nota: 8,5/10

Monte Velho Branco 2017 + Monte Velho Tinto 2017


Respeito muito quem consegue, ano após ano, fazer um vinho com uma linha identitária coerente. Quem compra Monte Velho sabe o que está a comprar.
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Não são vinhos que me agradem. Nunca dou notas negativas a vinhos que são bem-feitos, mesmo que não os aprecie. Reconheço a competência técnica dos enólogos e ponto final.
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Muita gente gosta e é isso que importa. O que conta o prazer.

Monte Velho Branco 2017
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Origem: Regional Alentejano
Produtor: Esporão
Nota: 3/10
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Monte Velho Tinto 2017
Origem: Regional Alentejano
Produtor: Esporão
Nota: 3,5/10
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Nota: Estes vinhos foram enviados para prova pelo produtor.

sábado, julho 28, 2018

Dona Matilde Branco 2017 + Dona Matilde Tinto 2015 + Dona Matilde Reserva Tinto 2015 + Dona Matilde Porto Colheita 2010

A autenticidade é uma virtude. Seria tudo tão mais fácil se não inventassem para estragar. O que vem da Quinta Dona Matilde é genuíno. Não é preciso pensar muito para se perceber que os vinhos vêm do Douro.
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Não penalizo vinhos bons que não gosto, nem vice-versa.  O Dona Matilde Branco 2017 não é para mim. Os brancos durienses raramente me contentam – mas a nota é absolutamente positiva. Fez-se com arinto, viosinho, rabigato e gouveio.
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O Dona Matilde Tinto 2015 já está no meu paladar. Fez-se com as uvas exigidas no Douro – poderia ser outra coisa? É touriga nacional, touriga franca e tinta amarela.
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O Dona Matilde Reserva Tinto 2015 é a soma de 15 castas, maioritariamente tinta amarela, mas com destaque para a touriga nacional e touriga franca. Surpreendentemente, apareceram-me toques cítrico – aqui tinha mesmo de usar um descritor.
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O Dona Matilde Porto Colheita 2010… não é Porto Colheita quem quer. Mais que se diga é demais – os descritores ficam, uma vez mais, nos meus apontamentos, que sistematicamente são entreténs.
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Dona Matilde Branco 2017
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Origem: Douro
Produtor: Quinta Dona Matilde
Nota: 5,5/10
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Dona Matilde Tinto 2015
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Origem: Douro
Produtor: Quinta Dona Matilde
Nota: 6,5/10
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Dona Matilde Reserva Tinto 2015
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Origem: Douro
Produtor: Quinta Dona Matilde
Nota: 7/10
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Dona Matilde Porto Colheita 2010
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Origem: Porto
Produtor: Quinta Dona Matilde
Nota: 8/10

Casa da Esteira Reserva Tinto 2014 + Casa da Esteira Touriga Nacional 2015


Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. O vinho é um objecto transaccionável e que pode ser avaliado às cegas, para que não exista o efeito rótulo, em concurso ou noutra prova «científica», assim-assim o é.
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Para mim, o rótulo importa. Aliás, o que está no rótulo. Melhor dizendo, o que é o rótulo. Ainda mais, quem faz o vinho. Não penalizo vinhos bons que não gosto nem exagero nas avaliações dos que mais me contentam.
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Estes são vinhos da Joana Pratas e do João Nápoles. Simpáticos, afáveis e competentes. Não é por isso que os seus vinhos são bons nem o seriam inversamente. Gosto deles – produtores e vinhos – e, por isso, e neste caso, sinceramente, não lhe acrescento meio ponto.
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Casa da Esteira Reserva Tinto 2014 fez-se com uvas de «vinhas velhas, onde se misturam tinta amarela, tinto cão, touriga franca, touriga nacional, sousão, tinta francisca, entre outras» – lê-se na informação. Vides com 42 a 67 anos, fincadas no xisto.
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Casa da Esteira Touriga Nacional 2015. É o que diz, de plantas com dez anos.
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Um e outro deram-me cabo da alma, no bom sentido. É que são o Douro. Agora até parece mal elogiar-se o Douro – outras regiões estão na moda –, porém é a que mais me preenche.
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Casa da Esteira Reserva Tinto 2014
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Origem: Douro
Produtor: Parceiros na Criação
Nota: 8/10
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Casa da Esteira Touriga Nacional 2015
Origem: Douro
Produtor: Parceiros na Criação
Nota: 7,5/10

Legado Tinto 2013

Um vinho de homenagem não tem preço. Um vinho que carrega a sabedoria e se transmite é sempre excepcional
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O Legado Tinto 2013 foi o último a ser entregue pelo SenhorFernando Guedes.
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Por todas essas características, este não é um vinho qualquer.
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Origem: Douro
Produtor: Sogrape
Nota: X
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Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.

Cartuxa Colheita 2014


Contar acerca dum clássico ou se resume a um parágrafo ou se escreve um livro. Opto pela primeira hipótese. Assim acontece com o Cartuxa Colheita 2014.
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É um vinho em que se deve ver o rótulo, pois faz parte da sua identidade e memória – era um desejo quando ganhava pouco, infelicidade que se mantém. Claro que há as «provas científicas», em que acontecem surpresas e se produzem muitas asneiras. É talvez um Alentejo antigo, cuja longevidade traduz a sua qualidade.
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Porém, é lamentável o peso da garrafa. Quando é necessário o esforço colectivo para se conseguir um meio ambiente melhor, aqui acontece o contrário. A pegada de carbono é grande.
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Cartuxa Colheita 2014
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Origem: Évora – Alentejo
Produtor: Fundação Eugénio de Almeida
Nota: 7/10
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Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.

quinta-feira, julho 05, 2018

Monte da Ravasqueira Alvarinho 2015 + Monte da Ravasqueira Nero d’Avola 2013 + Monte da Ravasqueira Touriga Franca 2013 + Monte da Ravasqueira Syra Viognier 2013

O Alentejo é tão igual a Alentejo que há, cada vez mais, produtores a afirmarem que o seu Alentejo é diferente. Como tudo na vida: uns são e outros não. Acredito que alguns «não» acreditem genuinamente que fazem vinhos realmente invulgares.
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Ora, no caso do Monte da Ravasqueira existe uma dissemelhança relativa aos outros Alentejo. Os vinhos são mais frescos e a orografia ajuda à complexidade. Esta é a parte que arrogo a sentença dogmática. Quando se lhe acrescenta uma equipa técnica competente, o resultado é sempre positivo.
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A opinião, assumidamente parcial, vinca-me só a mim, na justiça e na injustiça. Não sou capaz de elogiar um vinho que só rime com o meu gosto. Tento não penalizar bons, mas que apenas não aprecio.
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Nestes três vinhos há penalizações derivadas do gosto. Continuando o que escrevi anteriormente, avalio-os nos parâmetros de gosto e somo-lhes um factor de aceitação qualitativa. Ainda assim, estes recebem notação claramente positiva – sem favores nem simpatias da minha parte.
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Monte da Ravasqueira Alvarinho 2015: Não sou propriamente adepto de vinhos alentejanos da casta alvarinho. Normalmente tornam-se enjoativos. Neste caso, as condições naturais e a competência técnica, do enólogo para avaliar e aplicar o conhecimento, colocam-no num patamar bem acima da média. É um vinho que agrada ao nariz e que fica na boca.
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O Monte da Ravasqueira Nero d’Avola 2013 não me transporta para a Sicília – local onde não estive e sobre a qual o meu conhecimento assenta nos filmes sobre a Mafia e do vinho. Sendo de uma terra quente, a casta resulta aqui muito bem, com frescura e alguma saudável gulodice. É um vinho para acompanhar comida, obrigatoriamente.
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Opinar sobre o Monte da Ravasqueira Touriga Franca 2013 é mais complicado. Sinceramente, não sei onde termina o gosto e começa a injustiça. Estarei a penalizá-lo porque o sinto aquém do desejado ou elogio porque a casta está no topo da minha preferência?
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No Douro não se apresenta a solo (que saiba ou me lembre), mas nota-se o que é pelo exercício da avaliação indirecta, com a linha condutora. Penso que a solo não vai muito longe e, saindo do seu berço, também fica aquém do potencial.
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Com excepção de José Mota Capitão e de Domingos Soares Franco, a Sul, não conheço touriga franca que me satisfaça. Aliás, nem haverá muita gente a tê-la plantada, coisa que parece estar a mudar – acredito que desnecessariamente.
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É um vinho muito bem feito. Será um vinho que alcance a grande maioria dos consumidores. Não o querendo injustiçar, não lhe posso escrever laudas.
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O Monte da Ravasqueira Syra Viognier 2013 é uma equipa maravilha, junção aprovada na Côtes du Rhone. Em equipa vencedora não se mexe. Claramente, este ramalhete é diferente da relação em França – ou noutros locais – e mal seria.
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O Monte da Ravasqueira tem o calor e a frescura. Quanto a mim, a ligação nascida aqui está muito alta, relativamente a Portugal.
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Monte da Ravasqueira Alvarinho 2015
Origem: Regional Alentejano
Produtor: Sociedade Agrícola Dom Dinis - Monte da Ravasqueira
Nota: 6/10
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Monte da Ravasqueira Nero d’Avola 2013
Origem: Regional Alentejano
Produtor: Sociedade Agrícola Dom Dinis - Monte da Ravasqueira
Nota: 6,5/10
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Monte da Ravasqueira Touriga Franca 2013
Origem: Regional Alentejano
Produtor: Sociedade Agrícola Dom Dinis - Monte da Ravasqueira
Nota: 6/10
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Monte da Ravasqueira Syra Viognier 2013
Origem: Regional Alentejano
Produtor: Sociedade Agrícola Dom Dinis - Monte da Ravasqueira
Nota: 7/10