Com o fim de ano à porta, é tempo de espumantes. Há
muitos anos, os ricos bebiam Champanhe ao soar das últimas 12 badaladas… Para
muitas pessoas o nome dessa região vinícola francesa foi, durante muitos anos,
(ou é) sinónimo dum tipo de vinho. Mas não! Não mesmo!
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O Champanhe só o francês e da região com esse nome. Por
cá fazem-se também espumantes pelo mesmo método, chamado clássico. Obviamente
muito menos conhecidos, mas também com boa qualidade. A cada região o seu nome
e hoje apresenta-se um Távora-Varosa, espaço não muito vasto, encravado entre
as denominações Douro e Dão.
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A Távora-Varosa tem dos melhores espumantes portugueses,
muito frescos e elegantes. Também os há nos Vinho Verde, na Bairrada e no
Douro, e aqui ou ali. Mas é nela que se situa uma das mais conhecidas casas de
espumantes portugueses, a Murganheira.
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Este vintage é um espumante bruto, ou seja com menos de
15 gramas de açúcar por litro, o que significa ser muito seco. Feito com uma
casta emblemática de Champanhe, a pinot noir, este néctar é, em terminologia
técnica, um blanc de noirs, ou seja, um vinho branco feito de uvas tintas.
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Mais um termo francês designa a borbulhagem, a perlage.
Quanto mais persistente e suave, melhor o espumante. Este responde muito bem à
exigência. Aliás, é um vinho já com reconhecimento, tendo ganho o Grande Prémio
Escolha da Imprensa, da Revista de Vinhos, de 2010.
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O produtor afirma que deve ser bebido num prazo de dois
anos após o dégorgement, que é o processo em que se removem da garrafa as
leveduras, utilizadas na segunda fermentação. Porém, a informação não está de
todo correcta, embora se possa compreender pelo facto de, após esse prazo, o
vinho perder a fruta da sua juventude e evoluir para uma coisa diferente. Mas também
se compreende por motivos comerciais.
Limitar este vinho a dois anos é quase um
insulto. Os grandes vinhos duram que se fartam e transformam-se em
interessantíssimas pomadas. Para que conste, um Murganheira Grande Reserva
Bruto de 1985, provado há dias, estava em plena forma, com suas nuances de
petróleo e amêndoa torrada. O que este vintage não terá se esperarem por ele!...
É beber umas garrafas agora e guardar outras para depois.
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