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Consta, nas terras da Aldeia Galega da
Merceana, que já no século XVII a apelidavam de Quinta do Pinto, porque o vinho
que lá se fazia valia mais um pinto, alcunha duma moeda da época. O certo que é
a família que há poucos anos a comprou é a terceira de nome Pinto a possuí-la.
Além dum carismático feitor, que durante muitos anos geriu a propriedade, ser
também Pinto de apelido.
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O Quinta do Pinto Branco é o topo de gama
da exploração. A caminho está um tinto, mas por enquanto este que reina
sozinho. Tem um toque marcadamente mineral, o que não é alheio o facto de se
encontrar a 25 quilómetros do mar, em linha recta e sem entraves naturais de
monta. Nota-se-lhe a frescura marítima, trazida e acrescentada pelo corredor
ventoso onde se encontra.
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Rita Pinto é quem dá a cara pelo
empreendimento, mas a alma e impulsionador é o pai, António Cardoso Pinto, que,
depois de vender uma propriedade em Grijó, sentiu vontade de se religar à
terra. E se a família está instalada em Lisboa, pois que o retiro seja mais
perto da capital.
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Vinha da área do marketing, no grupo
Lever, quando aterrou na Merceana. Sabia muito pouco de lavoura e de vinhos,
mas foi ficando e gostando e gostando e ficando. Até frequentou aulas de mestrado
em viticultura e enologia, no Instituto Superior de Agronomia.
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Rita Pinto diz ainda não tratar o vinho
por tu. À conversa vai contando pequenas peripécias que lhe aconteceram ao
longo destes últimos tempos de vinhateira. Vai contando e pedindo para que se
não escrevam. É pena.
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Vem esta quinta juntar-se a outras, das
imediações de Alenquer (Chocapalha, Cortesia, Monte d’Oiro e Pancas), que
projectam alto o nome da região de Lisboa, antigamente designada por
Estremadura.
Das oito brancas castas plantadas na
propriedade (19 no total), foram escolhidas apenas três para este Quinta do
Pinto (viognier, roussanne e marssanne), que, não tendo sido de propósito,
estão em partes iguais no lote.
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António Cardoso Pinto é o patriarca. Os filhos e os
vinhos seguem-lhe a vontade, mas Rita diz que nenhum por obrigação. Da paixão
pelos vinhos untuosos do Ródano, nasceu este branco mineral na Merceana.
2 comentários:
João,
Já não provo os vinhos há algum tempo. Tenho feedback muito positivos das colheitas dos últimos anos. O Tiago é um excelente enólogo.
Para além disso, nestas andanças do vinho, travei conhecimento com a Rita e é impossível não gostar dela ou do seu enorme contributo para o projecto. Sabe bem ouvi-la falar da Quinta, e das uvas e dos vinhos. A sua positividade contagia, o seu amor ao projecto ilumina-nos o caminho.
Vale bem a pena procura-los numa feira ou mesmo fazer-lhes uma visita.
Concordas?
concordo, pois!
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