quinta-feira, outubro 06, 2011

Um estrangeiro no Douro– Bétula 2009


A bétula é uma pequena árvore, que, em tempos idos, foi usada na criação de bálsamos. Os frutos da bétula são… os frutos da bétula que agora importam são as uvas. Bagos que fazem um vinho branco diferente, na região do Douro.
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Os mais puristas dão alguns saltos na cadeira por saberem que duas castas internacionais estão a ser cultivadas na portuguesíssima região que faz nascer o Vinho do Porto. A viognier e a sauvignon blanc. Nasce assim um conjunto feito com variedades do Ródano e de Bordéus, mas em território duriense.
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O autor da proeza é Francisco Montenegro, enólogo e rosto do projecto familiar da Quinta do Torgal. A propriedade situa-se num extremo da região, em Barrô, a única freguesia do concelho de Resende daquela que é a mais antiga denominação de origem portuguesa. É mesmo numa franja, encostada à região do Vinho Verde. O clima tem já influência atlântica, e o solo é granítico e com cascalho, em vez de xistoso.
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À frescura de clima e solo acrescenta-se-lhe a altitude de 300 metros, numa encosta voltada a Norte. Um rincão arejado. Por isso tudo, a fruta nasce ali com vivacidade, com boa acidez. Ambiente propício e indicado para uvas brancas.
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Muito embora revele uma grande frescura, tem bom volume de boca. Não é um vinho de Verão. Mas também não é o branco clássico de Inverno. Vai bem com peixes com alguma gordura, mas igualmente com carnes brancas. Provavelmente brilha mais na Primavera e no Outono.
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Até 2005, a Quinta do Torgal vendia uvas apenas para a Adega Cooperativa de Penajóia. Francisco Montenegro teve da família carta-branca para fazer o que quisesse, desde que fizesse bem feito. Tudo é tudo. E tudo foi a aposta naquelas duas castas francesas, plantadas em áreas de igual dimensão e vinificadas de forma diferenciada.
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À viognier (Ródano) fermentou em barricas de carvalho francês, o que lhe deu corpo e as notas frutadas. A bordalesa sauvignon blanc fez a fermentação em depósitos de inox, conseguindo assim maior frescura e notas olfactivas vegetais. O resultado é equilibrado e com uma complexidade interessante. 

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