terça-feira, agosto 12, 2014

Marquês de Borba Reserva 2011

Grande vinho!
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É tão redonda a afirmação que pouco posso escrever.
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Não é um vinho para todos os dias. Felizmente há vinhos que não são para todos os dias.
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Se fosse agradecer ao médico que me operou, ou quisesse impressionar o futuro sogro na primeira vez que partilhasse-mos a mesa, este estaria na lista das hipóteses.
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Sou dos que pensam que a forte graduação num vinho – excepto os rosados e alguns brancos mais informais – não é um defeito. Só será defeito se não tiver acidez para lhe dar frescura e vivacidade.
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Este vinho projecta-se a 14,5 graus de álcool e perigosamente, pois tem frescura e gulodice – mas não é um vinho para barrar no pão, porque tem acidez e não é uma cesta de fruta encarnada (vermelha já cansa).
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O Alentejo é cosmopolita nas castas da denominação de origem (facto que me encanita), pelo que neste vinho se pode encontrar a cabernet sauvignon – variedade que infantilmente e injustamente disse que não gostava.
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A cabernet sauvignon se travada a tempo não é pimentão, revelando-se pimento mais ou menos intenso. É um colosso que marca muito os lotes em que participa. Neste caso, tempera bem, dá exotismo (!), mostra-se e não põe e dispõe.
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A bordalesa é acompanhada pelas alentejanas trincadeira, alicante bouschet e aragonês, que lhe dão o sotaque cantado dos alentejanos. A madeira envolve bem, penso que está numa boa medida – julgo que quem gosta dum uso minimalista da madeira poderá não apreciar tanto. Não sendo caruncho, gosto muito de sentir a madeira no vinho, sendo que nos tintos a sua ausência pode ser trágica...
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Podia o marquês ascender a duque... título que em Borba não existe, tal como os outros todos (excepto o de marquês), incluindo o de visconde.
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Origem: Alentejo
Produtor: João Portugal Ramos
Nota: 8,5/10
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Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.

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