Nunca
fui a Baião, onde se situa a Quinta da Covela, que depois de sobressaltos
empresariais encontrou em Marcelo Lima e Tony Smith um rumo. Os vinhos da
quinta estavam bem cotados e os que nasceram desde que esta dupla de empresário
tomou conta dos destinos da propriedade mantém-se num patamar de qualidade
inegável.
Antes de continuar... nunca fui a Baião –
que me lembre – e a terra sempre me causou irritação nervosa... a vila não tem
culpa do irritante saltitão do João e do seu macaco Hadriano. Fui procurar
fotografias e não me parece mal.
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O que me parece muito bem é a Quinta de
Covela e os seus vinhos. Na propriedade juntam-se castas típicas da região do
Vinho Verde, nacionais e internacionais. Com elas, Rui Cunha, o enólogo,
consegue fazer um conjunto de vinhos diferenciados entre si – pode pensar-se
nas diferentes casaras, mas nem sempre é óbvio – e com um perfil coerente.
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Num evento em Lisboa, foram-me dados a
provar – com comida, porque fiz uma confusão qualquer e cheguei depois da
prova, o que até talvez tenha vantagens – quatro vinhos, dois quais três
brancos e um rosado.
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Começo pelo diferente, pelo Covela Rosé
2013; é um vinho fresco, com secura final, mas não um mono sem sabor. Achei
curioso o comportamento da touriga nacional nesta zona de fronteira do Vinho
Verde com o Douro. É um vinho com elegância e – preconceito – feminino, pois
nele convivem rosas, violetas e flor de laranjeira.
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O Covela Edição Nacional 2013 – Arinto é
um vinho feito à minha medida. Já nem suspeito sou, tantas são as vezes que
elogio a casta arinto, que talvez seja a melhor variedade branca portuguesa.
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Na região dos Vinhos Verdes chamam-lhe
pedernã, mas além de ser um vocábulo muito feio – acho horrível, pedernã – há de
facto vantagens numa sinonímia comum em todo o país. Chama-se «Nacional» por
ser resultado de uvas duma cultivar portuguesa. Mais uma vez revela-se
elegância e frescura, onde a fruta citrina se conjuga com a flor de laranjeira
e alguma rosa, muito subtil.
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O Covela Edição Nacional 2013 – Avesso segue
a linha escorregadia. Ainda os citrinos e a flor de laranjeira. Se o anterior
era delicado, este é delicadíssimo.
Em conclusão. Penso que não posso
designar estes vinhos como típicos Vinhos Verdes – atenção, não vi o rótulo,
pelo que desconheço se tem o selo de certificação ou se é um regional Minho –
têm um «mundo» dado pelos empresários, o brasileiro Lima e o britânico Smith, e
que o enólogo terá interpretado à altura – deduzo.
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São vinhos frescos, fáceis de se gostar
e seguem um perfil cítrico, que os une, mas não os torna iguais.
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Por fim, o Covela Escolha Branco 2013
tem outras pretensões – é mais internacional. Fez-se sobretudo com avesso e
chardonnay – há mais, mas não foi revelado – donde resulta alguma untuosidade.
Curiosamente foi o que notei mais mineral.
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Covela
Rosé 2013
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Origem:
Vinho Verde (não vi o rótulo, pode ser regional Minho)
Produtor:
Quinta da Covela / William Smith & Lima
Nota:
6/10
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Covela Edição Nacional 2013 – Arinto
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Origem:
Vinho Verde (não vi o rótulo, pode ser regional Minho)
Produtor:
Quinta da Covela / William Smith & Lima
Nota:
6,5/10
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Covela Edição Nacional 2013 – Avesso
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Origem:
Vinho Verde (não vi o rótulo, pode ser regional Minho)
Produtor:
Quinta da Covela / William Smith & Lima
Nota:
6/10
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Covela Escolha Branco 2013
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Origem:
Regional Minho (não vi o rótulo, mas contendo chardonnay...)
Produtor:
Quinta da Covela / William Smith & Lima
Nota:
6,5/10
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