O que significam 25 anos? A actividade, em nome próprio, de
João Portugal Ramos chegou ao quarto de século. Dito só assim, esse tempo não é
muito significativo. Todavia, em tal período pode acontecer muita coisa.
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Ser-se um bom profissional implica conhecimento, arma para
abordar o fácil, o aborrecido, o complicado… Não sei qual o trabalho em que se
sente mais desafiado nem o que sente maior pressão ou tem maior prazer. Seja
qual for, reconhecemos-lhe a competência.
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Há um momento de não retorno – em tudo – sob pena de
dissabores. Chega-se a um sítio e não se pode recuar – desistência ou afrouxamento
significam estatelar-se – nem parar, implicando trabalho difícil e esforçado.
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João Portugal Ramos é responsável por vinhos que, por
venderem muito, lhe colocam a responsabilidade de não poder desiludir o
consumidor, um peixe muito escorregadio, se não se agarra bem alguém o irá pescar. Ou seja, qualidade e fiabilidade.
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Está também obrigado a fazer vinhos em que se exige a expressão do ano, das suas dificuldades
e virtudes, e da terra onde as videiras se prendem.
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O que significam 25 anos? Comecei a ouvir falar de João
Portugal Ramos quando ainda era pouco mais do que um miúdo e começara a beber
vinho. Nesses anos, não havia muitos enólogos nem os vinhos tinham a qualidade
que hoje têm e que, felizmente, existe em todo o país.
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Para mim, mais do que os 25 anos, conta o percurso iniciado
em 1980 – tinha dez anos e estava mais a Oriente do que Leste. Obviamente, João Portugal Ramos não inventou o prazer do vinho, mas é
um dos que contribuíram para o bom humor dos enófilos.
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Deu um empurrão ao Alentejo e ajudou a criar referências no
Ribatejo – à época significava oceanos de vinho a tostão. Multiplicou-se para percorrer o país. O que significam 25 anos? Mais do que a sua empresa ou a qualidade que levou a muitas casas. É a sua soma, ser uma referência.
Actualmente está no Alentejo, Beiras, Douro, Tejo e Vinho Verde.
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Faz um dos maiores tintos portugueses – que na minha lista
está entre os cinco primeiros: Quinta de Foz de Arouce Vinhas Velhas de Santa
Maria.
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Para uma empresa atingir 25 anos de vida não basta ser-se
bom gestor. O produto tem de ser bom e a casa bem gerida. Ninguém tem o dom da
ubiquidade nem há super-homens e são poucas as coisas em que um só homem fazer
sozinho. João Portugal Ramos tem tido o saber de se rodear por um conjunto de
profissionais com grande valência técnica. Perdoem-me todos os outros, mas a
aliança com José Maria Soares Franco – outra grande referência – comprova o
querer fazer sempre melhor.
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