A região do Tejo tem conhecido uma assinalável melhoria. Não
só da percepção, mas sobretudo da qualidade – o que alimenta a reputação.
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Ainda o Tejo era Ribatejo – designação com má fama – e já a
Fiuza & Bright produzia vinhos de qualidade. Não foi a única pioneira, mas,
puxando pela cabeça, lembro-me de mais quatro casas. Possivelmente estarei a
ser injusto, mas é a memória:
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– Quinta da Alorna, Casal Branco, Casa Cadaval e DFJ.
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Com o tempo foi aparecendo mais gente com espírito de
trabalhar para a qualidade. Chegaram empresas doutras regiões, formaram-se
grandes produtores, cooperativas mais empenhadas e surgiram pequenas adegas de
projecto de enólogo.
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Até há uns anos – nem muito distantes – o modelo era
conseguir grandes quantidades, para as garrafas serem vendidas a preço de
saldo.
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De há uns anos para cá, mudou muita coisa. Não apenas a
alteração da designação. As vinhas deixaram os terrenos mais ricos, que
possibilitavam as grandes quantidades, e os mais pobres receberam-nas.
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Não gosto – muito raramente refiro – de abordar a questão do
dinheiro. Cada um tem o seu gosto, sabe do recheio da sua carteira e tem o seu
limite de predisposição a gastos. Por isso, considero que estabelecer relação
entre a qualidade e o preço é tarefa apenas pessoal e, quanto a mim, abusada
quando não referente a quem a diz.
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Contudo – não me referindo especificamente a marcas e regiões
– vejo no Tejo vinhos com valores muito moderados. Acabo aqui o tema.
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Enviaram-me dois vinhos, um branco e um rosado, para
acompanhar sushi, que chegou na mesma encomenda.
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Uma vez que não como peixe, a maridagem foi avaliada por
pessoas que convidei. Fugi e não toquei na garrafa de branco. Garantiram-me que
comportamento foi muito bom, muito feliz. Aliás, ninguém se arriscaria a inventar um
casamento entre comida leve e um tinto pesado – obviamente, um trabalho profissional!
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O rosado foi bebido depois – pela sua doçura, achei-o mais
para convívio descontraído do que para acompanhar uma refeição.
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Foram eles:
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– Fiuza Chardonnay 2016 – que estagiou dois meses em barricas
de carvalho.
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– Fiuza Rosé 2016 – lote de cabernet sauvignon e touriga
nacional.
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Ambos com saudáveis taxas de álcool; o branco 12,5% e o rosé
11,5%.
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Visto não ter tocado no chardonnay e não poder também
fazer justiça à ligação do peixe com o rosado, vou abster-me de atribuir notas.
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Nota: Os vinhos foram enviados para prova pelo produtor.
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