Quem gosta de vinhos há alguns anos e tem memória... os José
de Sousa é mais do que um clássico. Não tem tempo, ganhou estatuto de
referência. Nas propriedades, que foram de José de Sousa Rosado Fernandes,
cultivam-se vides desde, pelo menos, 1878.
.
A marca José de Sousa é mais recente. Não sei ao certo
quando surgiu a primeira colheita engarrafada e com rótulo. A empresa que
actualmente tem a marca e a propriedade elogia a colheita de 1940. Portanto, a
referência comercial existe há, pelo menos, 72 anos.
.
Os tempos eram outros. Diferentes conhecimentos e
tecnologias, gostos diferentes, exigências não coincidentes quanto a estágios. O
mundo é composto de mudança, como dizia o Camões.
.
Dos 120 hectares da Herdade do Monte da Ribeira, situada em
Reguengos de Monsaraz, 72 são de vinha, toda ela cravada em solo granítico. As
variedades plantadas são, desde o começo da memória dos anos de 1950, as grand
noir, trincadeira e aragonês.
.
O presente vinho fez-se nas seguintes proporções: grand noir
47%, trincadeira 33% e aragonês 20%. Uma pequena parte do todo fermentou em
potes de barro (as tradicionais talhas alentejanas, caídas em desuso e sem quem
as saiba fazer), o resto foi em inox. Posteriormente realizou-se um estágio de
oito meses, em barricas novas de carvalhos francês e americano.
.
Disso tudo resulta um vinho complexo, tanto nas provas
olfactiva e gustativa. Diz a ficha técnica, com a qual concordo a 100%, que no
nariz mostra tâmaras, folha de tabaco, granito, violetas, figos, ameixas e
baunilha. A boca é macia, com taninos domesticados e que se mostram. Um final
de boca contente.
.
.
.
Origem: Regional Alentejano
Produtor: José Maria da Fonseca
Nota: 7/10
.
Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.
Sem comentários:
Enviar um comentário