A minha boca e a minha cabeça conheço-as melhor do que ninguém (em princípio). Depois de espalhadas as contas pelas folhas de Excel e de realizados um exercíciozitos só para entreter, concluí o que já sabia. Contudo, agora tenho dados palpáveis. Porém, ainda tive surpresas.
As preferências dos gostos avaliam-se tanto pelas médias das classificações dos vinhos, por denominações, como pelo número de referências consumidas. As médias das regiões podem denunciar o dinamismo qualitativo duma região e também as preferências do paladar. Porém, a insistência da escolha duma região é também indicativa duma apreciação positiva.
As duas coisas não são sinónimas nem equiparáveis. Descobri isso ao fazer o cruzamento dos dados entre número de referências e as pontuações médias das denominações. O caso colocou-se com grande evidência na região dos Vinhos Verdes, onde a média não foi famosa, mas a insistência grande. A situação tem explicação e define-se com uma palavra: Verão.
Quer isto dizer que o Vinho Verde não é o vinho dos meus encantamentos, mas uma agradável «necessidade» nas noites quentes de estio. Porém, os meus brancos são outros, ainda que a nota mais elevada atribuída em 2006 a um Vinho Verde tenha sido de 6,5 pontos.
As restantes surpresas foram também nos brancos. Sempre andei convencido que o Douro não era a minha região de brancos, embora tivesse os meus brancos perdilectos. Pois acontece que esta Denominação de Origem Controlada tem quatro vinhos com pontuações acima dos sete pontos, o que desequilibra as contas. E bebi 16 referências durienses. Conclusão: Tenho afinal uma tendência para os brancos do Douro, e isto não sabia.
Sabia, sim, que o meu perfil de brancos se inclina para Bucelas, Bairrada e Dão. E as médias confirmaram-no. Apenas as escolhas de bairradinos foram escassas.
Quanto aos tintos não tive surpresas: o meu coração bate pelo Douro! Segue-se de muito perto o Dão (com média uma décima superior, mas muito menos referências saboreadas). Depois Vêm os Regionais Terras do Sado, os Regionais Alentejanos, os Regionais Ribatejanos, os Alentejo e os Ribatejo. Há algumas Denominações de Origem Controlada com melhores pontuações, mas com número muito reduzido de amostras bebidas, pelo que não as considero para o efeito.
Vinhos brancos de pasto com pontuações acima dos 7 pontos
Douro: 4
Bairrada: 1
Dão: 1
Estremadura: 1
Regional Ribatejano: 1
Vinhos tintos de pasto com pontuações acima dos 7 pontos
Douro: 10
Dão: 3
Regional Estremadura: 2
Regional Terras do Sado: 1
Vinho de mesa (uvas do Dão e do Douro): 1
Colares: 1
Regional Alentejano: 1
Regional Ribatejano: 1
Nota: Acho que este texto interessa muito pouco a alguém, é mais para mim mesmo. Tem um pouco a ver com a discussão das opiniões, classificações e críticas...
2 comentários:
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