Sou uma pessoa de má índole. Vejo mal em tudo, faço rápidos
juízos de valor! Protesto e resmungo sempre. Para mim nunca está bem... chateiam-me
as estrangeiras nas «velhas» denominações alentejanas, no caso Borba, porém
sendo este um regional sou menos embirrento... tenho de conceder, a casta syrah
resulta muito bem no Alentejo.
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Raisparta a natureza. Óscar Gato, homem do Alentejo,
consegue o que nem sempre todos conseguem: extrair Alentejo de castas
estrangeiras. Ou sou eu que me vou habituando aos vinhos do mestre da Adega de
Borba ou estou a dizer mesmo uma coisa acertada.
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É um vinho que mostra complexidade na prova olfactiva, em
que aromas diferenciados vão jogando à vez, passando a bola uns aos outros (não
é o aborrecidíssimo tiki taka do Guardiola), rolando sobre um «relvado» de
xisto e argila. Pois, a mineralidade está lá, nem sempre óbvia, depende do dançarino
(casta) que estiver no momento no salão.
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Notei as notas de folha de madeira de charuto (cedro – devia
ser sempre) e os frutos do bosque, nomeadamente groselhas. O chocolate negro
também se assoma à janela. O produtor acrescenta-lhe notas de barrica (faço
assim-assim com a cabeça) e florais (esta é que me escapou de todo).
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A boca é menos complexa, mas não inferior em qualidade. É suave,
mas tem raça. Na minha boca nasceram quadradinhos de chocolate preto e alguma
ginja. Bom final.
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Origem: Regional Alentejano
Produtor: Adega de Borba
Nota: 7/10
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Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.
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