quinta-feira, julho 05, 2012

Quinta do Côtto 2007

– Um vinho português com tampa de rosca?
– E por que não?
– É legítimo.
– É, e mais barato do que uma rolha de cortiça.
– Mas, e espera lá, não é um bocado contra-a-natura? Não devíamos defender o que é nosso?
– Conservador! Não tem nada a ver. Cada um usa o que quer. Isso seria patrioteirismo bacôco.
– Pois, de acordo. Vivemos num país livre. Todavia, por que hei-de de comprar um vinho como a Quinta do Côtto se há outros importados tão bons e melhores, e a preço inferior?
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Vedante de rosca? Tudo bem. Desde que depois não me venham falar nos custos de fazer vinho em montanha, nem da interioridade, nem do preço da mão-de-obra  que é caro por escassa, ou da água ou o c******. Não me venham com conversas moralizadoras. 
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Vedante de rosca num vinho abaixo de um 1,5 euros, até aceito. Mas num vinho como o Quinta do Côtto, marca com história e reputação?
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Conservadorismo? Nem por isso. O bag-in-box é uma óptima invenção. Se querem descomplicar e facilitar, que usem o saco-dentro-do-caixote. Esse sistema tem virtudes além do preço. Ainda assim, um Quinta do Côtto num bag-in-box? 
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Para quê falar de região ou ano? Falemos de produto. É uma bebida com álcool. Um vinho português com rosca não tem identidade. O produtor usa o vedante que entende e o consumidor consome o que quer.
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Quanto ao vinho: perdi a tesão de o comentar.
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Quanto ao produto: nos mesmos patamares de preço e de qualidade, há melhores da estranja. Com rosca ou com rolha.
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Refiro, uma vez mais, que as opiniões são todas subjectivas e que por aqui são assumidas como tal. O critério é mesmo o do prazer e este vinho não me deu nenhum. A qualidade não comento, o produto é evitável.
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Origem: Douro
Produtor: Montez Champalimaud
Nota: 2/10

2 comentários:

francisco cunha disse...

Assino por baixo.
F.Barão da Cunha
enófilo militante

Edgar Meireles disse...

Excelente post (mais um).
O João perde a tesão de o comentar e eu perco a tesão de o comprar. O vedante de rosca numa garrafa de Quinta do Cotto (e não só) funciona em mim como um vedante de vontade - é certinho como o Destino.
Cumprimentos,
Edgar Meireles