Se fosse esquizofrénico diria que é uma perseguição, embora
positiva. Não há nada a fazer, se há touriga franca no lote o mais provável é
gostar. Tungas! Toma! Vai buscar! Nem que fosse por isso, este tinto já está
mais do que aprovado. Felizmente não é só por isso.
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Mestre Domingos Soares Franco, que insisto em chamar-lhe
enfant terrible da enologia (porque se está marimbando para as denominações de
origem e outros espartilhos, fazendo e dizendo o que muitos silenciam – embora nem
sempre concorde, no que respeita às denominações), é mesmo mestre. O homem é
daqueles que tem toque de midas. Um vinho deste preço com esta qualidade é de
aplaudir, digo eu que me marimbo para a chamada relação entre a qualidade e o
preço, que ronda os oito euros.
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É um vinho muito fácil de se gostar, com jeito português e
da região, embora salte a cerca. No nariz é complexo e desafiante, com notas
fumadas que não ocultam a fruta do bosque, nem as cerejas, as especiarias, a
folha de chá, evocação de café e de chocolate, e quiçá folha de louro, em
quantidade pacata. Na boca tem boa estrutura, com corpo e frescura (não é um
frigorífico, bem se vê), final com boa dimensão.
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Origem: Regional Península de Setúbal
Produtor: José Maria da Fonseca
Nota: 7/10
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Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.
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