A Bacalhôa apresentou a sua «colecção Primavera / Verão 2012»,
um conjunto de vinhos brancos de diferentes perfis, mas sem oscilações quanto à
qualidade. As variedades agora postas à venda representam as diferentes regiões
onde a Bacalhôa, a Aliança e a Quinta do Carmo se encontram a produzir.
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A região da Península de Setúbal é a mais variada quanto a
oferta, com cinco referências. O Alentejo e a Bairrada têm cada duas
referências e o Dão e Lisboa com apenas um vinho. Em comum têm a frescura,
embora os brancos alentejanos se mostrem menos festivos.
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Começando pelos vinhos da Península de Setúbal, a Bacalhôa
apresenta dois níveis de brancos, um patamar mais fácil e um degrau mais
exigente, referindo qualidade não preço.
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O JP Branco 2011 promete esplanadas, seja no final da tarde
seja para as noites cálidas. Fácil de trato, com aromas de ananás e rebuçado.
Na boca mostra frescura, notas de erva e um final algo seco, o que é positivo.
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O Serras de Azeitão Selecção do Enólogo 2011 precisa de mais
tempo para se revelar no nariz, que acaba por se mostrar herbáceo e com notas
de maçã verde. Na boca fica uma sensação mineral, quase metálica. Para mim
bebia-o com marisco.
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Ai Catarina, Catarina… namorava contigo… este punha-o
claramente na mesa, com mariscos, saladas consistentes e, certamente, irá peixe…
os outros que o comam; nã como pêche! Esta branco caiu-me bem. Embora não sendo
«O» vinho, é uma coisinha bem apetecível. Em termos olfactivos mostra-se
interessante, com notas minerais, com rosa e fina manteiga. Na boca mostra-se
com bom corpo, fresco e embora com um travo algo adocicado finaliza-se seco.
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Cova da Ursa Chardonnay 2011… nunca percebi o porquê desta
marca. A mim soa-me mal, mas se funciona… Neste vinho vêm notas tropicais, o
que no meu gosto não é particularmente positivo. Todavia, o tabuleiro da fruta
é completado por uma finura de fumo e notas vegetais que me tranquilizam. Na
boca está mesmo muito bem, com um final com alguma valentia.
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Pois, agora vem um dos vinhos mais apreciados do momento, o
Quinta da bacalhôa Branco 2010. Mais complexo que os anteriores, mostrou
elegância e prometeu boa companhia para os jantares, e não apenas no tempo
quente. No nariz é complexo e subtil, destacando-se o herbáceo e um fino fumo.
Na boca o fumo é mais notório e apresenta um belo final.
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O Alabastro Branco 2011 foi, para mim, o menos interessante
dos vinhos apresentados. Noto aqui, uma vez mais, que as minhas opiniões são
assumidamente subjectivas e, embora reflictam a qualidade intrínseca dos
vinhos, estão submetidas à tirania do meu gosto. Pois, este não me palpitou: no
nariz é inicialmente austero, com notas de palha, sendo o menos fresco dos
provados. Na boca mantém-se a menor frescura.
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Quinta do Carmo Branco 2011… a referência nunca deixa de
espantar, embora mantenha uma feliz e segura regularidade, quer de perfil, quer
de qualidade. O meu enorme amigo VR não o dispensa, todo o ano, pelo que o bebo
esta referência com muita regularidade. O aroma não esconde o Alentejo, mas
mostrando também frescura: um pouco orgânico e terra, pedra, restolho, casados
com a frescura do ananás. Na boca mostra-se untuoso, com mineralidade e
frescura.
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O Angelus Branco 2011 não ficou entre os preferidos, embora
de clara qualidade… já falei na subjectividade da opinião? Pois! Todavia revela
uma interessante complementaridade do nariz e da boca. Enquanto em termos
olfactivos seja um pouco orgânico, temperado com uma frescura quase da menta,
no palato revela a frescura do metal.
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O Galeria Bical 2011 tocou-me a cultura, pois surpreendi-me
com as notas olfactivas lembrando morango… juro! Porém destaca-se a maçã verde.
Na boca mostra doçura, com um final meio-seco e de média duração.
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A região de Lisboa mostra-se bem neste vinho, que reflecte a
sua frescura e o potencial que este território tem para os vinhos brancos.
Filho da casta originária do Noroeste peninsular, o Quinta dos Loridos Alvarinho
2010 é um belo vinho, em equilíbrio entre o doce e o seco. No nariz mostra
rebuçado de ananás e muita frescura. Na boca mantém-se a frescura, com um bom e
seco final.
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O Quinta da Garrida Reserva Branco 2011 não teve a nota
muito mais alta da mostra, mas é o que mais me agradou e surpreendeu. É por
causa destes brancos de encruzado que o Dão vai dar cartas no panorama nacional…
e seria muito bom que fizesse além fronteiras. É um vinho completo,
equilibrado, mas com risquinho «fora do sítio», não por defeito, mas para fazer
cócegas no prazer. No nariz revela uma finura de fumo, notas vegetais, quase
menta, minério e um pequeno ramalhete. Na boca o primeiro embate parece doce,
mas rapidamente evolui para os cítricos da lima e do limão, quiçá com um pouco
de tangerina. E tem um belo final.
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JP Branco 2011
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Origem: Regional Península de Setúbal
Produtor: Bacalhôa Vinhos de Portugal
Nota: 4/10
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Serras de Azeitão Selecção do Enólogo 2011
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Origem: Regional Península de Setúbal
Produtor: Bacalhôa Vinhos de Portugal
Nota: 4/10
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Catarina 2011
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Origem: Regional Península de Setúbal
Produtor: Bacalhôa Vinhos de Portugal
Nota: 5,5/10
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Cova da Ursa Chardonnay 2011
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Origem: Regional Península de Setúbal
Produtor: Bacalhôa Vinhos de Portugal
Nota: 6,5/10
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Quinta da Bacalhôa Branco 2010
Origem: Regional Península de Setúbal
Produtor: Bacalhôa Vinhos de Portugal
Nota: 7/10
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Alabastro Branco 2011
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Origem: Regional Alentejano
Produtor: Aliança
Nota: 3,5/10
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Quinta do Carmo Branco 2011
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Origem: Regional Alentejano
Produtor: Aliança
Nota: 6,5/10
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Angelus Branco 2011
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Origem: Bairrada
Produtor: Aliança
Nota: 4,5/10
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Galeria Bical 2011
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Origem: Bairrada
Produtor: Aliança
Nota: 5/10
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Quinta dos Loridos Alvarinho 2010
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Origem: Regional Lisboa
Produtor: Aliança
Nota: 6/10
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Quinta da Garrida Reserva Branco 2011
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Origem: Dão
Produtor: Aliança
Nota: 7,5/10
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