quinta-feira, fevereiro 02, 2012

Pai Abel Branco 2009

Ando há quinquénios para escrever acerca deste branco do simpático mestre Mário Sérgio Nuno, homem que se mantém fiel à Bairrada, não enveredando pela região da «Bairrada», aquela que despreza a baga e toma como sua os cabernet sauvignon, merlot, entre outras castas franciús.
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Neste caso não se trata dum tinto, mas dum branco. Mário Sérgio, fiel também aos processos produtivos bairradinos, cedeu um pouco à vaga, fermentando-o em barrica, onde também estagiou por seis meses … mas bem usadas, para que não marquem muito. Como manda a tradição, foi para o lagar com o engaço.
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O resultado merece um aplauso de pé durante dez minutos. Mário Sérgio Nuno não brinca em serviço… uma vez, antes de almoço, quis-me obrigar a tragar aguardente. Diga-se que, até hoje, uma das raras bagaceiras que consegui levar à boca foi a dele. E a aguardente vínica é outra especialidade.
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Este branco é um garrafeira, palavra que aparece «escondida» no contra-rótulo, pois Mário Sérgio tem experiência de confusões. Um dia surgirá o tinto, que provei, mas que ainda está inacabado. O nome pretende homenagear o pai, homem que conhecia correr, mas que aparenta ser tão francamente simpático quanto o filho.
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Resultante de uvas plantadas em cinco folhas diferentes, que foi adquirindo, este vinho resulta bem complexo. Este vinhaço fez-se com partes iguais de maria gomes e de bical. Tem acidez, mineralidade, notas vegetais, é, por isso, fresco. Mas também tem corpo. É «complicado» no nariz e na boca, muito rico, com final feliz (eheheheheh)… longo, bem longo.
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Origem: Bairrada
Produtor: Mário Sérgio Alves Nuno / Quinta das Bágeiras
Nota: 9/10

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