segunda-feira, setembro 26, 2011

Uma estória de dois vinhos de 2007 – CARM Tinto


Há coisas assim. O que estava agendado era o CARM Grande Reserva Tinto de 2007. Mas a poderosa Wine Spectator (conhecida no métier por Wine Speculator, tal é a sua influência) trocou as voltas. É que na sua última edição, dedicada aos 100 melhores vinhos do mundo, colocou em nono lugar o CARM Tinto Reserva de 2007.
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Os lotes dos CARM Tinto Reserva e Grande Reserva de 2007 fizeram-se com as mesmas castas tradicionais do Douro: Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz (que a Sul se designa por Aragonês). As percentagens de cada é que variaram. O Grande Reserva tem mais Touriga Nacional (85%) e menos de Tinta Roriz (5%). O Reserva fez-se com 50% de Touriga Nacional, sendo a parte restante dividida irmãmente. Diferentes foram também as soluções enológicas. São vinhos diferentes, embora em caracterização genérica se possa pensar que são parecidos.
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O Reserva tem tido um preço cordato, de gama média. A ver se a taluda não dá a volta ao produtor e comerciantes e coloca nos píncaros os dígitos em euros.
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Mas vale explicar um pouco o que é a CARM, acrónimo de Casa Agrícola Reboredo Madeira. É uma estrutura familiar situada em Almendra, Foz Côa. Família de lavradores, com registo desde o século XVII, dedica-se também a outras culturas tradicionais e está a alargar a oferta aos produtos gourmet (pasta de azeitonas, pasta de tomate seco, pimentos recheados com queijo ou com atum, corações de alcachofras, azeitonas com e sem caroço).
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Nas suas diferentes quintas há olivais velhos, que só podem ser rentáveis quando o resultado final é de grande qualidade, e pode, por isso, aumentar o preço. As cultivares, típicas do Alto Douro, dão origem a três azeites de lote e a dois de uma só quinta.
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No vinho, o futuro passa pela compra e venda de quintas. A prioridade vai para propriedades mais elevadas e voltadas a Norte, que permitem vinhos mais frescos. É que o aquecimento global também se sente no Douro.

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