Há coisas assim. O que estava agendado era o CARM Grande Reserva Tinto de
2007. Mas a poderosa Wine Spectator (conhecida no métier por Wine Speculator,
tal é a sua influência) trocou as voltas. É que na sua última edição, dedicada
aos 100 melhores vinhos do mundo, colocou em nono lugar o CARM Tinto Reserva de
2007.
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Os lotes dos CARM Tinto Reserva e Grande Reserva de 2007 fizeram-se com as
mesmas castas tradicionais do Douro: Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta
Roriz (que a Sul se designa por Aragonês). As percentagens de cada é que
variaram. O Grande Reserva tem mais Touriga Nacional (85%) e menos de Tinta
Roriz (5%). O Reserva fez-se com 50% de Touriga Nacional, sendo a parte
restante dividida irmãmente. Diferentes foram também as soluções enológicas.
São vinhos diferentes, embora em caracterização genérica se possa pensar que
são parecidos.
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O Reserva tem tido um preço cordato, de gama média. A ver se a taluda não
dá a volta ao produtor e comerciantes e coloca nos píncaros os dígitos em
euros.
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Mas vale explicar um pouco o que é a CARM, acrónimo de Casa Agrícola
Reboredo Madeira. É uma estrutura familiar situada em Almendra, Foz Côa. Família
de lavradores, com registo desde o século XVII, dedica-se também a outras
culturas tradicionais e está a alargar a oferta aos produtos gourmet (pasta de
azeitonas, pasta de tomate seco, pimentos recheados com queijo ou com atum,
corações de alcachofras, azeitonas com e sem caroço).
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Nas suas diferentes quintas há olivais velhos, que só podem ser rentáveis
quando o resultado final é de grande qualidade, e pode, por isso, aumentar o preço.
As cultivares, típicas do Alto Douro, dão origem a três azeites de lote e a
dois de uma só quinta.
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No vinho, o futuro passa pela
compra e venda de quintas. A prioridade vai para propriedades mais elevadas e
voltadas a Norte, que permitem vinhos mais frescos. É que o aquecimento global
também se sente no Douro.
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