João Roseira é um homem
cool. Bem disposto, com humor fino e pronto, não parece ser homem de
gargalhadas. Gosta de vinhos diferentes da corrente dominante e com forte
carisma, que traduzam a alma das uvas, do solo e do clima… o chamado terroir. São
mesmo da terra onde nasceram. Assim acontece com todos os grandes vinhos.
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Parceiro e amigo, Luís
Soares Duarte é um dos mais reputados enólogos do Douro, assinando vinhos como
os Kolheita de Ideias. Os dois assumem a Bago de Touriga, a pequena empresa
produtora dos Gouvyas.
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Gouvyas é a forma antiga
do topónimo Gouvinhas, uma aldeia do concelho de Sabrosa, na sub-região do Cima
Corgo. Vem o nome por as uvas serem provenientes dessa pequena localidade. A
Bago de Touriga não tem vinhas próprias, adquire a fruta a pequenos viticultores.
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O esmagamento fez-se em
lagar com pisa a pé, como manda a tradição e a memória. Ao todo fizeram-se
pouco mais de 3.000 garrafas. O produtor esgotou o stock, mas o vinho encontra-se,
obviamente, nas prateleiras das garrafeiras.
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Como o nome indica, este
Vinhas Velhas de 2005 fez-se com uvas de cepas de provecta idade, não com vinte
ou trinta anos, mas com décadas e décadas. O resultado é um vinho muito
concentrado.
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Castas? É difícil de dizer, são muitas. Se calhar mais
do que aquelas que o produtor cita. Vinhas que têm as castas misturadas.
Antigamente era assim em Portugal, cultivavam-se as diferentes variedades todas
juntas e o lote estava feito. Facto curioso, a mediática e reputada Touriga
Nacional ocupa apenas um lugarzinho no conjunto.
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