O substantivo próprio Graco faz, só por si, viajar no tempo.
Não é nome que se tenha hoje em dia ou, pelo menos, não é nome comum. No século
II antes de Cristo, dois irmãos tribunos e oradores de nome Graco marcaram a
cena política romana. O grande motor da sua intervenção ligava-se ao
aproveitamento generalizado das terras conquistadas por parte da aristocracia
romana.
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É esta ligação à agricultura e à presença romana na terra
conquistada da Hispânia que dá o nome a um dos novos vinhos alentejanos. Os
produtores assumem que querem honrar a presença latina na Herdade Sousa da Sé,
situada a seis quilómetros de Évora.
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Não tão mediáticos quanto os romanos que dão nome ao seu
vinho, estes vitivinicultores não são de todo anónimos. La-Salete Fernandes foi
durante vários anos chefe de redacção e alma do Diário Económico. Jaime Antunes
liderou os projectos do Semanário e Diário Económico, mas talvez seja mais
conhecido pelas suas ligações ao Sport Lisboa e Benfica. Quem também não
precisa de grandes apresentações é Paulo Laureano, provavelmente o mais
mediático e ubíquo enólogo do Alentejo.
.Os novíssimos vitivinicultores estreiam-se com uma colheita de branco e outra de tinto. Mas aqui e agora o que conta é o claro. Respeita à colheita de 2009. A união das castas do lote é já um resultado certo: Antão Vaz e Arinto. A primeira é bastante comum em todo o Alentejo, mas marca presença também na região de Lisboa. A segunda dispersa-se por todo o território nacional, sendo considerada uma das melhores variedades do país. Tanto uma como outra complementam-se, embora promovam um sabor e aroma tropicais.
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