Há já uns tempos que José Manuel Ruivo, empresário do ramo imobiliário,
pensava num retiro bucólico. A ideia foi amadurecendo e várias voltas dadas foi
pôr as preferências no Dão.
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A sua ideia era a de ter uma pequena propriedade onde pudesse descansar e
fazer um pouco de vinho. Coisa de poucos hectares. No terreno tinha obviamente
batedores, que lhe iam dando conta dos achados. Um dia, numa das suas
deslocações à região, o agente imobiliário falou-lhe com entusiasmo numa
propriedade, no concelho de Mangualde, que era tal e qual o que José Manuel
Ruivo pretendia… ou quase. É que era substancialmente mais vasta: 150 hectares.
Pois que nem pensar!
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De recusa em recusa até à disponibilidade, a contra gosto, em ir ver o
terreno. Tal como lhe prometera o agente, foi amor à primeira vista. Em 1997, a
Quinta de Darei foi adquirida. Hoje conta com orgulho a estória da sua recusa
em ver a propriedade.
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Nesse mesmo ano plantou-se uma vinha. Castas da região, pois já se vê. A
última parcela de vinha foi cultivada em 2005 e a opção continuou a ser castas
regionais, visto pretender apenas vinhos DOC (denominação de origem controlada)
Dão.
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A opção deste produtor é também algo insólita para os dias de hoje, em que
as pressões financeiras empurram prematuramente para o mercado alguns vinhos.
Neste caso não. A colheita é de 2004, já estagiou e está pronta a dar muitas
alegrias a quem o beber. Mas, como bom e tradicional Dão, está também preparado
para aguentar mais uns tempos em garrafeira. É vibrante e está um pouco fora de
moda. Ainda bem que se fazem vinhos assim, desalinhados.
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No total, as vides nem ocupam muita área, apenas seis hectares, dos quais
4,8 de castas tintas. O olival tem quatro hectares, todo da variedade galega,
variedade de azeite adocicado e bem presente em quase o território nacional. O
restante espaço dá liberdade a uma manada de vacas arouquesas e a rebanhos de
cabras serranas jarmelistas e ovelhas bordalesas de Serra da Estrela. Em
cogitação está a produção de Queijo da Serra… apetece mesmo com um copo.
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