A minha relação
com o blogue parece-se com a dalguns casais separados. Afastam-se, porque querem
dar um tempo, mas ligam-se passado uma semana. Um mês depois tomam um café.
Mais tarde três semanas vão ao cinema. Dois dias depois vão ao «cinema».
Arrependidos, dizem que é melhor dar um tempo.
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Prometi-me não
escrever. Anunciei ao mundo que terminara. Disse-o a quem não me tinha ouvido.
Quase gritei a quem me continuou a incentivar a escrever. Porém… depois há os
amigos… Há maneira de se recusar a um amigo? Por isso, surge este texto.
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O que fez, desta
vez, Domingos Soares Franco? Três monovarietais tranquilos e um Setúbal
especial de corrida, que outrora tinha sido apresentado – trata-se dum
relançamento. Assinados, como habitualmente, Colecção Privada DSF.
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Domingos Soares
Franco tem conhecimento técnico, cultura e curiosidade. Somando a imaginação,
surge com ideia e conceito. A isso acrescenta-se a intervenção duma equipa técnica de
grande competência e abertura de espírito.
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Agora acresce um
dado: 40 vindimas dum dos maiores mestres da enologia. Domingos Soares Franco é
verdadeiramente um artista e que tem em Paulo Hortas alguém que o pode chamar à
Terra, dizer-lhe que pode ir mais além e que assina uma destas quatro obras de
arte. Amigos e que trabalham juntos há 35 anos.
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Colecção Privada
DSF Riesling 2019, Colecção Privada DSF, classificado apenas como «Vinho de
Mesa», resulta de uvas plantadas em Trás-os-Montes, numa propriedade de Paulo
Hortas. O solo granítico situa-se a 630 metros de altitude.
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Diz Domingos
Soares Franco:
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– Perguntou-me,
em Maio de 2019, se eu estaria interessado em ficar com as suas uvas. A minha resposta
foi imediata; «venham lá essas famosas uvas riesling». O Paulo fermentou-as,
com elevado cuidado e carinho, a seu belo prazer.
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Se Paulo Hortas
e Domingos Soares Franco dizem que a longevidade vai aos 15 anos após o
engarrafamento – acontecido em Maio do ano passado – é porque é verdade. Eu,
que sou atrevido, duvido, justificando com a conhecida vida dos vinhos desta
casta.
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Cá em casa, os
riesling são muito apreciados… veremos até quando resistiremos à tentação de
abrir uma das que temos guardadas…
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O Colecção
Privada Cabernet Sauvignon 2017 é um Regional Península de Setúbal. Envelhecido
sem madeira, tem longevidade prevista a 15 anos após o engarrafamento –
Fevereiro de 2019. As uvas nasceram em solo argilo-calcário. Não é o primeiro
vinho, desta variedade na região, com grande qualidade. Aqui fugiu do pimento e
do pimentão, muito característicos dos nascidos em Portugal.
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O Colecção
Privada Malbec 2017 é também um Regional Península de Setúbal. As uvas vieram igualmente
de solo argilo-calcário. O envelhecimento foi sem madeira e a longevidade
prevista é de 15 anos após o engarrafamento – Abril de 2019.
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Por fim, um
vinho relançado. O Colecção Privada DSF Moscatel de Setúbal Superior 2001
Cognac – não sei se a formulação é exactamente como escrevi, mas tem os
elementos referidos no rótulo. Este é um daqueles vinhos que, com justiça, se
podem classificar como luxo, dado os seus requintes e singularidade.
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A razão da
designação Cognac deve-se à aguardente, utilizada para parar a fermentação,
provir dessa região demarcada francesa. O envelhecimento fez-se em barricas
usadas. Vinhos com estas características vivem muitos anos, pelo que não tem
data de falecimento.
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Colecção Privada
DSF Riesling 2019
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Origem: Vinho de
Mesa (Trás-os-Montes)
Produtor: José
Maria da Fonseca
Nota: 8/10
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Colecção Privada
DSF Cabernet Sauvignon 2017
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Origem: Regional
Península de Setúbal
Produtor: José
Maria da Fonseca
Nota: 8/10
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Colecção Privada
DSF Malbec 2017
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Origem: Regional
Península de Setúbal
Produtor: José
Maria da Fonseca
Nota: 8/10
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Colecção Privada
DSF Moscatel de Setúbal Superior 2001
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Origem: Setúbal
Superior
Produtor: José
Maria da Fonseca
Nota: 9/10