Ora muito belamente… Este é um daqueles vinhos que me baralham, porque tem tanto de
positivo como de encanitanço. Bem se vê que não há vinhos perfeitos, até porque
a perfeição é divina, e se fosse humana seria subjectiva.
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Pois bem, este tinto é de grande categoria. Mas não me
impressionou. Ou melhor, o que me impressionou foi o que não gostei: a madeira!
E eu que bem gosto de madeira no vinho…
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Penso, na minha singela cultura, que teve demasiado tempo em
barrica. O tempo não se mede em tempo (assim mesmo a expressão), mas em traço
sensitivo. Foi um ano em meias pipas de carvalho… pelos vistos, demasiados dias
para o meu gosto.
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O S e o T abreviam as castas sirah e trincadeira, a primeira
plantada em solo argilo-calcário e a segunda em xisto. Diz o rótulo: single
vineyard.
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Em todo ele se vê a atenção e o cuidado. Por isso, não lhe
posso apontar nada na qualidade. Só mesmo na apreciação subjectiva que é o
gosto, da qual resulta a nota.
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Trata-se dum vinho bastante concentrado, com notas olfactivas
de especiarias, tabaco e alguma coisa de fruta vermelha. Na boca é sedoso e
elegante, tem um final prolongado. Ganha se aberto com antecedência, no caso
dei-lhe duas horas, na segunda garrafa. Promete boa evolução com os anos.
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Normalmente, nestes casos de desacerto, digo a nota de
mérito e chuto com a minha pessoal, justificando a redução do valor. Pois bem,
na presente situação faço o oposto: dou-lhe meio ponto abaixo na apreciação
pessoal do que na nota final. A equipa de João Portugal Ramos merece ser
tratada com inflação, pois admito que, muito possivelmente, a minha apreciação
possa ser injusta.
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Origem: Regional Alentejano
Produtor: J. Portugal Ramos
Nota: 8/10
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Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.
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Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.
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