Há anos memoráveis e outros apenas uma fina camada de pó. Não
fiz levantamento do que se foi passando ao longo dos séculos. Detenho-me em
1867 por ser dessa data o tronco do Vinho do Porto que assinala os 260 anos da
Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro – mais tarde ganhou a
alcunha de Real Companhia Velha.
.
O que se pode dizer dum vinho com 150 anos? Qualquer coisa
será de menos e qualquer coisa será demais. Podem verter-se adjectivos, mas
serão sempre substantivos. Não escrever nada, é nada.
.
Valerá a pena contar se uma pequena elite o poderá provar?
Bem, há a história, a estética, a gula e a inveja. Apenas 260 garrafas de tawny
muito velho, cujo lote é 93% de 1867 e 7% de 1900.
.
Os vinhos são como as pessoas: uns evoluem e outros não. Se há
gente boa que falece jovem e canalhas idosos, no vinho só os melhores vivem
longamente.
.
Descrever um vinho destes é indiferente. Tem tudo o que um
tawny velho deve ter, que um racho de pessoas identifica e outras tantas
inventam. Não, não estou a dizer que os aloirados velhos são todos iguais. Têm
diferentes intensidades e nuances nas sensações, sendo excelentes, a apreciação
vai de boca.
.
.
.
Origem: Porto
Produtor: Real Companhia Velha
Nota: 10/10
Sem comentários:
Enviar um comentário