Óscar Gato não é um nome do jet-set do vinho, mas é um
grande senhor do vinho. Na Adega de Borba gere muitos milhares de litros de
vinho. É precisa sabedoria e tarimba para se fazer tanto e bem.
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Nasceu no Alentejo e numa família com cultura do vinho. Pai
e tio, cada qual com sua taberna, servem vinho de talha (grandes ânforas de
barro onde o mosto fermenta), aquele que tradicionalmente se fazia no Alentejo.
A região era cerealífera e hoje tem um mar de vinhas. Os Gato são do tempo do
antigamente e fazem vinhos como os de sempre.
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Esquecendo agora pai e tio de Óscar Gato, avance-se para o
vinho. Um branco, que não foi feito em talha, mas em inox e não conheceu
estágio em madeira. Experiência que se traduziu numa clara frescura e leveza.
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Quem me lê habitualmente sabe que detesto os vinhos feitos
com uvas da casta antão vaz, a rainha das brancas alentejanas. Pois ela aqui
está, juntamente com a roupeiro e a arinto.
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Tenho de ser justo e referir que se sente a antão vaz, porém
o lote está equilibrado. O vinho é fresco, tem acidez e não tem o aborrecimento
quente de vários brancos da região... quase todos com antão vaz na composição.
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É um vinho bem indicado para o Verão, para pratos leves, da
salada ao marisco, até ao convívio descontraído. As muitas notas cítricas
fazem-me gostar dele; não é favor que faço a Óscar Gato. Apesar da maldita
antão vaz...
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Origem: Alentejo
Produtor: Adega de Borba
Nota: 5/5.
Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.
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