Ainda há gente de coragem. Com esta crise chata e que se
agarra à vida, com uma data de produtores com as mãos deitadas à cabeça, Rui
Madeira, o homem da VDS e filho do patrão da CARM, atirou-se ao trabalho na
Beira Interior, em Vermiosa, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, ali
onde ninguém se lembra de investir, em vinho ou em coisa alguma.
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O projecto designa-se por Beyra, nome da empresa e da marca.
O lema é «vinho com altitude», diria vinho com atitude. Se a altura de se jogar
ao negócio é arriscada, se o local é improvável, já a qualidade não
surpreendente. Porque a região tem, penso eu, características para vinhos de
grande qualidade, sobretudo brancos, e com carácter distintivo. Depois há o
enólogo, que ninguém duvida da competência.
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A terra dali é tanto granítica como xistosa e situa-se a uma
altitude média de 700 metros. Saem vinhos minerais e frescos. Diferentes e
surpreendentes no perfil.
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Os tintos hão-de vir, agora vão-se fazendo no descanso
laborioso das barricas. Já na rua estão três brancos: Beyra, Beyra Quartz e
Beyra Superior. Cada um deles terá aqui uma nova, agora fica o entrada de gama.
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O Beyra é um vinho fácil, mas desafiante. Quem gosta dos
vinhos docinhos e saltitantes talvez não o aprecie. Quem gosta da diversidade e
aprecia a diferença tem uma boa opção. Fez-se com uvas síria e fonte cal. É um
vinho seco e perfumado, delicado. É mineral e cítrico, duas características que
valorizo.
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Origem: Beira Interior
Produtor: Beyra
Nota: 6/10
2 comentários:
João, também achei o projecto e os vinhos muito interessantes. Vamos ver como saem os tintos.
João,
Provei no Summer Wine Market e fiquei muito surpreendido com a qualidade e frescura dos vinhos. Como diz o Nuno, vamos ver como saem os tintos.
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