A terra onde as vidas que fizeram este vinho estão cravado
no solo granítico e muito rico em quartzo. O cristal molda o rosto, impõe-se, e
dá-lhe carácter. Parece que Fernando Pessoa disse da Coca Cola que primeiro
estranha-se e depois entranha-se, o aforismo vingou e hoje uso-o neste texto
para caracterizar o Quartz.
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O meu primeiro contacto não foi eufórico, diria que
decepcionante. Se, por um lado, notei a diferença face ao previsível, por outro
desgostou-me um pouco o desconcerto. O bicho é esquisito, mas tem muita raça. Num
segundo copo comecei a perceber melhor a complexidade da fera. Quando me
puseram um queijo seco e um pouco salgado da Beira Baixa o Quartz emergiu
magno. Grande vinho.
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Não é fácil de escalar esta parede de pedra granítica, com
evocações de tangerina. É duro, anguloso, com pujança… mas ao mesmo tempo com
delicadeza e profundidade. É complexo e diferente. Não é consensual.
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Origem: Beira Interior
Produtor: Bayra
Nota: 6,5/10
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