Tem nome do quinto rei de Portugal e acrescenta-se-lhe
«vinho seco especial». Dom Afonso III foi quem terminou a conquista do Algarve
e a ele se deve a introdução dos castelos no brasão de Portugal… porém,
esqueçamos a lenga-lenga dos sete fortes tomados aos mouros e blá blá blá… quem
quiser saber disso que leia neste meu outro blogue.
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Dom Afonso III foi assim o primeiro Rei de Portugal e do
Algarve (dos Algarves, de aquém e além mar, em África, só mais tarde) e, por
isso, tem uma devoção cívica na mais meridional região continental portuguesa
(há quem diga que a república só foi proclamada em Portugal, pelo que o Algarve
continua a ser uma monarquia). O concelho de Lagoa não é excepção, pelo que lhe
dedica este vinho.
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A minha primeira vindima, tinha eu uns dez anos, foi no
Algarve, em Lagos (acho), mas este vinho só de soslaio o conhecia. Quem mo
relembrou foi o professor Virgílio Loureiro, durante uma entrevista.
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É um vinho diferente, muito seco (muito, muito, muito), nada
fácil. Diria que não é para todos (por cá quase ninguém apreciou). Diria que étnico,
embora o rótulo não diga, julgo que será de tinta negra mole em esplendor…
Algarvio à séria, sem os cabernet, merlot, syrah ou touriga nacional.
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Serve-se como aperitivo e refrescado. Estranha-se primeiro e
passada a resistência… ufa! Vinhaço mesmo a meu gosto. No nariz bastante
oxidado, quase férreo e com vinagrinho. Na boca parece pôr a soliva no seu
grau mínimo.
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Origem: não referida.
Produtor: Adega Cooperativa de Lagoa
Nota: 7/10
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