quinta-feira, fevereiro 23, 2017

Carvalhas Memories

Há anos memoráveis e outros apenas uma fina camada de pó. Não fiz levantamento do que se foi passando ao longo dos séculos. Detenho-me em 1867 por ser dessa data o tronco do Vinho do Porto que assinala os 260 anos da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro – mais tarde ganhou a alcunha de Real Companhia Velha.
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O que se pode dizer dum vinho com 150 anos? Qualquer coisa será de menos e qualquer coisa será demais. Podem verter-se adjectivos, mas serão sempre substantivos. Não escrever nada, é nada.
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Valerá a pena contar se uma pequena elite o poderá provar? Bem, há a história, a estética, a gula e a inveja. Apenas 260 garrafas de tawny muito velho, cujo lote é 93% de 1867 e 7% de 1900.
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Os vinhos são como as pessoas: uns evoluem e outros não. Se há gente boa que falece jovem e canalhas idosos, no vinho só os melhores vivem longamente.
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Descrever um vinho destes é indiferente. Tem tudo o que um tawny velho deve ter, que um racho de pessoas identifica e outras tantas inventam. Não, não estou a dizer que os aloirados velhos são todos iguais. Têm diferentes intensidades e nuances nas sensações, sendo excelentes, a apreciação vai de boca.
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Origem: Porto
Produtor: Real Companhia Velha
Nota: 10/10

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