domingo, maio 23, 2010

Quinta da Ponte Pedrinha Branco 2009

É um vinho fácil e descomplexado. Bom de se gostar, não exigindo explicações demoradas. Bebe-se com prazer e muito bem. A Sílvia, a Mónica e a Carla beberam-no cá em casa e adoraram-no. Vinho feminino? Diria que não completamente. Seria injusto se o dissesse. Este branco, feito com uvas encruzado, cerceal e malvasia, é notoriamente vegetal, nada exuberante. Na boca nota-se bastante herbáceo e mineral. Um vinho interessante e boa aposta para os dias quentes e para quem dispensa o fogo de artifício de fruta tropical ou dos alperces. Este néctar foi-me servido numa caixa de duas (com outra de tinto), através do amigo Gil Mesquita, do blogue Vinho para Todos.
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Origem: Dão
Produtor: Maria de Lourdes Mendes Oliva Nunes Osório
Nota: 5,5/10

Dow's Quinta da Senhora da Ribeira Vintage 2008

Não foi o único Vintage que provei na Portfolio, mas foi o que mais gostei, apesar de não o considerar superior ao que estava em combate directo. Face ao outro, que escrevo abaixo (Quinta do Vesúvio), é mais guloso e fácil.
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O nariz é rico, com fruta cristalizada, figos secos, caramelo, uma pitada de canela e algo a refrescá-lo, algo herbáceo, mas ténue. O suficiente para o efeito. Na boca mostra-se potente, quente, sem ser uma sopa, pois tem lá frescura que se veja. É desafiador.
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Bem que o senhor Santos, da Garrafeira de Campo de Ourique, me avisara: vai lá, prova-o e depois diz-me o que achas. Provei e adorei.
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Origem: Porto
Produtor: Dow's
Nota: 9/10

Quinta do Vesúvio Vintage 2008

É cá um vinhaço! Grande corpo, grande nariz, grande boca, final feliz. Haja alegria! O senhor Arlindo Santos, da Garrafeira de Campo de Ourique, já mo tinha indicado e pedira-me a opinião. Fiquei estarrecido quando o provei.
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No nariz há uma festa de aromas, onde se destacam o rebuçado (vários) e o figo seco, mas também umas notas químicas. Na boca é muito aveludado e elegante. Promete estar para durar muitos e bons longos anos.
Origem: Porto
Produtor: Symington Family
Nota: 9/10

Coudoulet de Beaucastel 2008

Amei este vinho. Complexo e sem dificuldades em se gostar. Elegante e amigo, fraterno. Um prazer de se beber com amizade suficiente, fazedor de amizades, gastronómico. Fez-se com as castas marsanne (30%), viognier (30%), bourboulenc (30%) e clairette (10%).
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No nariz é guloso… guloso primaveril, sem apelar ao Inverno de lareira, nem aos cítricos de começo de Verão… Primavera porque alperce, mas ainda com o mel… ligeiramente floral, mas agora, o quê? A boca não é menos interessante, mas revelou-se um niquinho mais floral.
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Origem: Cotes-du-Rhone
Produtor: Château de Beaucastel
Nota: 8/10

Joseph Drouhin Clos des Mouches Blanc Premier Cru 2007

É um canteiro de flores, bonitas, ainda para mais rosas. O que eu gosto de rosas… mesmo fora dos vinhos. Abrindo-se, o chardonnay vai para aromas de fruta de avelã e amêndoa… com tempo chega ao terroso químico (modo estúpido de dizer trufas), com uma finura cítrica.
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É um branco que não me vai sair da cabeça… nem da boca… ou melhor, da memória de boca… muito mineral e complexo. Adorei!
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Origem: Beaune
Produtor: Joseph Drouhin
Nota: 9/10

Joseph Drouhin Clos des Mouches Rouge Premier Cru 2007

Este é um for a de série, um Borgonha com todo o seu requinte e elegância, muito luminoso como se exige a vinhos desta região. Suavíssimas e delicadas amoras e framboesas, notas de tosta, de forma ligeira. Com o desenrolar dos minutos salienta-se uma pitada de pimenta verde, de tabaco, notas minerais e terra molhada. Taninos elegantes e um festival de prazer na boca.
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Origem: Beaune
Produtor Joseph Drouhin
Nota: 9/10

Chryseia 2007

No nariz aparenta-se mais com um ruby bem encorpado. É guloso nas narinas, inspira alegria e repasto. Nariz doce, compotado… de quê? Sinceramente não sei bem definir, mas apontaria para qualquer coisa entre a de ameixas pretas e a de cerejas. Nota-se-lhe a madeira, mas de forma discreta. Taninos muito elegantes. Gostei, pois!
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Origem: Douro
Produtor: Chryseia
Nota: 8,5/10

Chryseia 2008

Não sendo igual ao da colheita anterior, mantém o estilo e a personalidade. O perfil é de elegância musculada. Não é uma donzela, é um fidalgo. Bem sei que os anos não são iguais há sempre um que agrada mais do que outro, ou não fosse o vinho diferente da Coca Cola. Pessoalmente prefiro o anterior. Em seu abono reconheça-se que este tem menos um ano nas pernas.
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Origem: Douro
Produtor: Chryseia
Nota: 8/10

Cavalo Maluco 2006





















É um vinho facílimo. Como não gostar? Sim, como? Bem, há quem o possa achar demasiado encorpado e raçudo. Esses têm o direito a não gostar… É facílimo, sim senhores. E isso não é mau. Não é, não tem de ser e quem diz o contrário é possidónio (espero não arranjar problemas com esta tirada).
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É Alentejo em toda a força, apesar de a Herdade do Porto Carro ficar noutra região. Aliás, só fica fora da região vitivinícola, porque há Alentejo no distrito de Setúbal… Bem, geografia humana fica à parte.
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De toda a maluquice equina, esta é a que mais me agradou. Se isto continua assim, onde é que «isto» vai parar?!...
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Já toda a gente sabe, mas digo também: Cavalo Maluco foi um chefe índio americano (Tȟašúŋke Witkó, em língua Lacota) e que nos chegou através do inglês dos filmes como Crazy Horse. Viveu entre 1840 (julga-se) e 1877 e lutou contra as tropas dos Estados Unidos, pela preservação do território índio e suas tradições e modo de vida. Acho que chega…

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Crazy Horse é também o nome dum cabaré parisiense, conhecido por actuações de miúdas com as maminhas à mostra e com chapéu da guarda escocesa do palácio de Buckingham. Há mais uma catrefada de Crazy Horses, mas não têm qualquer substância ou carisma que justifiquem as minhas palavras e a paciência do leitor.
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Origem: Regional Terras do Sado
Produtor: Herdade do Portocarro
Nota: 9/10

Anima L7

É o italiano das planícies, ali onde o Alentejo já mostra a areia da praia. Por acaso, não sei se a Herdade do Portocarro tem areia… fica a intenção. Faz-se com a famosa casta sangiovese, razão pela qual é classificado como vinho de mesa, pois a variedade não está reconhecida por cá. Embora a região seja de grande vigor climatológico, levada para o quente e ensolarado, este vinho respira elegância. É uma boa curiosidade bebê-lo. Tal como o Cavalo Maluco, esta última edição parece-me ser a melhor de todas.
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Origem: Regional Terras do Sado
Produtor: Herdade do Portocarro
Nota: 9/10