A firma José Maria da Fonseca apresentou as propostas para o
Verão. É claro que os vinhos devem ser bebidos quando apetece, mas há épocas em
que cada género acompanha melhor. Não gosto da expressão «vinho para o Verão»,
todavia não encontro, de momento, outra melhor.
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Como é Verão, esta empresa criou um guia de esplanadas: www.guiadeesplanadasbse.pt
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São 11 vinhos. Não há refeição ou outro convívio que não tenha proposta desta vinícola de Azeitão. Dos mais populares aos mais formais – embora a formalidade no Verão seja um conceito um pouco extravagante.
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Como é Verão, esta empresa criou um guia de esplanadas: www.guiadeesplanadasbse.pt
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São 11 vinhos. Não há refeição ou outro convívio que não tenha proposta desta vinícola de Azeitão. Dos mais populares aos mais formais – embora a formalidade no Verão seja um conceito um pouco extravagante.
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A propósito de extravagância, apareceram uns
extraterrestres. Quero com isto dizer, uns vinhos que poucos ousam fazer: ou
estão fora de moda ou parece mal ou outra coisa qualquer. Deixo-os para o fim.
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O Lancers é um clássico português, tendo surgido em 1944,
sucedendo ao Faísca. Começou por ser apenas rosé e há uns anos evoluiu para um
vinho branco. Tem o Verão no ADN. Esta edição tem uma imagem renovada.
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A firma abriu concurso para uma edição especial, restrita a
alunos do IADE (Instituto de Arte, Design e Empresa), tendo recebido cerca de
150 propostas. Escolheu a ideia de Soraia Morgado, que se inspirou na pop art e
na banda desenhada.
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Uma vez mais, o Lancers não desilude. Ano após ano, a regularidade
impera. Pese que esta edição não tem indicação de ano de colheita. Isto é
válido tanto para o branco quanto para o rosado.
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O BSE 2016 mantém-se fiel à tradição. Leve e despreocupado,
pronto para a mesa ou só para a diversão. Quem me lê sabe o quanto detesto a
casta antão vaz… pois Domingos Soares Franco, que dirige a enologia, consegue
pôr-me a gostar de um vinho com aquela uva maldita. Aqui, está com 64%, sendo a
parte restante de arinto.
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O Periquita Branco 2016 tem outro balanço, pede mais mesa do
que o BSE. Continua descomplicado e fácil e não o dou como vinho de estação.
Não é só para Junho a Setembro. Fez-se com verdelho/verdejo (62%), viognier
(33%) e viosinho (5%).
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O Periquita Rosé 2016 é um vinho de calções. Direi que tem
menor vocação de mesa do que o irmão branco, mas vai lindamente com umas
saladas e grelhados. Fez-se com castelão (52%), aragonês (26%) e trincadeira
(22%).
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Achei o Quinta de Camarate Branco Seco 2016 um pouco
excessivo na boca. Cansou-me um bocadinho. Possivelmente devido à quantidade de
alvarinho (77%), que a Sul nem sempre sai do meu agrado. A parte restante é de
verdelho.
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O Quinta de Camarate Rosé 2016 tem a cereja pouco madura e
toques vegetais, da touriga nacional (72%) e da cabernet sauvignon (28%). Dançam
bem uma com a outra e daí resulta um vinho para a mesa.
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Domingos Soares Franco assina alguns dos vinhos da empresa,
responsabilidade incomum. Colecção Privada Domingos Soares Franco Verdelho 2016
expressa uma saborosa tropicalidade, sem qualquer enjoo. Este não é para
piscina, é para a mesa, mesmo que se continue com chinelos havaianos.
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Acho que me convenceram. Tanto estranhei os rosés de
moscatel roxo que acabei rendido. O Colecção Privada Domingos Soares Franco
Moscatel Roxo 2016 é para a mesa ao fim da tarde.
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Agora os extraterrestres. Na década de 80, do século
passado, surgiu um branco doce que fez sensação. Produzido na Península de
Setúbal, com uvas moscatel de alexandria, o João Pires era muito procurado e aplaudido.
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Depois passou de moda. Há muitos factores que levam as
coisas – e as pessoas – a passarem de moda. Não irei por teses sábias quanto a
isso. Digo é que, além de deixar de ser fixe, o doce tornou-se foleiro.
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Ora pois, que juízo tenho pouco – não por questão de gosto,
mas por ao assumir – tenho a declarar que gosto de vinhos doces. Não me refiro
aos consensuais de vindimas tardias, generosos e licorosos. Gosto dos chamados
«vinhos maricas».
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Aqui há coragem de dar a volta ao preconceito. A José Maria
da Fonseca decidiu fazer vinho doce com qualidade e, espero, tire as teias de
aranha da cabeça de muita gente.
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O Quinta de Camarate Branco Doce 2016 resulta dum lote de
alvarinho (72%) e loureiro (28%) e mostra-se elegante, com ares frescos e sabores
mais gordos. Não sei que comida lhe pôr, mas irá bem…
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O Avis Rara Branco 2016 é mesmo maluquice. É um salto às
memórias da década de 80. Não é que seja o gémeo do João Pires, mas a gulodice
do moscatel (50%) é rica em lembranças. A parte restante é de fernão pires. Vem
dos solos quentes de areia e traz as flores da primeira casta e o pêssego da
segunda.
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Lancers Branco
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Origem: x
Nota: 4,5/10
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Lancers Rosé
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Origem: x
Nota: 4,5/10
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Avis Rara Branco 2016
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Origem: Regional Península de Setúbal
Nota: 5/10
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BSE 2016
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Origem: Regional Península de Setúbal
Nota: 5/10
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Periquita Branco 2016
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Origem: Regional Península de Setúbal
Nota: 5,5/10
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Periquita Rosé 2016
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Origem: Regional Península de Setúbal
Nota: 5,5%
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Quinta de Camarate Branco Seco 2016
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Origem: Regional Península de Setúbal
Nota: 6
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Quinta de Camarate Branco Doce 2016
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Origem: Regional Península de Setúbal
Nota: 6
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Quinta de Camarate Rosé 2016
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Origem: Regional Península de Setúbal
Nota: 6,5/10
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Colecção Privada Domingos Soares Franco Verdelho 2016
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Origem: Regional Península de Setúbal
Nota: 7,5/10
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Colecção Privada Domingos Soares Franco Moscatel Roxo 2016
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Origem: Regional Península de Setúbal
Nota: 7,5/10
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