Os Contemporal são vinhos da casa de distribuição
Continente. Como tal, a empresa espera vinhos com baixo preço de embate e
qualidade apetecível. Como conseguem preços tão «em conta» não sei… embora me
pareça que quem aguenta a canga são os vitivinicultores.
.
Bem, Portugal é um país livre e cada um vende o que tem a
quem quer… e cada um compra a quem quer. E o preço certo? E o preço justo? Matéria
que aqui não quero entrar. Todavia, não deixo de ficar surpreendido com os
preços das marcas brancas.
.
O enólogo e crítico de vinhos Aníbal Coutinho escolheu uma
mão cheia a néctares que representassem o país e agradassem ao consumidor. Penso
que conseguiu. Não há grandes vinhos, nem poderia haver aos preços praticados,
mas estes estão muito acima do mero «feliz» ou cumpridor dos mínimos.
.
A escolha de Aníbal Coutinho, que considero eficaz na
selecção, em termos de qualidade, recaiu num Verde branco, um Península de
Setúbal branco, num Dão tinto e num Douro tinto. Aqui tenho de fazer um à-parte.
Como é possível haver «reservas» a este preço? Há algo de estranho na república
portuguesa…
.
Começando por aquele que menos me agradou: Contemporal
Alvarinho 2011. Fico positivo, bem feito, mas que não compraria. Achei-o nada
surpreendente e quase maçador. Todavia, florezinhas, tropicalidade (cada vez me
chateia mais – no geral), fresco e delgado.
.
Já o Contemporal Branco 2011 da Península de Setúbal me
pareceu bem mais interessante, com mais alma; com limão, lima… muita frescura e
com embate simpático na boca.
.
Nos tintos, tanto um como o outro estão abaixo do que
DEVERIA ser um reserva, mas se a lei e os certificadores o permitem… enfim!...
Porém, gostei deles, dentro das balizas colocadas.
.
O Contemporal Douro Reserva Tinto 2010 não me impressionou
no nariz, com uma discreta, mas presente, touriga nacional. Na boca também não
deslumbrou, mas revelou alguma profundidade.
.
O Contemporal Dão Reserva Tinto 2009 já me surpreendeu
bastante… acima do cinco, mas não suficiente para o cinco e meio. É o melhor
destes vinhos. Tem temperamento de Dão, mas a touriga nacional do seu interior
já me lembra um pouco as do Douro, mais geleia. Mas as violetas estão lá. Gostei
dele na boca, da sua estrutura.
.
Cada caso é um caso, mas não posso deixar de notar o abismo
que vai entre a oferta de Dão tinto da do Pingo Doce, que merece ser
incinerada. A quinta do tio Belmiro é Dão e a do tio Alexandre desmotiva.
.
Origem: Vinho Verde
Produtor/distribuidor: Continente
Nota: 4/10
.
.
Contemporal Branco 2011
.
Origem: Península de Setúbal
Produtor/distribuidor: Continente
Nota: 5/10
.
.
Contemporal Douro Reserva Tinto 2010
.
Origem: Douro
Produtor/distribuidor: Continente
Nota: 4,5/10
.
Comptemporal Dão Reserva Tinto 2009
.
Origem: Dão
Produtor/distribuidor: Continente
Nota: 5/10
.
.
.
Nota: Estes vinhos foram enviados para prova pelo distribuidor.
Sem comentários:
Enviar um comentário