Dois belos vinhos de um produtor desconhecido, que faz vinho por
amor e empenho. Apaixonou-se por uma quinta e teve a possibilidade de a
comprar. É bom haver estórias felizes.
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A Quinta de Nossa Senhora do Loreto situa-se em Sabrosa, no Douro
e está na posse de João Almeida D'Eça e de Maria Carlos Almeida D’Eça desde 1987. Ao todo são nove hectares de vinha, de castas tradicionais da
região.
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Já escrevi vezes bastantes que o carácter e o feitio de quem faz
um vinho se transmite ao produto. Mas para isso é preciso também que o enólogo
saiba interpretar os sentimentos para criar uma obra. Julgo que é o caso de
Daniel Fraga Gomes.
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Afirmo isto, mesmo sem conhecer propriamente os donos da casa.
Travei com eles uma belíssima conversa, iluminada por um dos seus néctares, e a
percepção foi muito boa. Para quem acredita que as primeiras impressões é que
marcam, ou que são mesmo definitivas e verdadeiras, sabe do que estou a falar. Confirmando
o bom carácter está a minha querida Mafalda Nunes.
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Degustei dois vinhos, um que me pareceu ser um reserva, embora não
o refira no rótulo, e um outro mais fácil. Tratam-se de dois tintos, e ambos com
franqueza e elegância. O preferido foi o D’Eça (letras góticas – 2010), o outro
escreve-se com caracteres modernos (2009), num tipo de letra que não sei
identificar.
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O D’Eça 2009 é um vinho com finura olfactiva, muito fácil e
delicado, embora com as suas especiarias, nomeadamente uma deliciosa evocação a
cravinho. Mostra café e folhas de tabaco, nem secas nem húmidas, e framboesas. Na
boca mostra-se fino, com corpo sem ser corpanzudo, tem um belo final. As uvas
são as tinta roriz (55%), a touriga nacional (30%) e a tinto cão (15%).
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O D’Eça 2010 é igualmente elegante e complexo, mas revela-se mais
encorpado e guloso. No nariz há um conjunto de cheiros que se complementam,
desde a framboesas, ao café torrado, a uma citação de chocolate preto, de
folhas de tabaco entre o seco e o húmido e as especiarias… canela, cravinho
(muito discreto). Na boca é veludo e envolvente, com uma acidez que promete
longevidade e um final longo.
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D’Eça 2009
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Origem: Douro
Produtor: João Carlos Moura Coutinho Almeida D'Eça de Sousa
Nota: 7/10
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D’Eça 2010
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Origem: Douro
Produtor: João Moura Coutinho Almeida d’Eça de Sousa
Nota: 8/10
1 comentário:
São sem dúvida vinhos excelentes produzidos com o carinho e o empenho de um produtor que preza a excelência e com quem tenho o prazer de privar de perto.
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