Uma bela pomada, é o que vos digo! Não é a primeira, nem será certamente a última, ai de mim, que aplaudo um Private Selection do Esporão. Dizer que é bem feito, já toda a gente sabe.
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Trata-se dum vinho de perfil moderno-alentejano. Ou seja, um retrato do que melhor se faz na região. O projeto do Esporão veio muito antes da moda, demonstrando uma enorme percepção do potencial. Trouxe novas ideias. Hoje muitas casas a imitam ou nela se inspiram.
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Sou um conservador e nostálgico da herança, tradição e cultura do vinho alentejano. Este não tem nada a ver. Não é mau, é apenas diferente. O Esporão tem a virtude de ter visto mais além muito cedo.
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Ando um pouco cansado dos vinhos muito internacionais, não desvalorizando nunca a sua qualidade. O que é bem feito é bem feito e, mais do que bem feito, surpreende, traduz o ano em que nasce. É um vinho à parte no panorama.
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Deu-me muito gozo bebê-lo. Elegante, mas com tronco respeitável. Rico e envolvente na boca, com final longo e acidez que desencoraja qualquer chatice. No nariz traz os clássicos ameixa preta e mirtilos, com nuances de chocolate preto e madeira fumada, bem integrada.
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Trata-se dum garrafeira, vinho que estagiou em garrafa por 18 meses. Antes fez a malolática em barricas de carvalho francês, onde descansou. É feito de aragonês, trincadeira, cabernet sauvignon e alicante bouschet. É um alentejano moderno… DOC novo mundo, território onde castas estrangeiras são consideradas tugas… mas isso é polémica que não vem ao caso.
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Como é hábito, o Esporão tem o bom gosto de convidar um artista para ilustrar os rótulos. Desta vez, a coleção é da autoria de Rui Sanches.
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Origem: Alentejo
Produtor: Esporão
Nota: 8/10
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Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.
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