Farto-me de dizer, porque penso mesmo assim, que o espírito de quem faz transparece no que se faz. Tratando-se do vinho um produto intelectual, fruto da agricultura inteligente, isso é notado.
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O que se faz com empenho resulta melhor do que seria possível caso assim não fosse. Se a matéria-prima não é boa, não há qualidade final. Se não há esforço, há banalidade. Mais do que talento e sorte, acredito que o trabalho e a sabedoria transparecem no resultado. E o «amor» e o amor à coisa também.
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Quero chegar à simpatia e humildade do enólogo Horácio Figueiredo, que desassombradamente explicou o que faz e como lhe saíram as obras. O homem vibra e os olhos brilham. Gostei do senhor. E essa boa onda que lhe notei está nos vinhos que deu a provar (trajadura, alvarinho e escolha – que sairão no blogue nos próximos dias).
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Este trajadura não é o mais embandeirado da Casa de Compostela. Não é, mas é uma revelação. Não tem pretensões a nada que não seja descontracção e dar de beber ao Verão. Tem o mérito de alegrar por menos de três euros. E a virtude de não chegar aos 10% de álcool.
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Horácio Figueiredo reconheceu que a trajadura não é fácil, que muitas vezes dá para a chatice da falta de qualidade. Todavia, este está muito recomendável.
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Elogio muitas vezes os vinhos de piscina, pois cumprem a função de saciar a enofilia nos calores. Este então… e tão simples e descomplicado. Não é, obviamente, um GRANDEEEE vinho, mas é uma coisa facélima de se gostar. Penso que lhe vou dar a nota máxima que já dei a um vinho de piscina.
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Delicado, saciante, finamente tropical, lembrando ananás, com injecção de gás carbónico (e por que não?)… final gracioso.
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Origem: Vinho Verde
Produtor: Casa Agrícola de Compostela
Nota: 6/10
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