Queira-se ou desqueira-se, somos condicionados pela
meteorologia. Aproxima-se tempo fresco – espero que bem molhado, a terra
precisa – e o corpo dá sinais de preferência por comida mais enfartante e
vinhos mais substanciais.
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Apresentado em Março – em claro contraciclo do que é hábito,
em que se apresentam as novidades para o Verão – o Vinha das Romãs 2014 começa
agora a fazer sentido. Não digo isto para me justificar pela demora na
escritura desta crónica.
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É um vinho com estrutura e acidez, ideal para quando se
deixa o frescor ou o frio do outro lado da vidraça e se põem à mesa aquelas
coisas que nos engordam. Perdura nos sentidos.
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Não há vitivinicultor que não diga que tem, pelo menos, um
terroir na sua propriedade. Não há produtor alentejano que não garanta que a
sua parcela é um outro Alentejo. Às vezes é verdade.
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A altitude, a composição do solo e a orientação natural conferem
a esta propriedade, situada no concelho de Arraiolos, diferenças. O espaço da
vinha das romãs – assim nomeada por nesse sítio ter havido um pomar de romaneiras
– é singular dentro do mesmo domínio.
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O Vinha das Romãs 2014 é um lote de duas das minhas castas tintas
preferidas, a syrah e a touriga francesa. Todo estagiou 20 meses em barricas
novas de carvalho francês.
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Tem vida pela frente.
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Origem: Regional Alentejano
Produtor: Monte da Ravasqueira
Nota: 8/10
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Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.
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