quinta-feira, maio 09, 2013

Eusébio 2008

Nasci numa geração marcada pelo Eusébio, nome maior do futebol português. Na verdade, marcada pela ausência de Eusébio, pois saiu do Sport Lisboa e Benfica em 1975 (tinha eu cinco anos), rumo Rhode Island Oceaneers. Passou depois outros clubes dos Estados Unidos e um do Canadá. Mas Eusébio marcou a minha geração, qualquer jogador que brilhasse era sempre comparado com o Pantera Negra. Como um fantasma, sempre presente.
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Embora regressado a Portugal, na época de 1976/77, ao simpático Beira-Mar, não mais teve a glória do seu clube do coração e onde conheceu o seu apogeu. Porém, este clube de Lisboa nunca o esqueceu, dando-lhe um lugar na estrutura, estatuto VIP e uma estátua à entrada do estádio.
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Nascido em Moçambique, antiga colónia portuguesa, deu nas vistas e depressa foi cobiçado por dois clubes de Lisboa. Consta a estorieta de que era para vir para o Sporting Clube de Portugal... ficou no Benfica, ponto final. Polémica à parte, só tenho pena que não tenha vindo para o meu Belenenses, onde jogara o fabuloso Matateu, herói da juventude de Eusébio.
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Ora, o que aqui importa é o vinho com o nome do craque português, um tinto da região do Alentejo, da colheita de 2008. Apresentado no restaurante do Estádio da Luz, este vinho revelou virtudes que bem homenageiam esta antiga glória.
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O Eusébio 2008 fez-se com uvas (alicante bouschet, cabernet sauvignon e trincadeira) provenientes de vinhas cultivadas em terreno xistoso, que maceraram por dez dias. Fez a fermentação maloláctica em barricas novas de carvalho francês, carvalho americano e de castanho. Estagiou depois durante 12 meses nessas madeiras. Após esse período, descansou por 36 meses em garrafa.
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É um vinho pujante, com garra! Não tanto pelo embate dos seus 14,5 graus de álcool, mas pela sua estrutura. Tem raça, para a qual contribui uma leve adstringência. Na boca revela-se ainda equilibrado, elegante e com final longo. No nariz mostra-se complexo, com notas de cereja madura, pimentão e pimenta rosa.
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Este vinho tem uma edição limitada a mil garrafas, com preço de venda ao público recomendado de 37,50  euros. Visto ser um vinho de homenagem, abstenho-me de dar nota. Todavia, recomendo-o.
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Origem: Alentejo
Produtor: Adega de Borba
Nota: X

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