Não sou homem de atrasos, mas no que ao blogue diz respeito…
ai, minha Nossa Senhora. Domingos e Tiago Alves de Sousa jantararam (não é
gralha, escrevi mesmo assim) a pandilha dos vinhos por alturas do Natal e só
agora é que a prosa deu à costa. Peço desculpa… trabalho e outras vidas.
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O ano de 2012 assinalou os 20 anos de Domingos Alves de
Sousa no mundo dos vinhos. Por isso, o jantar serviu também para evocar
néctares com história, reviver sensações… encontrar amigos (vinhos doutros
tempos). Mas houve também tempo para umas novidades e ousadias.
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A família vai na quinta geração de Douro (Tiago) e hoje
exporta 75% da produção, presente em 28 países. Gaivosa, Vale da Raposa,
Caldas, Estação, Aveleira e Oliveirinha são as quintas donde saem os vinhos,
que têm a responsabilidade de Tiago e a direcção enológico a de Anselmo Mendes.
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Hoje, porque é hoje, porque me apetece, não darei notas aos
vinhos mais antigos. Posso porém dizer que estão acima do muito bom. Alguns são
icónicos e ganharam estatuto. Nessa evocação de presente e passado… vamos,
então, a isso:
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Alves de Sousa Reserva Pessoal Branco 2001 tem uma delícia de
oxidação, subtilmente doce e evocando anis. Na boca mostra-se mineral e fresco.
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Vertical de Quinta da Gaivosa Tinto: 2005, fabuloso; 2003,
fabuloso; 1995, upa, upa de fabuloso; 1992, fabuloso.
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Alves de Sousa Reserva Pessoal Tinto 199 com grande
elegância e fresco. Quinta da Gaivosa Vinha de Lordelo 2005, ai que bem me caiu
no goto, Abandonado 2004, em êxtase…
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A novidade: Alves de Sousa Berço Branco 2011. Berço, porque
foi em Medrões, na Quinta da Aveleira, que há cinco gerações a família Alves de
Sousa plantou a primeira vinha. Foi ali, dizem Domingos e Tiago, que se começou
a ter vista diferente para os brancos e para vontades diferentes das do Vinho
do Porto. Terra mais alta e mais fresca, ideias para novos brancos. Nas encostas,
a 600 metros de altitude, os Alves de Sousa plantaram arinto e avesso.
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No nariz é guloso na fruta, com madureza, pêssego e
tangerina, com um fuminho suave e bom, resultado dos 15 meses em barricas novas
de carvalho francês. Na boca tem belo corpo, com doçura, sem qualquer enjoo,
com potência e frescura.
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A ousadia: Alves de Sousa Memórias Tinto. É como quem diz,
um medley. Num pequeno texto, os Alves de Sousa quiseram deixar um registo
escrito a vinho: «um testemunho da nossa história». Juntaram num pot-pourri fruta
das melhores vinhas da Gaivosa, Vale da Raposa e Oliveirinha, «mas também
algumas das melhores colheitas». Dizem: «Estas são as nossas memórias».
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Não é tudo ao molho e fé em Deus. É uma orquestra afinada e
tronitruante, como uma sinfonia, ora solene ora ribeirinha, delicada e com
garra. Um vinho complexo e fora do mundo. Tem canela, tabaco preto, menta,
chocolate amargo, especiarias e, dentre elas, erva doce. A boca… ah, a boca!...
elegância, envolvente e fresca, de amora e compota de ameixa, de café e
pimenta. Uma grande malha.
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Alves de Sousa Berço Branco 2011
Origem: Douro
Produtor: Alves de Sousa
Nota: 7,5/10
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Alves de Sousa Memórias Tinto
Origem: não é passível de registo como Douro DOC
Produtor: Alves de Sousa
Nota: 9/10
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