Este vinho coloca-me numa difícil situação. Por um
lado está a filosofia do blogue, que pontua e aplaude com base no gosto
pessoal. Noutro lado está a necessidade de reconhecer a qualidade intrínseca dum
vinho, o que nada tem a ver com gosto pessoal. Num lado pesa o conceito e no
outro o reconhecimento que não se pode abater à paulada um vinho que, ainda que
tendo qualidade, não atrai mesmo nada, nem que seja pelo respeito que merecem
profissionais competentes e com muitas provas dadas.
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Penso que já perceberam que não apreciei este vinho. Não o quero
espancar, mas também não posso fingir que está tudo bem.
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Uma coisa que não gostei foi o seu carácter totalmente
internacional. Meterem-lhe no rótulo a denominação Alentejo serve como piada. Não
há ali nada de alentejano, talvez só a adoptada alicante bouschet. Nem de
alentejano nem de português.
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Não gostei do excesso de madeira, que tapa a fruta, uma
tímida ameixa preta. E eu que gosto de madeira… Na boca é aveludado, envolvente, cheio, tem bom final…
muita madeira…
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Não tenho dúvidas que muita gente gostará deste vinho, até
porque a sua qualidade foi reconhecida por júris internacionais: Vinalies 2011 e Mundus
Vini 2011, ambos com medalha de ouro.
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Para ser honesto… avaliando a qualidade formal daria um 6,5
(muito bom / excelente), na apreciação subjectiva do gosto daria 2 (evitável). Ponderando
as duas coisas, acima está a filosofia do blogue.
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Origem: Alentejo
Produtor: Quinta do Quetzal
Nota: 3,5/10
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Nota: Este vinho foi enviado para prova pelo produtor.
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