Tenho a mania que embirro com a casta Antão Vaz. A verdade é que andam por aí muitos que me chateiam. A verdade é que há gostos, tendências, modas e modos, técnicas e convicções: não há castas más, haverá é vinhos que se antipatiza, por esta ou aquela razão.
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No novo mundo há aquela coisa de escolher os vinhos pelas castas. Na Europa também andou por aí essa mania, mas penso que já acalmou. Afinal de contas, que mal têm os monovarietais? Bah! Sempre a mesma conversa! Não há pachorra! Há vinho bom e mau! Com castas que preferimos e regiões que mais nos fazem felizes. Ou ao contrário.
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O enólogo deste vinho, o simpático Paulo Laureano, prometeu-me uma aula de Antão Vaz, para me tirar os preconceitos e as manias. Vou sofrer, oh se vou!... que venha, que não tenho medo de ameaças! Que venham os Antão Vaz todos, que chego para eles!
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Mas quem está na adega a dar o litro (literalmente) é a Rita Carvalho, que é também simpática e, pelos vinhos que traz ao mundo, é supé-competente! Aliás, penso que as características pessoais influenciam os vinhos... qualquer dia estou pior que os bio-dinâmicos. O facto é que o enólogo e a enóloga são simpáticos.
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Bem, este Antão Vaz tem uma «ganda» pinta. Curti larguete. Bués. A chegada olfactiva foi fantástica: vegetal? Está bem! Isso é banalidade! Hortelã! Mesmo a pedi-las. Limão, ui! Uma delícia. Depois apresenta espargos, e o que gosto de espargos. Já me estou a ver numa esplanada a petiscar um marisco (que isso eu como – um dia explico) ou umas carnes brancas ou somente a bebericar. Na boca desafia, é seco, sem austeridade, mostrando maçã assada sem adição de açúcar. . .
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Origem: Regional Alentejano
Produtor: Adega Mayor
Nota: 6,5/10
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