Gosto de pesquisar antes de escrever e agora fiquei
surpreendido. A Casa Santa Vitória é, perspectivando, uma firma recente, criada
em 2002. É curioso como dava como adquirido uma fundação mais distante.
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Nos 127 hectares de vinha estão plantadas as castas tintas
alfrocheiro, alicante bouschet, aragonês, baga, cabernet sauvignon, merlot,
syrah, tinta caiada, touriga nacional e trincadeira. Nas brancas, as variedades
escolhidas são antão vaz, arinto, chardonnay, sauvignon blanc, verdelho e
viosinho.
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O domínio é formado por cinco herdades, situadas numa zona
bastante quente, não distante de Aljustrel, Beja e Ferreira do Alentejo. A
secura é compensada com a proximidade da barragem do Roxo. Daí advém frescura.
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Convidado a provar alguns dos vinhos, coisa que há algum
tempo não fazia, gostei do que bebi:
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O Versátil Branco 2016 é um lote de antão vaz, arinto e
viosinho, sem estágio em madeira. Resulta muito bem, com frescura do arinto e
algum exotismo concedido pelo viosinho.
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O Santa Vitória Branco 2016 fez-se com as castas arinto e
verdelho e não conheceu estágio em madeira, mostra-se fresco e apetitoso,
exigindo comida.
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O Santa Vitória Grande Reserva Tinto 2014 está um vinhaço! É
um conjunto das castas cabernet sauvignon, syrah e touriga nacional, que
conheceu 14 meses de estágio em barricas novas de carvalho francês e um ano em
garrafa.
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O Inevitável 2014 é um tinto acima e que dificilmente não
preencherá uma parcela importante duma refeição e sua conversa gastronómica. É
um vinho fresco e com uma fórmula interessante de duas castas com «verdura»:
baga (50%) e cabernet sauvignon (50%).
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A área de vinha é apenas uma parte do território da Casa
Santa Vitória, que totaliza 1.620 hectares. O olival ocupa 150 hectares, sendo dominado
pelas cultivares cobrançosa, cordovil, galega e picual. Ali produzem-se também
frutas, nomeadamente ameixa, nectarina, pêra rocha e pêssego. O cultivo de
cereais tem igualmente relevância. Uma vez que a firma faz parte do grupo Vila
Galé, o turismo é uma componente relevante da actividade.
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A enologia está entregue a Patrícia Peixoto, conta com
consultadoria de Bernardo Cabral, que em tempos dirigiu os trabalhos. Em termos
de produtos, há 12 vinhos um azeite e um vinagre, com estágio de um ano em barrica,
ambos com a designação Santa Vitória.
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Quero saudar a franqueza da enóloga em assumir o uso de
madeira como componente do vinho. Sinceramente, estou cansado do modismo dos
vinhos sem madeira, em que a fruta é o Graal. Obviamente que existe quem o faça
por conceito e gosto pessoal, mas, parece-me, que hoje a má fama da madeira se
deve sobretudo ao preço das barricas. Há muita conversa para justificar opções.
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A base é constituída pelos Versátil Branco, Versátil Rosé e
Versátil Tinto. A gama da marca Santa Vitória é formada por reservas e
monovarietais – Santa Vitória Reserva Branco, Santa Vitória Reserva Rosé, Santa
Vitória Reserva Tinto, Santa Vitória Cabernet Sauvignon, Santa Vitória Touriga
Nacional, Santa Vitória Grande Reserva Branco, Santa Vitória Grande Reserva
Tinto e Santa Vitória Licoroso. No topo está o tinto Inevitável.
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