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Encontra-me...
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Antes que o tempo acelere… continuo na vertigem dos dias
(ver texto anterior)… conto do concurso que vai na quinta edição e o primeiro parece
ter sido anteontem. É uma prova que se arrisca a tornar num clássico, devido à
qualidade média dos concorrentes.
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Este ano, o concurso decorreu entre 20 e 22 de Maio, mantendo-se
no Expo Côa (parque de feiras e exposições de Foz Côa). Estiveram presentes 70
produtores e o concurso contou com 144 vinhos. O júri foi formado por críticos,
jornalistas, bloguistas, escanções, comerciantes e profissionais de hotelaria.
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A pensar no almoço...
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De todos os concursos em que participei, o Concurso do Douro
Superior é o de melhor qualidade média. O princípio da precaução vigora, pelo
que os grandes vinhos não costumam ir a prova. Porém, ali existe uma espécie de
acordo de cavalheiros e os produtores apresentam-se com os seus melhores néctares.
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Há quem diga que a vida é uma roda… ora, pois! Lembro-me de
há umas edições quase todos os vinhos que me calharam terem tido pontuação para
medalha. Este ano não tive tanta sorte. Ainda assim, a qualidade foi notável.
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«O nível de
pontuações foi tão alto que não foram atribuídas medalhas de bronze», lê-se no
comunicado da organização. Ficam os principais premiados: Passagem Douro
Reserva Branco 2015 (Quinta das Bandeiras), Quinta do Grifo Grande Reserva
Tinto 2011 (Rozès) e Maynard’s Porto Colheita Branco 2007 (Barão de Vilar).
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Os grandes vencedores.
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No entanto, o
concurso é apenas uma parte do evento. Além da feira, há visitas a quintas e
sessões de formação, palestras e debates. Este ano, abriram as portas as Quinta
do Vale Meão, Muxagat, Quinta da Cabreira (Quinta do Crasto), Quinta da Terrincha
e Quinta das Bandeiras.
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Quinta do Vale Meão.
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Ainda não tinha
provado nenhum branco da Quinta do Vale Meão, propriedade mítica do Douro e
cuja família sempre me recebeu de braços abertos. O Meandro Branco 2015 é um alegre
contentamento. A junção de viosinho e arinto dá um néctar sem travões… a
bizarria da viosinho e a frescura da arinto (possivelmente a minha casta
portuguesa favorita) resultam numa conjugação complexa.
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Os vinhos da Muxagat
são um encanto. Ali não há luxo e trabalha-se com o essencial. O resultado é a
prova de que, no vinho, dois e dois não são necessariamente quatro. A verdade
está na fruto e no rigor enológico. Belos tintos, magníficos brancos.
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Gosto muito de ciprestes.
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A Quinta do Crasto
situa-se em Sabrosa. Porém, o Douro Superior tem mostrado ser uma sub-região de
grande qualidade. Por isso, a família Roquette comprou terra e criou a Quinta
da Cabreira. O resultado chama-se Crasto Superior e vai dum lote clássico do
Douro, à base de touriga nacional e touriga franca, até a uma espécie de
provocação, feita com 97% de syrah e 3% de viognier. A jovialidade das vinhas
ainda não permite uma equiparação dos vinhos dali aos da casa-mãe. Roma e Pavia
não se fizeram num dia.
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O Vale da Vilariça
é de terra fértil e de clima mediterrânico, mas sem mar. Disseram-me que ali os
figos chegam 15 dias antes de amadurecerem no Algarve. É ali que se situa um
projecto turístico de luxo, enquadrado na produção de vinho. A Quinta da
Terrincha é também uma casa jovem. As vinhas farão o seu caminho e, com elas, os
vinhos vão mostrar as características dessa terra quente. A propriedade foi
recuperada e acolhe um enoturismo com pernoita. O restaurante é gerido pelo
proprietário do Flor de Sal, de Mirandela.
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A viagem começou na
margem direita do Douro e terminou na margem oposta, precisamente em frente da
Quinta do Vale Meão. A Quinta das Bandeiras nasceu porque há pessoas que não
conseguem estar quietas. Tim Bergkvist não se contentou com a sua Quinta de La
Rosa (Pinhão – Cima Corgo) e avançou para montante. Hoje, o empreendimento tem
à frente a sua filha, Sophia Bergkvist, e o enólogo Jorge Moreira (Passagem,
Poeira, Quinta de La Rosa e Real Companhia Velha).
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Os rios são
passagens e nas reentrâncias dos vales passou outrora o comboio. Daí nasceu o
marca Passagem. Jorge Moreira é um dos enólogos com toque de Midas. Um vinho
seu já só será notícia se não for bom. Coisa absolutamente improvável. Ali se
almoçou no último dia e como se não houvesse amanhã… a simplicidade do campo!
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Roubei esta fotografia no Facebook...
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O Festival de Vinho do Douro Superior 2016 é organizado pela
Câmara Municipal de Foz Côa, sendo produzido pela Revista de Vinhos estão de
parabéns, com o apoio de imprensa de Joana Pratas.
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Nota: As fotografias de grupo são da autoria de Ricardo Palma Veiga, da Revista de Vinhos. A fotografia da Quinta das Bandeiras foi roubada, mas não sei a quem.
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